NÃO É ERRADO SER POSSESSIVO. É ERRADO NÃO SENTIR CIÚMES

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— Na verdade, ele não me disse pessoalmente que ia se casar. Ouvi de outra pessoa e fui perguntar a ele. Foi então que ele disse que nosso amor não tinha futuro, assim como você provavelmente ouviu do Fire. Mas o Fire não te contou, não é? Que eu rastejei como um cachorro, implorando, suplicando para ele dizer que era tudo uma piada, que era tudo uma mentira, que ele estava apenas me provocando, planejando uma surpresa? Mas o que Kim disse foi... vamos terminar.

Paint veio à casa de Aphros porque estava com medo de que seu Phi fizesse um churrasco de carne, mas em vez disso, ele se viu sentado no sofá, ouvindo seu Phi recontar histórias do passado.

Histórias que Paint não queria ouvir... o amor que Aphros deu a outra pessoa. Ele entendia agora por que Aphros não gostava de falar sobre Phi Gus. Ouvir que o tio amava alguém tanto a ponto de se ajoelhar no chão fez seus lábios se contraírem. Ele se sentiu tanto com raiva quanto ódio por aquela pessoa, mas permaneceu em silêncio. Apenas baixou a cabeça, deixando Aphros abraçá-lo e ouvindo a voz profunda.

— Quando eu dirigi, não estava bêbado, mas estava mais como alguém fora de si. Meu cérebro desligou, e eu continuei chorando. Recobrei a consciência quando os faróis do carro brilharam, e o instinto me fez desviar. Sobrevivi ao acidente, mas parecia que eu estava morrendo. Acordar e perceber que tudo o que aconteceu não era um sonho, mas a realidade, eu até me perguntei por que eu não morri de uma vez. Por que acordar?

Paint apertou a mão de Aphros com força, sua cabeça balançando de medo. Ele olhou para cima, apavorado. Fire nunca lhe contou que Aphros queria morrer, e ele ficou aterrorizado com a ideia de que Aphros uma vez quis morrer.

— Está tudo bem. Estou bem agora, Paint. Só naquela época. Agora, por que eu iria querer morrer? Eu não deixaria meu jovem parceiro para trás; e se outra pessoa te pegasse? Isso seria terrível. — Aphros o abraçou, acariciando suas costas até que o medo diminuísse. Paint o abraçou de volta.

— Foi só um pensamento passageiro. Você deveria ter visto Phai e Fire chorando, só Phen estava acenando a mão dizendo que queria ser a primeira a assinar meu gesso. — disse Aphros com um sorriso, acariciando seu cabelo. — No momento em que os vi chorando, suas pequenas mãos segurando as minhas e implorando para eu não morrer, não importava o quanto doesse, eu não queria mais morrer. Se eu morresse, eles chorariam ainda mais. Eu não queria que as pessoas que amo ficassem tristes.

Paint odiava ainda mais o ex do tio. Apesar de conhecer Aphros por menos tempo do que aquela pessoa, ele podia ver o quanto ele se importava com aqueles que amava. Ele podia imaginar o quanto o tio sofreu vendo seus sobrinhos e sobrinhas implorando para ele não morrer, sem mencionar os pais de Fire. Aphros deve ter se sentido culpado por assustar a todos com aquele acidente. E naquela época, ele deve ter estado em tanta dor, não apenas física, mas emocionalmente. E seu ex nem se importou.

— Ele nunca te visitou? — Paint rangeu os dentes e perguntou.

— Nunca. — o outro respondeu, balançando a cabeça.

— Ele ligou?

— Não.

— Mandou algum presente de melhoras?

— Nunca vi nenhum.

— Ele nunca desejou uma rápida recuperação? — Paint perguntou, olhos ardendo, e Aphros balançou a cabeça lentamente. — Ele... não sabia? 

Apaixonado pelo tio! IIOnde histórias criam vida. Descubra agora