capítulo um - primeira fase

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                     Florida, eua
                        Halloween

Desço a escada pulando de dois em dois degraus, em minha fantasia do Deadpool

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Desço a escada pulando de dois em dois degraus, em minha fantasia do Deadpool.

Kai está na sala, pegando o molho de chaves do cabideiro de chão e nossos pais estão na cozinha fantasiados de Gomez e Mortícia. Já é o quinto Halloween que Kai vai passar de fantasiado de Naruto, apesar do acordo ter sido ele se fantasiar de Wolverine para a gente combinar. Traidor, ele sempre vai preferir o Naruto.

— Pra onde você vai? — pergunto, vendo que ele sairia.

— Minho e eu vamos ao supermercado — ele diz e sei que vão aprontar. — Você quer vir com a gente? — chamou antes mesmo que eu me oferecesse para ir com eles no segundo em que escutei o nome de Minho.

— Quero! — me empolgo, sabendo que vou vê-lo. 

Só para contextualizar, o Minho é o melhor amigo do meu irmão e também a minha paixão platônica desde que eu tinha dez anos. O problema? Nem era ele ser o braço direito de Kai, mas sim ter dezenove anos, ser obviamente hetero e sem contar que sou "certinho" demais para ele. Caras tatuados e problemáticos como ele procuram adrenalina e eu sou só... eu, o garoto que tem medo até de responder a mãe do jeito errado.

Pelo menos tenho chances com ele quando fecho meus olhos.

— Ouvi você pedindo pra mamãe te deixar participar da caça aos doces com uns meninos — ele me mostrou um sorriso amistoso. — Fico feliz que esteja fazendo amigos.

— Ela não me deixou participar — murchei os lábios, emburrado.

— Eu falo com ela — piscou para mim e escutamos batidas na porta e a campainha tocar.

Kai segue para o hall e eu vou correndo logo atrás.

Passo em frente ao grande espelho e verifico a roupa justa vermelha e preta e dou uma arrumada nos meus fios castanhos.

Meu irmão abre a porta e Minho entra.

Gostaria de ter disfarçado a minha análise minuciosa melhor sobre o loiro alto de jaqueta de couro. Ele tinha seus fios loiros escuros num comprimento abaixo da nuca que formavam ondas leves no fim da raiz. Pele amarela clara, mandíbula marcada e olhos oblíquos.

Kai diz algo sobre ele não estar fantasiado, praticamente lhe dando um sermão quanto a isso e nada me preparou para o momento em que seus olhos foram direcionados a mim.

— Olha só o que temos aqui um mini Deadpool — ele se curva levemente para falar comigo e bagunça meu cabelo. Eu dou risada, tímido. — Eu adoro o Deadpool, ele é bem legal.

— E-ele é sim — me amaldiçoei por gaguejar.

— Vamos logo antes que o supermercado feche — Kai apressa e nossa mãe vem até a gente.

Degenerate • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora