Capítulo 4: Manhã de Provocações e o Mercado

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O sol já estava alto quando Clara acordou, um pouco depois das 10 da manhã. Ainda meio sonolenta, ela olhou ao redor do quarto e viu a garrafa de Coca-Cola vazia e o prato sujo da pizza que havia comido na noite anterior. Lembrando-se do lanche, ela suspirou, levantou-se e começou a arrumar o quarto.

Depois de jogar o lixo fora e dar uma ajeitada no cabelo, Clara escolheu uma roupa confortável para começar o dia: um short jeans preto e um cropped rosa que destacava sua pele bronzeada. Sentindo-se revigorada, ela saiu do quarto e desceu as escadas.

Ao chegar à sala, a primeira coisa que notou foi Bento sentado no sofá, vestindo uma roupa estilosa que ressaltava sua presença marcante. Clara imediatamente se lembrou que ele havia saído para uma festa na noite anterior e, pelo que parecia, tinha realmente voltado tarde.

Enquanto passava pelo corredor a caminho da cozinha, Clara ouviu Bento conversando com Sérgio. Eles falavam sobre a festa, e Clara não pôde evitar escutar parte da conversa.

“Cara, a festa estava demais,” Bento dizia, com um sorriso presunçoso no rosto. “Peguei algumas meninas lá. Foi uma noite e tanto.”

Clara revirou os olhos, decidindo ignorar os comentários de Bento. Ela continuou andando, entrando na cozinha para preparar algo para comer. A fome matinal era forte, então ela se concentrou em preparar um sanduíche e um café, enquanto lavava o prato sujo da noite anterior.

Logo que terminou de arrumar seu lanche, Clara foi até a sala para cumprimentar os outros. “Bom dia, Dinho,” disse, dando um sorriso caloroso para o irmão. “Bom dia, Julio, Sérgio, Samuel,” acrescentou, acenando para os amigos que estavam sentados.

No entanto, quando seus olhos passaram por Bento, ela propositalmente ignorou-o, continuando a saborear seu café como se ele não estivesse ali. Mas Bento, com seu jeito provocador, não deixaria isso passar despercebido.

“Bom dia pra você também, loirinha,” Bento disse, um sorriso travesso brincando em seus lábios. “Ou vai me ignorar o dia inteiro?”

Clara deu um olhar rápido para ele, mas permaneceu em silêncio, fingindo que estava mais interessada no café do que em dar qualquer atenção a Bento. Isso só o incentivou ainda mais.

“Tá, então vamos fingir que não nos vimos ontem à noite? Ou é só implicância matinal?” Bento provocou, ainda com aquele tom descontraído que Clara sabia ser típico dele.

Ela bufou, mas sem perder a calma. “Não tenho tempo para brincadeiras, Bento. Se você quer falar, fala com seus amigos,” respondeu, com uma ponta de sarcasmo.

Bento riu, claramente se divertindo com a resistência dela. “Ah, Clarinha, você faz o meu dia mais interessante, sabia? Adoro essa sua atitude.”

Clara decidiu não responder, virando-se para sentar-se ao lado de Samuel, que observava tudo com um sorriso ligeiramente divertido. Enquanto Clara tentava se concentrar no café da manhã, podia sentir os olhos de Bento em si, sempre com aquele ar de quem estava prestes a lançar outra provocação.

Mas, apesar das irritantes provocações, ela sabia que não cederia tão fácil. Bento podia ser charmoso e, às vezes, até envolvente, mas Clara estava decidida a não dar a ele a satisfação de ver que ele a afetava. Pelo menos, era o que ela dizia a si mesma.

O que ela não podia negar, no entanto, era que essa relação de provocações tinha um efeito que ela não conseguia entender completamente, mas que cada vez mais parecia inevitável.

Depois de terminar seu café da manhã e aguentar as provocações de Bento, Clara estava prestes a subir para o quarto quando Dinho a chamou da cozinha.

“Clara, você pode fazer um favor pra mim?” Dinho perguntou, com um tom que deixava claro que ele precisava de algo.

“Claro, o que você precisa?” Clara respondeu, aproximando-se.

“Estamos sem algumas coisas para o almoço. Você pode ir ao mercado rapidinho para comprar?” ele pediu, entregando-lhe uma lista com os itens necessários.

Clara suspirou levemente, sentindo a preguiça tomar conta por um momento, mas acabou aceitando. “Tudo bem, eu vou. Só me dá um minuto para me arrumar.”

Ela subiu para o quarto, trocou o chinelo por um tênis preto confortável e pegou sua bolsa preta, onde colocou o celular, um gloss e sua carteira. Preparada para a rápida missão no mercado, ela desceu as escadas novamente.

Enquanto estava saindo de casa, Clara se distraiu um pouco e acabou esbarrando diretamente em Bento, que estava voltando da sala.

“Ei, loirinha, vai atropelar todo mundo agora?” Bento disse com aquele sorriso irritante, segurando-a pelo braço para evitar que ela caísse.

Clara se recompôs rapidamente, retirando o braço da mão dele. “Estou com pressa, Bento. Me deixa em paz,” ela respondeu, tentando passar por ele.

“Pressa? E para onde a nossa princesa está indo com tanta urgência?” Bento perguntou, com uma falsa preocupação que Clara sabia ser mais uma tentativa de provocação.

“Vou ao mercado, se você quer saber,” Clara respondeu, sem muito entusiasmo, ainda tentando não dar muita corda para ele.

“Ah, então é isso,” Bento disse, fingindo surpresa. “Quer uma companhia? Pode ser perigoso ir sozinha, sabe. Nunca se sabe quem pode esbarrar com você.”

Clara revirou os olhos. “A última coisa que preciso é da sua companhia, Bento.”

Ele riu, claramente se divertindo. “Cuidado, loirinha. Não quero que ninguém te incomode, além de mim, claro.”

Clara o ignorou e seguiu em direção à porta, mas antes de sair, não pôde deixar de retrucar. “Você é o único incômodo por aqui, Bento.”

Com isso, ela saiu pela porta, sentindo o olhar de Bento em suas costas enquanto caminhava em direção ao mercado. Apesar das provocações, Clara não pôde deixar de sentir uma certa adrenalina que sempre vinha depois de suas trocas de farpas com Bento.

No entanto, Clara balançou a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Ela tinha uma tarefa simples para cumprir, e não deixaria que Bento, com todas as suas provocações, ocupasse mais espaço em sua mente do que o necessário.

𝐓𝐎𝐃𝐎𝐒 𝐌𝐄𝐍𝐎𝐒 𝐕𝐎𝐂𝐄̂ - 𝐁𝐄𝐍𝐓𝐎 𝐇𝐈𝐍𝐎𝐓𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora