O sol iluminava o céu com um amarelo fraquinho quando Marceline acordou após uma noite ansiosa e mal dormida. Definitivamente, aquele não seria um dos seus melhores dias e ela podia sentir antes mesmo de vivê-lo. Afinal, não é muito comum ter um bom dia quando se tem uma prova decisiva para fazer.
Após um rápido café da manhã, vestiu o uniforme escolar e passou um pouco de maquiagem no rosto, tentando ignorar o caos que estava em sua cabeça. Nem mesmo ouvir músicas divertidas de pop no carro de Julietta durante o caminho pôde calar seus pensamentos acelerados.
Quando pisou na escola, entrou imediatamente na sala onde alguns alunos já estavam pelas mesas esperando o professor distribuir todas as provas em completo silêncio. Marceline pegou a sua, respirou fundo e começou a ler as questões, sentindo o próprio cérebro dar um nó.
Ela leu uma, duas, três vezes, mas nada fazia sentido.
— Deus, me dê uma luz! — murmurou baixinho quando a sensação de pânico surgiu. Ela balançava a caneta em movimentos repetitivos.
Foi nesse exato momento em que a porta da sala se abriu com um rangido, e outra vez Deus parece ter atendido ao seu pedido com prontidão. Todos os olhares se voltaram para Maxon, que entrou com um sorriso torto estampado no rosto. Ele segurava algo pequeno na mão, mas não era possível enxergar com muitos detalhes quando ele tentava esconder o que era.
Marceline sentiu o coração acelerar.
— Atrasado demais para fazer a prova, não acha? — o professor perguntou. Ele estava sentado de braços cruzados.
— Não! Eu só vim entregar um remédio para uma de suas alunas. A mãe estava desesperada porque ela esqueceu, coitadinha. Dores de cabeça, sabe como é, né? — Maxon falhou se a tentativa era parecer confiante quando mentia. Marceline se perguntava que diabos esse garoto estava aprontando.
Talvez por estar mais preocupado com a prova do que em contestar o real motivo da intromissão, o professor assentiu e permitiu a entrada, contanto que ele fosse rápido. Maxon inclinou-se sobre a mesa de Marceline, cobrindo a visão do homem à frente da classe e entregou uma cartela de comprimidos vazia. Ela pegou e notou um pequeno pedaço de papel dobrado e colado na parte de trás, mas antes que pudesse reagir ou falar qualquer coisa, Maxon piscou com cumplicidade e foi embora a pedido da figura autoritária.
Marceline escondeu no colo e analisou o bilhete enquanto fazia barulho no plástico para simular que estava tirando um comprimido, assim não faria o homem suspeitar de algo ou pior. E mais uma vez, seu amigo — nem tão — indefinido foi perspicaz na tentativa de fazê-la sorrir.
— Favorite Girl...? — murmurou para si mesma.
Três horas quebrando a cabeça numa prova de exatas pareceram mamão com açúcar após o pequeno incentivo — contando também com os dias de estudo. Ou talvez tenha sido um grande incentivo. Marceline não viu mais o pretendente desde sua aparição na sala de prova, passara o restante do dia com as colegas comentando sobre o jogo de mais tarde. Mesmo assim, seu coração transbordava de tantas coisas boas que sentia com e por ele onde quer que estivesse. Ainda mais sabendo que é a garota favorita dele, como disse o Justin Bieber.
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𝐔𝐌 𝐋𝐀𝐂̧𝐎 𝐃𝐄 𝐅𝐈𝐓𝐀
Teen FictionDurante sete anos, Maxon Avery enviou bilhetes mensais para Marceline Goth, escondidos em seu armário. Marceline só descobriu a identidade do remetente no último recado, que chegou com um laço de cetim vermelho. Agora, no auge da adolescência, os se...