Who are you?

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— Snezhnaya —

O que você faria pela sua vida? Estaria disposto a jogar tudo fora apenas para continuar vivo? Mas... se tudo for jogado fora, pelo que você viveria se não tem mais nada?

— Ei! Ajax! Já falei pra você não sair sem abotoar direito sua blusa.

A mulher fechava o casaco da pequena criança da maneira mais cuidadosa possível enquanto o seu marido esperava do lado de fora.

— Desculpa, mãe... eu juro que ia abotoar no caminho. — Segurava o pequeno balde tentando conter sua animação.

— Pronto, pronto... — Soltou o filho, dando um pequeno olhar para ele antes do mesmo se virar — Pode ir, não queremos que seu pai fique esperando por muito tempo.

Os pequenos passos de Childe rangiam o chão de madeira. A mãe observava seu marido e sua até então única criança desaparecerem na paisagem congelada da pequena cidade que vivia.

Em pouco menos que uma hora, a dupla chegou no lugar onde queria, o grande lago, um dos únicos que não era completamente congelado. Se sentaram em pequenos troncos de árvore deixados propositadamente para a pesca.

— Sabe, filho, você está crescendo muito rápido, não acha? — Uma risada era arrancada do homem enquanto mantia os olhos na isca.

— Você acha? Eu quero crescer muiitoo rápido — Observava cada movimento do próprio pai — Mamãe disse que eu vou ser de grande ajuda em casa quando crescer.

— É mesmo? Acho que tenho que concordar com ela — Suspirou — Eu sei que você ainda é novo, Filho, mas quero te dizer algo... Se torne uma pessoa forte, uma que se torne digna de ser marcada na história desse mundo.

— Marcada na história desse mundo? — as palavras fluiam pela cabeça de Ajax, mas na época, não conseguia compreender direito aquelas palavras.

— Alguém importante, imagine como se... O mundo inteiro soubesse da sua história.

— E como eu faço isso?

— Existem muitas formas, não importa como você faça, um dia todos nós que estamos nesse lugar vamos ser esquecidos, eu só quero que... — Olhou para os grandes olhos azuis do pequeno — Você viva uma vida sem arrependimentos e carregue em você a honra de saber que todos lembram de você.

— É só que... e se eu não conseguir, papai? — Como uma criança qualquer, tinha medo.

— Não sei o que aconteceria porque tenho certeza que vai conseguir. Eu vejo muito potencial em você, o suficiente para tirar todos nós do mar do esquecimento. — Guiou os olhos da criança até as pequenas casas visíveis à distância.

— Eu prometo que vou conseguir!

As palavras e a promessa que havia feito ao seu pai sempre voltavam na sua memória. Mesmo 6 anos depois quando seu destino foi despedaçado.

Tinha recém completo seus 14 anos que era como uma segunda maior idade onde ele costumava viver. A poucos anos, tinha ganhado seus pequenos irmãos, agora não estava mais sozinho, tinha uma irmã e um irmão.

— Já que seu pai está de cama, você se importa de ir pescar sozinho, Ajax? — A mãe lavava as mãos enquanto via os recursos que ainda estavam em sua dispensa.

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