Cap. 4: A vida de James

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-Bem...Com a casa não precisam de se preocupar. Como é óbvio, ficam a morar comigo.- disse James.

-James, não precisas de te preocupar. Tens a tua namorada e...não nos queremos intrometer na vossa vida.- disse eu.

-Passei dois anos sem vocês...Não penso deixar-vos enquanto estiverem em terra. A Mia não se importa de vocês cá estarem...- disse James.

-O "não penso deixar-vos" agrada-me...mas não quer dizer vamos casar, pois não?- disse Chase.

-Já sentia falta das tuas bocas...- disse James.

-Admite que tiveste saudades.- disse Chase.

-Eu não admito nada...Mas talvez...- disse James.

Eu ri-me. De seguida, uma rapariga linda entrou em casa.

-Olá, amor...- disse a rapariga a James.

-Mia, estes são o Tomás, o Chase e a Juliet. Eles são uns amigos meus que estão a fazer uma visita. Eu gostava que eles ficassem aqui algum tempo, se não fosse um encomodo claro.- disse James.

-Claro. Finalmente conheço alguns amigos teus. Eu sou a Mia, a namorada do James. É um prazer conhecer-vos.- disse Mia.- Estou feliz por ficarem cá. O James raramente trás alguém para casa...Temos uma casa enorme e não trás cá ninguém. É um prazer ter-vos cá em casa. Fiquem o tempo necessário.

-Nós agradecemos. E, no que pudermos ajudar, é só dizer.- disse eu.

Mia foi até à cozinha colocar as compras. Tomás e James foram ajudá-la com as compras. Eu comecei a falar com James.

-Então, não trazes muitos amigos, hein?- disse eu.

-Tentei convidar-vos mas acho que os correios não sabiam para onde mandar as cartas.- disse James.

-Bem visto. Ela parece simpática.

-E é.

-Escolheste bem, tens bom gosto.

-Obrigado. Então, quanto ao emprego, se estiveres interessada, gostava de vos levar aos três a um sítio.

-Claro. Quando o Tomás e o Chase regressarem vamos.

-Perfeito. Eu vou ajudá-los com as compras.

James saiu e eu fiquei sozinha na sala. Olhei em redor e sorri: apesar de já se terem passado dois anos, a sala estava igual. Permanecia a mesma.

Mais tarde, tal com prometido, James levou-nos a um bar. Consegui ler, numa placa com luzes de néon verdes, o nome do bar: "Verdant".

Entramos no bar e James disse:

-Acham que podiam trabalhar aqui? Falo com os rapazes claro, para a Juliet tenho outros planos.

Chase e Tomás sorriram e Chase disse:

-Estás a brincar? Eu vou adorava trabalhar neste sítio.

-O que vamos fazer? Vamos servir às mesas?- perguntou Tomás.

-Achas? Para isso já existe muita gente.- disse James.

-Não faz mal. Este sítio é incrível. Até me contento só de limpar o chão deste sítio.- disse Tomás.

-Limpar o chão? Não, vocês estão a interpretar tudo mal.- disse James.- Eu conheço o dono do bar. Ele está à procura de gerentes. Vocês vão gerir o bar.

-Gerir este sítio?- disse Chase.- Brutal! Vou adorar.

-E eu.- disse Tomás.

-Espera lá. Tens a certeza de que o dono confia neles? Quem é o dono?- disse eu.

-Claro que o dono confia neles. E não te preocupes que eu conheço o dono perfeitamente.- disse James.

Entretanto, um empregado passou por nós e disse, dirigindo-se a James:

-Boa tarde, patrão.

Fiquei boquiaberta.

-Patrão!?- disse eu.

-Eu disse que conhecia bem o patrão. Ninguém me conhece tão bem como eu próprio. Tenho este bar à cerca de uma ano. Pensava que conseguia geri-lo mas, com o trabalho todo que tenho, não tenho tempo para o fazer. Assim, os rapazes podem geri-lo. Sei que é só temporário, porque não vão ficar cá para sempre, mas por enquanto é uma boa solução.- disse James.

-Oh, estou tão orgulhosa do meu menino.- disse eu apertando as bochechas de James.

-Pára, pareces a minha avó...- disse James.

-Pensei que a tua avó já tinha morrido.- disse eu.

-E já morreu. Por isso é que eu digo que pareces ela...- disse James.-Agora vamos, quero mostrar os escritórios aos rapazes. E depois vamos ao teu local de trabalho, Juliet.

James mostrou os escritórios, que eram grandes e estavam bem decorados, aos rapazes. De seguida, fomos até uma gravadora discográfica.

-O que é que aqui estamos a fazer James?- perguntei eu.

-Este vai ser o teu local de trabalho.- disse James.

Uma rapariga, alta e de pele morena, veio ter com James e disse-lhe:

-Bom dia senhor, era para o relembrar que a sua cliente mais recente, uma tal "Juliet Evergreen", grava amanhã a primeira canção. Ela tem de estar presente na cerimónia de bem-vindas.

-Obrigado Rose, depois vai ter comigo ao escritório para falarmos dos outros clientes.- disse James.

-Sim, senhor.- disse Rose, saindo de seguida.

-Tu também és dono disto?- perguntei eu.- E porque é que ela disse o meu nome?

-Sim, sou dono disto. Esta é a minha empresa de management. Eu sou manager. E ele a disse o teu nome porque tu vais ser uma das minhas cliente. Por outras palavras, vais ser cantora.- disse James.

-Primeiro, Uau. Segundo, quem é que te disse que eu sabia cantar?- disse eu.

-És um anjo...Não tens de ter uma voz divinal?- disse James.

-Eu sou um anjo, não uma sereia.- disse eu.

-Existem sereias?- perguntou James.

-Não!- disse Chase.

-Então ela sabe cantar, não sabe Tomás?- perguntou James.

-Não sei.- disse Tomás.

-Não sabes? Ela é tua mulher e tu não sabes se ela sabe cantar?- disse James.

-Não. Nunca a ouvi cantar.- disse Tomás.

-Oh, não me digas que ela não sabe cantar..Estou feito. - disse James.

-Não te preocupes.- disse Chase, sorrindo.

-Como não me preocupo? Estou prestes a agenciar alguém que não sabe cantar.

Eu sorri e, com a voz afinada, comecei a cantar o The Call da Regina Spektor (música na media). James esperou que eu terminasse e depois disse-me:

-Ah, afinal sabes cantar. Não podias ter dito logo isso?

Anjo Caído II: RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora