Capitulo XI

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Charlotte Cavallaro

O encarei completamente incrédula. Mesmo depois de ter escutado um pouco do meu lado da história, Leonas ainda não era capaz de acreditar em mim. Babaca.

Quando me dei por mim, já havia batido em seu rosto com tanta força que a marca dos meus dedos ficaram ali em um tom de vermelho. Bufei sem esperar por qualquer reação sua e passei por ele voltando para dentro de casa.

Homens não tinham nada de bom para acrescentar na minha vida; Leonas era a prova viva disso. Ele tinha lábia, um jeito presunçoso e índole duvidosa, por isso de alguma forma eu me sentia atraída por ele em meus momentos de fragilidade, mas agora eu apenas o queria longe outra vez.

- Charlotte espera! - sua voz me chamou me fazendo bufar, ele parecia estar perto.

- Me deixe em paz, Leonas. Quero ir para casa. - avisei chegando na sala aonde todos estavam.

Os Cavallaro pareciam uma maldita família feliz. Eles se amavam, isso era nítido, e não havia excessões ou filhos favoritos, apesar de Beatrice nitidamente ter um afeto a mais de seus pais, eles ainda assim demonstravam ser uma família unida.

- Boa noite. - disse com o mínimo de educação depois de pegar meu celular em cima do sofá e apressar o passo para a saída.

Ouvi alguns comentário, mas ignorei, minha cabeça estava latejando. Corri para os portões, ao invés de abrir, o segurança se aproximou de mim com cautela.

- Abra os portões, por favor. - pedi puxando o ar com força, meu coração estava batendo com tanta força que fazia meu peito doer.

- Senhora, eu...

- O portão. - pedi, suplicando.

O segurança encolheu os ombros e olhou para algo atrás dele, não segui o olhar, mas o importante é que em seguida ele abriu os portões. Sai andando com pressa, sem saber para onde ir. Passar uma noite ao lado de Leonas depois de hoje me causava vontade de vomitar.

Me auto abracei seguindo o meio fio, quando dei por mim lágrimas estavam correndo pela minha bochecha, ainda sutis. Eu não me daria ao luxo de cair em angústia.

- Charlotte.

Olhei para trás por reflexo, Leonas estava me seguindo com o carro, deveria estar a menos de dez por hora. Balancei a cabeça e voltei a olhar para a rua, quem visse de longe, me acharia uma criança mimada que não ganhou o que quer.

Continuei andando, e ele continuou me seguindo. Reprimi minhas lágrimas para que ele não visse, mas por dentro eu me sentia prestes a explodir.

- Charly, são dez quilômetros até em casa. - avisou, como se eu não soubesse.

Não estava conseguindo raciocinar com firmeza, meu corpo só mandava eu continuar andando, como se isso fosse me levar para algum lugar melhor, mas só havia um destino para mim.

Uma buzina gritou nos meus ouvidos me fazendo pular para trás, um carro passou na minha frente em um cruzamento em alta velocidade, e escutei o motorista gritar para eu sair do meio da rua.

Mãos me tocaram. Leonas estava atrás de mim me puxando para trás, o carro estava estacionado na esquina. Quando ele teve tempo para sair? Pisquei algumas vezes, ele me enfiou dentro do carro enquanto murmurava algumas coisas.

- Você podia ter morrido. - comentou com a respiração alterada, será que ele saiu correndo do carro?

Minha boca parecia cheia de algodão enquanto minha mente me entorpecia com a lembrança do vídeo vazada, eu quis vomitar, o amargo subiu pela minha garganta, mas eu engoli de volta.

For RuinOnde histórias criam vida. Descubra agora