Cap. 2: Morte dos Anjos

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-Mor...Morta? - gaguejou Chase, deixando escorrer uma lágrima.

-Sim, lamento.- disse eu.

-Tens a certeza?- perguntou Chase.

O corpo de Anna começou a brilhar e, de seguida, transformou-se em luz. Fechei os olhos e, quando os abri, apenas restava o anel de Anna. Quando os anjos nascem, é-lhes atribuído um anel. Esse anel acompanha o seu proprietário a vida toda e, quando o seu portador morre, este permacesse no local onde o corpo se transformou em luz. Mais tarde, o anel do Anjo Falecido é homenageado de uma forma semelhante ao que acontece ao corpo do defunto num funeral.

Respirei fundo e, tentando conter as lágrimas, respondi à pergunta que me tinha sido colocada por Chase:

-Sim, tenho a certeza.

Levantei-me do chão e corri para a minha sala. Quando lá cheguei, bati a porta e desatei a chorar. Eu tinha de me manter forte perante os anjos mas...não pude conter o choro: Anna era minha amiga.

Clarity entrou na sala e perguntou:

-Estás bem?

-Sim, desculpa. Não queria chorar em frente de todos.- disse eu.

-Não faz mal, esta tudo bem?- disse Clarity.

-Sim. Como está o Chase?

-Está na sala do banquete a chorar com o anel de Anna na mão.

De repente, Patrick, um anjo de asas brancas, entrou na sala, ajoelhou-se à minha frente e disse:

-Perdão interromper senhora, mas isto é urgente... O Edward e o Ben... Eles morreram.

-Levanta-te Patrick, não quero que te ajoelhes perante mim. Eu não sou Deus. Como assim eles morreram?- disse eu.

-Eu estava com eles...e primeiro o Edward começou a brilhar e depois desapareceu...O mesmo aconteceu com o Ben... Os anéis deles estão aqui...

Patrick entregou-me os anéis e eu disse:

-Há quanto tempo tinham febre?

-O Edward há 3 e o Ben há 4, porque senhora?- disse Patrick.

-Não tenho a certeza. Há quanto tempo Anna tinha febre? - disse eu.

-Pelo que Chase me disse, à cerca de dois dias.- disse Clarity.

-É a febre que os está a matar. Os mais resistentes duram mais tempo e os mais frágeis menos...- disse eu.- Mais alguém tem febre?

-Não sei. O que fazemos? - disse Clarity.

-Convoca uma reunião geral dentro de 5 minutos.- disse eu.- Patrick, necessito que mantenhas o silêncio acerca disto.

-Claro senhora.- disse Patrick.

Na Reunião Geral
-Obrigado a todos por terem vindo. Necessito de vos pedir uma coisa. Quem tem febre, seja recente ou já de algum tempo, dê um passo em frente e siga os anjos curandeiros.

Vários foram os anjos que seguiram os anjos curandeiros.

-É a febre que nos mata não é? - perguntou um anjo.

A confusão instalou-se. Todos começaram a falar ao mesmo tempo e a fazer perguntas. Tomei a palavra:

-Caro povo, não vos posso mentir. É verdade que a febre está relacionada com as recentes mortes mas...iremos descobrir uma solução. Preciso que, quando sentirem febre ou outro sintoma de doença, se dirijam aos anjos curandeiros. Irei procurar uma solução. Obrigado.

Dirigi-me à minha sala, local onde se encontravam Clarity, Jared, Tomás e Chase.

-Clarity, quantos doentes?- disse eu.

-Vinte...e continuam a aumentar.- respondeu Clarity.

-Qual foi o diagnóstico?- perguntei.

-Inconclusivo. Não sabem o que causa a febre e muito menos a morte dos anjos...- disse Jared.

-Temos de encontrar uma solução... e depressa. O que fazemos? - disse Tomás.

-Temos de consultar as runas.- disse eu.

-As runas só podem ser usadas em caso de extrema urgência. Tens a certeza?- perguntou Chase.

-Os anjos estão a morrer sem motivo... sim, tenho a certeza.- disse eu.

Dirigimo-nos todos às Runas. Todo o povo esperava uma resposta das runas. O sábio, o anjo mais velho, leu as runas e disse:

-As runas dizem: "A resposta está na terra".

-Ok...Parece que temos de voltar a terra.- disse Clarity.

-Eu vou sozinha.- disse eu.

-Não! Eu vou contigo. Sou teu marido e não penso deixar-te ir sozinha. Não me importa o que digas... Eu vou contigo.- disse Tomás.

-É justo. Não podes ir sozinha. - disse Jared.

-Eu também vou.- disse Chase.

-Não Chase...- disse eu.

-Eu já lá estive antes contigo...já conheço a terra. E a minha mulher morreu com esta doença...Eu vou...- disse Chase.

Eu respirei fundo e disse:
-Ok, vamos os três.

Clarity deu-me uma pulseira com três penas brancas e disse:

-Já sabes. É através disso que me podes contactar. E não te esqueças de...

-...de guardar uma para regressar. Eu sei.- disse eu.

-Então, vamos?- disse Tomás.

-Sim.- disse Chase.

Clarity abriu o portal e, antes de entrarmos, eu disse:

-Enquanto estiver fora, a Clarity e o Jared ficam no comando...

De seguida, dei uma mão a Chase e outra a Tomás e entramos no portal.

Anjo Caído II: RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora