Girl Crush - Freenbecky.

A Dolorosa Visita - Parte I.

Becky Armstrong.

Durante aquela manhã tivemos muito ao que conversar. A frase "eu te amo" dita por mim, mudou algo em Freen, pois ela mudou de alguém mais preocupada em as pessoas nos verem a um tipo de pessoa que mostrava sem qualquer problema o nosso relacionamento em público. Saímos de mãos dadas daquela padaria próximo ao horário de almoço, às pessoas nos encaravam, mas não era por ela ser uma atriz pornô, pelo menos acreditava eu. Aquilo em qualquer momento poderia incomodá-la, mas não a mim. No que se dizia respeito a olhares curiosos, a muito tempo que não me afetavam.

― Para onde vamos? Irá me levar para mais algum vídeo? ― Questionei curiosa.

― Pensei em aproveitarmos bem o nosso dia de folga em minha casa. ― Sorriu Freen.

Era incrível como uma simples palavra tinha mudado as coisas entre nós. Durante aquele dia, Freen e eu tivemos uma excelente tarde, entre conversas e alguns beijos, acabamos nos amando, o que por si só já era agradável o suficiente. Nunca havia me imaginado na cama com a minha atriz favorita, contudo, agora eu estava ali não apenas dividindo conversas aleatórias como sendo amada por ela de forma intensa. Passava das sete da noite quando meu celular tocou enquanto estava nos braços dela, deitada no sofá, assistindo a um filme de comédia romântica. De início não me interessei a atender o celular pois imaginei que seja lá quem fosse desistiria no quarto toque. Entretanto os toques aumentaram indicando que quem estava me ligando precisava realmente falar comigo.

― Melhor atender, quem sabe quem será. ― Sugeriu Freen beijando o topo da minha cabeça.

Respirei fundo e apenas me levantei. Eu não tinha nada a esconder de Freen, mas por puro hábito caminhei até a cozinha. O número na tela do meu celular estava oculto, o que me deixou pensativa. Não seria nenhuma empresa de cobrança ou vendas, visto que metade delas se encerrava o expediente às 18 horas. Eu poderia simplesmente ignorar, mas a persistência do toque migrou de uma simples ligação para o LINE (um aplicativo de mensagens instantâneas), onde o nome misterioso ganhou nome e rosto.

"Você já foi mais rápida em me atender, irmãzinha."

Era Richie, meu irmão. A algum tempo não conversamos o que me deixou preocupada com a mensagem dele.

"Aconteceu algo?"

"Boa noite a você também, Rebecca, sua mal-educada! Não aconteceu nada demais, apenas que papai está indo nesse final de semana para Tailândia e irei junto, estávamos pensando em dormir aí na sua casa, será por apenas dois ou três dias."

Ler aquela mensagem me deixou tensa. Diferente de minha mãe que era mais presa a tradições, meu pai não se importava se meu coração batia mais rápido por um homem ou uma mulher, contudo, meu irmão que era uma cópia de minha mãe em algumas coisas me preocupava, ainda mais pelo preconceito deles em relação a profissão de Freen. Antes que pudesse responder a sugestão de Richie, senti dois braços envolver minha cintura me trazendo um tipo único de paz. Logo minhas preocupações foram embora e o que me sobrou foi apenas dizer que "tudo bem", pois não existia abraço melhor que aquele dado por Freen.