A REALIDADE É DIFERENTE DA IMAGINAÇÃO

47 7 0
                                    

Apesar de já passar das dez, o trânsito do Dia dos Namorados significava que as estradas ainda estavam congestionadas. Quando o táxi de Paint chegou à casa grande, o ponteiro das horas do relógio já marcava cinco horas. Era tarde demais para receber visitas, mas Paint não se importou. Ele rapidamente pagou a passagem e usou a chave para destrancar o portão e entrar na casa, olhando para o prédio escuro e apagado.

Ele não tinha certeza se o tio já havia retornado, mas este era o único lugar onde poderia encontrar Phi Aphros para explicar a loucura do dia. Respirando fundo, ele destrancou a porta e entrou.

— Phi Aphros, você está em casa? — ele gritou.

A casa estava completamente escura, então ele estendeu a mão para acender a luz e se assustou com o que viu.

Phi Aphros, vestindo apenas jeans, revelando seu físico forte, tinha um paletó casual estendido sobre o sofá e uma camisa rosa amassada no chão. Mas o que deixou Paint sem palavras foram as inúmeras garrafas vazias de bebida espalhadas no chão ao lado do sofá.

Paint já tinha visto seu Phi beber antes, mas geralmente eram apenas algumas taças de vinho. A quantia aqui era muito maior do que apenas alguns copos, e ele sabia que era por isso que seu tio bebia tanto. A culpa foi dele.

Phi Aphros moveu-se lentamente, criando uma atmosfera tensa.

— É tarde demais para trabalhar agora — ele disse. Apesar de beber muito, sua voz não era arrastada, mas sim fria e clara.

— Não estou aqui para trabalhar, Phi. Vim para...

— Então por que você está aqui se não for para trabalhar? Não somos nada um para o outro, certo? — Phi Aphros zombou, seu sorriso zombeteiro fazendo Paint estremecer.

As palavras que ele queria dizer ficaram presas em sua garganta enquanto Phi Aphros se levantava lentamente.

— Vá para casa. Não tenho nada para você fazer — ele disse.

Normalmente, Paint teria se virado e saído ao ouvir tal tom, mas não daquela vez. Seus olhos ardiam, seu peito estava quente e seu coração gritava que ele não poderia ir embora até que seu Phi o perdoasse.

Ele deu um passo à frente, mas Aphros levantou a mão para detê-lo.

— Eu disse para ir para casa.

— Phi Aphros! Por favor, me escute. Eu não queria cancelar nosso encontro. Eu queria ir, mas tanta coisa aconteceu e eu não pude ir embora. Eu sei que é minha culpa, mas por favor, não fique com raiva de mim, por favor. — Paint implorou, falando o máximo que pôde enquanto ainda tinha coragem. — Eu sei que hoje é Dia dos Namorados, um dia especial. Eu sei que você preparou muita coisa para mim, mas fui um tolo. Eu deveria ter mantido a data, sabendo o quão importante era hoje. Mas por causa da minha estupidez, eu...

— Não é porque hoje é especial!! — Paint estremeceu quando a voz de Phi Aphros rugiu pela casa, o som ecoando em sua cabeça, interrompendo todas as suas palavras. Ele só conseguia encarar os olhos ferozes e brilhantes de seu tio. — Não é porque hoje é especial, não porque é Dia dos Namorados ou algo assim. Qualquer dia pode ser igualmente sem sentido. O que me deixa com tanta raiva é que você estava com ele. Você escolheu ir até ele em vez de vir até mim. Isso é o que me deixa com raiva!!

Apaixonado pelo tio! IIOnde histórias criam vida. Descubra agora