Mentiras de uma loira recalcada

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Xiao

Xiao estava jogado em sua cama, a cabeça afundada no travesseiro, sem saber o que fazer da sua existência. Ele já havia mandado uma mensagem pedindo socorro para Venti, ignorado as inúmeras chamadas de Hu Tao, e tudo o que ocupava sua mente era se Aether estaria com Albedo naquele momento ou não. 

Infelizmente não adiantava dar uma de emocionado justo agora, quando percebeu o tanto de merda que já fez. Tudo que imaginava, era a cara de desgosto de seu pai, caso soubesse metade da sua trágica história.

Alguns minutos depois, a campainha tocou. O moreno correu para atender seu amigo, e Venti entrou com seu típico sorriso debochado, subindo as escadas sem cerimônia. Assim que se trancaram no quarto. Xiao deu início a sua explicação sobre tudo que estava acontecendo, afinal, sua vida estava de ponta cabeça e ele não queria mais um motivo para se jogar da primeira janela que visse. O de tranças escutava atentamente, sentado na cama de pernas cruzadas e sentindo náuseas por cada palavra nova, ele caiu no chão, dramatizando ao descobrir que seu melhor amigo era mais estupido do que aparentava, pois além de estar namorando alguém que não tinha interesse, estava amando um cara que dizia odiar, mas que por acaso haviam ficado durante uma viagem, mesmo ambos comprometidos.

— Tu num era hetero!? — exclamou Venti, ainda atirado no chão, como se tivesse sido mortalmente ferido pelo choque.

Xiao suspirou, passando a mão pelo rosto. 

— Venti, levanta... isso é sério. — Xiao murmurou, passando os dedos pelo cabelo em puro desespero. — Eu preciso de ajuda... não de um espetáculo.

— Ok, sem mais drama. — disse ao se levantar, batendo nas calças — Agora, manda aí e me conta tudo direitinho. Como isso aconteceu? Você e o Aether... e o Albedo... o que está acontecendo, você fumou quantas?

— Eu não fumo, seu imbecil. — O moreno respirou fundo e começou a explicar, tentando organizar os pensamentos. — Eu... eu nem sei ao certo como aconteceu. — começou, tentando juntar os acontecimentos em sua cabeça. — Naquela viagem, nós estávamos longe de tudo e... por um momento, foi como se o mundo tivesse parado. Eu me senti... visto, de uma forma que nunca senti antes, o jeito como ele era prestativo, carinhoso comigo mesmo depois de tudo, e não era de hoje que isso acontecia, sempre que estávamos a sós… não sei, minha mente ferve, fico impulsivo, meu coração anseia e tudo que eu penso é ter ele somente pra mim.

Venti o observava atentamente, mas mantinha-se em silêncio. Ele sabia que não era o momento para julgamentos, mas ainda assim, uma curiosidade sobre como essa história iria terminar o dominou.

— E o Albedo? Você acha que ele sabe? Ou, pior, que o Aether... contou?

A menção do nome fez Xiao desviar o olhar.

— Não sei. — sua voz saiu baixa, quase um resmungo. — Tudo que eu sei é que, desde que voltamos, eu não consigo parar de pensar nele... e ao mesmo tempo, me sinto culpado. Tipo, eu sei que a culpa deles estarem juntos é toda minha, mas qual o problema daquele recalcado? Eu não devia ter ajudado esse maluco.

Venti respirou fundo, absorvendo as explicações absurdas. Pela primeira vez naquele dia, ele percebe a profundidade do que estava acontecendo, e sua reação instantânea foi imaginar um caixão com seu amigo dentro, ele claramente morreria de assassinato a qualquer momento. 

— Você vai ter que falar com ele, Xiao. Ou com a Hu Tao... ou com alguém. Porque essa situação... pode acabar explodindo. E você sabe disso.

Xiao assentiu de cabeça baixa, mas o nó em sua garganta continuou a apertar. Venti, tentando aliviar a tensão, deu-lhe um sorriso tranquilizador enquanto se aproximava.

Aether é Loira Padrão, a Thread - {Xiaoether}Onde histórias criam vida. Descubra agora