Derrotado pelo próprio cupido

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Xiao

Era um sábado glorioso, o tipo de dia que deveria ser dedicado ao descanso, ao simples prazer de não fazer nada, mas Xiao acordou com uma irritação profunda. Seu humor já estava azedo só por ser fim de semana, e a situação piorou, quando se lembrou da promessa que havia feito de ir até a casa de Aether. Ele não sabia ao certo, por que diabos tinha concordado com aquilo, mas agora, a ideia parecia pior a cada segundo.

Ao descer as escadas e dizer para onde iria, seu pai apenas riu, o que só serviu para aumentar a fúria que o moreno tentava conter. A risada ecoava em sua mente enquanto ele fazia a expressão mais horrenda que conseguia, tentando disfarçar o descontentamento. Seus pensamentos estavam caóticos enquanto saía de casa, e ele era imediatamente atingido pelo sol escaldante. O calor apenas serviu para piorar seu mau humor. Ele cerrou os punhos e caminhou com passos pesados, como se a terra debaixo de seus pés fosse responsável por todos os seus problemas.

No caminho, ele cruzou com Albedo, que parecia igualmente calado e perdido em seus pensamentos. Xiao não se importava muito em manter uma conversa, na verdade, preferia o silêncio. Eles seguiram lado a lado, em uma caminhada onde as palavras eram desnecessárias. O destino deles era a casa do padrão popular, mas o moreno só conseguia pensar em como havia se metido naquela situação.

Xiao só estava tentando ser gentil com seu presidente de clube, Albedo, e ajudar na conquista do coração de Aether. Não que ele se importasse realmente com o resultado disso. Na verdade, era uma missão que ele poderia muito bem ter deixado quieto, seguir a própria vida. Mas ao observar a timidez do loiro, que espelhava um pouco a sua própria personalidade reservada, Xiao não conseguiu evitar sentir uma certa empatia. Ele sabia o quão difícil era lidar com sentimentos complicados e, por isso, aceitou que deveria ajudar. 

Mas agora, com cada passo que dava em direção à casa de Aether, ele questionava sua sanidade.

"Onde eu estava com a cabeça?" pensou, enquanto o suor escorria por sua testa. Ele nem sequer era próximo dos dois idiotas. A única razão pela qual ele havia concordado em fazer o projeto com Aether, era para evitar ver seu melhor amigo, Venti, com uma expressão desapontada. Afinal, ele era um drama ambulante, um ser insuportável quando estava de mal com alguém.

Ainda caminhando sob o sol inclemente, Xiao sentia que a qualquer momento poderia explodir. A combinação de frustração, calor e a consciência de que estava fazendo isso tudo por um motivo que nem ele entendia direito fazia sua cabeça girar. Ele quase conseguia imaginar seu cabelo ficando branco, tamanho era o estresse que estava acumulando.

Chegaram finalmente no endereço correto, e Xiao respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções que borbulhavam dentro dele. Ele sabia que não poderia voltar atrás. E, por mais que detestasse admitir, uma pequena parte dele se importava com o que aconteceria a seguir, mesmo que fosse só para garantir que essa confusão toda valesse a pena no final.

Olhando em volta, era perceptível que estavam no bairro rico da cidade, Xiao e Albedo se encontraram diante de uma verdadeira mansão. O lugar era imponente, com muros altos e um portão de ferro trabalhado, que parecia separá-los de um mundo completamente diferente. O moreno sentiu um peso no estômago ao olhar para aquela construção luxuosa, seu mau humor aumentando a cada passo que dava em direção à entrada.

Eles foram recebidos por um mordomo de aparência impecável, com uma expressão séria e um olhar atento, que parecia julgar cada movimento deles. O homem se apresentou como Dainsleif e, após uma breve análise, os deixou passar, informando que o "jovem mestre" Aether logo os atenderia.

Xiao mal conseguiu disfarçar a irritação em seus olhos, parecia um total vexame. Ele sentia sua língua coçar com a vontade de xingar o "loiro padrão e rico" em todas as línguas possíveis que conhecia. Enquanto isso, Albedo estava boquiaberto, os olhos arregalados ao observar a decoração luxuosa que preenchia os cômodos. Móveis de madeira escura, detalhes dourados, tapetes macios que pareciam absorver cada som que faziam ao andar. Tudo era opulento, deslumbrante, e absurdamente exagerado aos olhos de qualquer pobre.

Aether é Loira Padrão, a Thread - {Xiaoether}Onde histórias criam vida. Descubra agora