Capítulo sete
Este lugar é sempre uma noite de verão para você e eu
Quando Yunho deu as costas para a janela mais uma vez, a sua ficha finalmente caiu, processou a verdade e disse alto para que ele mesmo escutasse: — Eu gosto dele! — exclamou hesitante, com o tom de voz vacilante. — Eu gosto do Mingi! — aqui a sua postura tornou-se mais firme, mas... e daí? Certamente, afirmar o óbvio (a verdade) é um passo grande pra quem não o enxergava, e Yunho, finalmente conseguiu. Só que aceitar e entendê-lo, tampouco é o conserto de todas as burradas já feitas.
O que ele deveria fazer agora quando Mingi recebia outro, "aquele por quem apaixonou-se à primeira vista", na frente de casa?
Jeong Yunho podia impor a sua vontade? Ceder ao desconforto, descer estressado e causar um show de ciúmes? Ele tinha esse direito? (ninguém tem esse direito...). Então, não só os Céus, como as estrelas; ele também sabia que não o tinha. E o que estava ao seu alcance era observar.
Observá-lo sorrir e ser feliz distante dele.
Sendo assim, Mingi encontrou Hongjoong na entrada de casa, porque Yeosang insistiu MUITO para que ele fosse vê-lo, já que mais tarde sairia com Jongho. E não; essa não é uma informação que surgiu do nada! Pois no dia que "conversou" (humilhou) Jeong, quando precisou fingir retornar, as horas que caminhou pelo bairro fizeram-no literalmente esbarrar com o Choi pelo caminho, que após um encontro de ombros, o reconheceu do parque. Para o deus, a presença de Jongho o imergia em nostalgia, mas também em melancolia. Alguns fatos se tornam passado, eles definitivamente não existem mais, porém as suas marcas persistem e às vezes são irremediáveis.
O tempo juntos o fez (embora pareça impossível) esquecer a sua origem divina, que merecia e deve ser venerado por todo o Mundo Mortal e os Nove Céus (sim, nove deles!), pareceu um jovem comum, vivendo um momento comum. E Jongho, que não interagia com as pessoas de fora por um motivo específico, surpreendeu-se por Yeosang tratá-lo naturalmente. O que, de certa forma, ocorreria, dado que uma divindade não se rebaixa a mortais.
Era divino demais pra isso!
— Hongjoong, o que faz aqui? — por ter descido apressado (numa velocidade possível para alguém com o tornozelo lesionado em recuperação) e atordoado, não só os óculos de Mingi, como o cabelo estavam bagunçados. Relaxado em casa, pós banho vestiu a sua regata favorita, que além de folgada, estava desgastada, e uma bermuda de moletom. O vendo nesse estado despreocupado, Hongjoong que era bastante descarado (tipo... muito!), sentiu-se envergonhado porque o achou lindo.
— Hãm... hm... — por alguns instantes, perdeu as palavras. — Eu meio que saí do trabalho agora... aí... tipo... pensei que gostaria de um picolé de creme, então eu trouxe. — após essa fala, o Song percebeu que ele segurava uma sacola plástica transparente, dela retirou o picolé e o entregou. Mingi aceitou e sorriu, um sorriso forçado, não porque estava desconfortável, e sim porque sentia que "deveria" sorrir, embora o seu sorriso não parecesse tão natural quanto gostaria.
Insegurança boba.
— Ah... valeu! — agradeceu. — Eu não tenho nada pra você... — olhou para os pés e o Kim sorriu.
— Mingi... — o chamou e a sua expressão ficou séria. — Eu não vim aqui esperando algo em troca, só... queria vê-lo! — disse a verdade e o outro arregalou os olhos. Era uma novidade qualquer pessoa, sem ser o Yunho, visitá-lo unicamente para vê-lo. — Mas reconheço que estou todo errado... — afirmou ao pensar melhor, porque entendeu ter ouvido seu lado ansioso. — Deveria ter avisado antes, perguntado se podia... nunca é bom aparecer de surpresa, hm? — de fato, não era, mas...
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Ei, você! Dá 'pra olhar para mim? (Yungi)
FanfictionDepois de receber ajuda do vizinho durante a infância, Mingi, um jovem autista, ao longo do tempo, desenvolveu sentimentos românticos por ele. Mas com o nome 'paixão unilateral' já explica: por ser alguns anos mais velho, Yunho o via como um 'pirral...