Capítulo 4 - Eu NÃO quero conversar!

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Capítulo quatro

Eu NÃO quero conversar!

É lamentável que um sorvete tão doce deixasse um gosto tão amargo na boca. Que as borboletas no estômago se tornassem enjoo e que uma palavra usada após uma frase tão 'dura' fosse capaz de alterar o bom humor de Mingi. Se "já não era mais criança", por que permanecia como um "garotinho" a seus olhos?

Isso é coerente?

— Está ficando tarde! — o mais velho comentou, acendendo a tela do smartphone para verificar as horas, que apagou segundos depois. Saíram de casa às 15h (com algum atraso), chegaram na sorveteria às 17h e agora, quase às 18h, Yunho achou bom retornarem. Ele mostrou a palma da mão direita, uma ação que pedia a chave do carro, porque escurecia e a iluminação naquela parte do bairro não era boa para um iniciante se arriscar. Por não ser um comando claro, o Song o encarou confuso e colocou a sua mão esquerda por cima. — Ah... foi mal! — constrangido, o jogador de basquete se desculpou. — A chave do carro — pediu com clareza. — Está ficando escuro lá fora, será melhor que eu dirija agora! — explicou e, rapidamente (envergonhado), Mingi retirou a mão que estava sobre a dele. O Jeong achou graça dessa reação, quando o menor sequer expôs uma significativa alteração de expressão. Com a chave do veículo em mãos, Yunho levantou primeiro e disse: — Vamos! — Mingi levantou em seguida e, em pé, recolheu os dois potinhos da mesa, colocando-os de volta a bandeja, para levá-los até o balcão. Não gostava de largar ali, pensava que se ele podia colaborar, por que não?

Enquanto o assistia colocar a bandeja em cima do balcão, Yunho o esperava perto da porta. Por lá estava vazio, sem sinal de Hongjoong, que provavelmente resolvia algo no estoque (ou vadiava em algum ponto cego). Mingi não demorou muito ali, mas o tempo gasto foi o necessário para o atendente retornar, que ficou agradecido com a sua ação. — Oh! Não precisava, eu poderia ter feito isso, mas obrigado... gatinho. — agradeceu com um sorriso e ouvir o adjetivo "gatinho", o travou, então não o respondeu. Seu rosto permaneceu algo como "[...]". — Hmm... — Hongjoong contraiu o nariz, talvez fosse um hábito. — Espere um minutinho! — pediu, caminhando até um dos freezers e retornou com um picolé de creme. — Aqui, pra você, porque gentileza tem que ser recompensada com gentileza, hm? — o presenteou e o carat aceitou o presente.

— O-obrigado! — agradeceu e voltou a mesa para 'resgatar' Yeosang, que gostou daquela interação orgânica. Com a divindade, Mingi caminhou até Yunho, que não parecia de bom humor, mas passou despercebido pelo mais novo. Andavam até o carro quando:

— Sobre o que conversavam? O que é isso na sua mão? — fez duas perguntas e o outro contraiu a testa, algo lhe dizia que Yunho permanecia irritado, e isso o angustiava, porque não sabia exatamente o motivo. Por que as pessoas não são claras quando querem dizer algo? Sinceras. Por que fazem jogos? Mingi às vezes nem sabia o que sentia, então, como descobriria o pensamento de terceiros?

— Eu levei a bandeja e ele disse "gentileza tem que ser recompensada com gentileza", e me deu esse picolé de creme. Como ele adivinhou que eu gosto desse? — murmurou, mas o Jeong escutou.

— E você aceitou? — Yunho parou de andar e ficou na frente do Song, que olhava para os detalhes da blusa do mais alto. — Mingi, isso é perigoso! Não pode aceitar comida de estranhos assim. — repreendeu e o carat respirou fundo. Nunca cogitou que isso seria possível, mas a presença de Yunho, nesse dia, o incomodava.

O que aconteceu com aquele rapaz que o apoiava?

— Mas é apenas um picolé! O que tem de tão ruim em um? E está lacrado...

Ei, você! Dá 'pra olhar para mim? (Yungi)Onde histórias criam vida. Descubra agora