Girl Crush - Freenbecky.

A Dolorosa Visita. ― Parte II

Freen Sarocha.

Observei Becky recolher seus objetos em total silêncio, algo novo para ela, pois a garota era uma verdadeira faladora quando estava comigo. Eu a entendia, afinal meu trabalho não era algo glamoroso para outras pessoas saberem, ainda mais para pais mais tradicionais.

― Quantos dias acha que o seu pai e o seu irmão ficarão na cidade? ― Indaguei antes que ela saísse correndo por minha porta.

― Eu não sei, meu pai costuma ficar dois ou três dias, mas o Richie gosta de ficar por um pouco mais de tempo. ― Arfou ela.

― Acho que vou junto com você, não quero que passe por qualquer coisa sozinha. ― Sugeri indo para meu quarto.

Eu não queria deixá-la sozinha caso ela quisesse revelar que estava se envolvendo com alguém como eu.

― Não precisa, Freen. Ainda não apresentarei nada sobre nosso relacionamento, primeiro quero colher o máximo de informações do meu pai apenas para entender o que se passaria na cabeça deles ao saberem de meu relacionamento com uma atriz. ― Explicou Becky colocando sua mochila em seu ombro.

Apenas concordei, aquele era o momento dela no final das contas, não era justo intervir. Becky compartilhou comigo um último beijo apaixonado, saindo em seguida. Torci para que ela conseguisse se sair bem de seu possível enfrentamento com seus pais.

Becky Armstrong.

O caminho da casa de Freen até a minha foi de longos pensamentos. Era engraçado como as coisas poderiam mudar rapidamente, afinal, a três meses antes eu não me irritaria ou me assustaria com a presença de Richie ou do meu pai em minha casa, contudo, agora eu possuía um desespero em meu coração. Assim que o taxista parou o carro em frente a minha casa, um carro preto luxuoso virava a esquina me fazendo imaginar que apenas uma pessoa poderia estar ali. Corri para abrir minha porta, coloquei minha mochila atrás do sofá e voltei para a entrada, onde me encostei no batente da porta encarando Richie e meu pai saindo de dentro do luxuoso carro.

― Não ganhamos nenhum sorriso, irmãzinha? ― Me provocou Richie.

Ele era muito bom naquilo, assim eu já não me importava mais, apenas sorri de lado.

― Não irrite a sua irmã, Richie! Senti tanta falta da minha garotinha. ― Sorriu meu pai vindo ao meu encontro.

O abraço dele era reconfortante, todavia, não amenizava meu desespero ao imaginar a reação dele ao saber sobre a profissão da mulher ao qual escolhi para a minha namorada. Após o abraço, dei espaço para que eles entrassem. Richie possuía muito ao que falar, mal percebendo a quão desesperada eu estava, contudo, meu pai que sempre havia sido um homem bem analítico, não parava de me encarar, até finalmente decidir me levar para a cozinha com a desculpa de beber um copo com água.

― Você está tensa, querida. Quer conversar? ― Pediu ele me encarando enquanto virava o copo com água.