Cap. 11: Confusões e Discussões

266 24 1
                                    

Acordei de manhã na minha cama. Levantei-me e fui até ao jardim. Estive  bocado sozinha e depois James aproximou-se de mim:

-Não sabia que já estavas de pé.- disse ele.

-Não tinha sono. Obrigado por me trazeres para casa.- disse eu.

-De nada. É para isso que servem os amigos. O Tomás e o Chase parecem suportarem-se minimamente. Pregaste-lhes um grande susto.

-Bem...mesmo assim foram capazes de discutir.-Olhei para o chão e continuei.- Parece que as brigas deles são mais importantes do que eu. Se lá não estivesses nem um reparar que eu estava no chão.

Olhei para James e reparei que estava a olhar para trás de mim. Olhei para trás e vi Chase e Tomás. James deu-me um beijo na testa e deixou-me a falar com eles.

-É mesmo isso que pensas?- disse Tomás.

-É o que parece...- disse eu.

-Nos vamos tentar ser mais amigos...- disse Chase.

E assim foi. Nos dias que se seguiram, Chase e Tomás não discutiram.

Uma semana depois, no estúdio de gravação

-São sete da noite, estou cheia de fome e só quero ir para a cama.- queixei-me eu.

-Esta notícia vai valer a pena.- disse James.-Quarta-feira vais dar um concerto.

-Eu sei...dou todas as quartas um concerto no bar.

-Mas desta vez não: vais dar um concerto num pavilhão a sério. Vais dar um concerto no pavilhão da cidade.

-A sério? Isto é fantástico. As coisas estão finalmente a melhorar: o Tomás e o Chase estão a ficar amigos, vou dar um concerto no pavilhão. Boa! Este dia não pode ser melhor. Vamos para casa...estou ansiosa para contar aos rapazes.

Cheguei a casa e abri a porta entusiasmada. Mas o entusiasmo rapidamente passou quando vi Chase e Tomás a discutir. Tentando conter as lágrimas disse:

-Tenho de admitir: são bons actores. Quase acreditei que eram amigos...afinal só disfarçavam à minha frente.

-Juliet, escuta...- disse Chase.

-Não. Agora vão escutar-me vocês.- não consegui conter mais as lágrimas. A chorar, continuei.- Este era para ser o dia perfeito. Saí do carro e dirigi-me a casa com um entusiasmo que há já muito tempo não sentia. Pensei que ia contar a novidade e íamos os quatro festejar...Parabéns, foram os únicos capazes de estragar este momento: Não foi o Eobard, nem os anjos...Foram vocês. É nestas alturas que eu acho que o Eobard tem razão: como é que eu iria ser capaz de governar o céu inteiro se nem consigo fazer com os dois parem de discutir? Talvez desta vez eu não volte ao céu...Sabem que mais? Eu gosto da minha vida na terra e talvez aqui fique para sempre. É melhor do que regressar ao céu e ouvir-vos discutir. Eu não escolhi nenhum dos dois para não perder nenhum de vocês e agora vejo que essa foi a melhor escolha que fiz: são os dois uns imbecis.

Corri para o quarto e deitei-me na cama a chorar. Senti bater a porta e gritei:

-Deixem-me!

-É o James. Posso?- disse James.

-Sim.

James deitou-se na cama comigo e eu coloquei a cabeça sobre o seu peito... Chorei a noite toda enquanto ele me tentava consolar.

Anjo Caído II: RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora