O Grão-Senhor não sabia ao certo até quando seu corpo aguentaria.
O cheiro de ferro ainda persistia em seu olfato e a visão do vermelho vivo que pingava de Amara parecia a única coisa que ocupava seus sentidos.
As asas estavam tensas, cada movimento lhe trazendo a memória da guerra que evitava tanto relembrar. As mesmas malditas lembranças que o assombravam sempre que fechava os olhos.
Os gritos...
O sangue...
Os corpos...A magia.
Uma gota de chuva o despertou do estupor, não se atreveu a olhar para as nuvens acima de si. Ela riria de si, assim como acontecia todas as noites semelhantes a essa.
Por um momento permitiu que o frio o embalasse, uma dádiva que demonstrava que ainda estava vivo, que acabaria com isso.
Seus pés alcançaram o chão quando a tempestade intensificou e os olhos encararam o abismo enquanto a vontade absurda de se render à escuridão tomava conta de si.
- Apareça.
A voz não passa de um sussurro, um simples mover de lábios demonstrando a angústia que esconde em suas feições.
Mas não há resposta, apenas o vazio ecoando no fundo de seu peito.
Outro pesadelo, constatou. Seus olhos percorreram o ambiente, qualquer mísero movimento sendo capaz de atrair sua atenção.
Sangue escorria de seus pulsos, quando aquilo havia surgido? Ele não se lembra do corte. Os olhos passam a analisar a fina linha, profunda o suficiente para ser impossível estancar.
O desespero de Amara ao ver seu sangue.
- Sei que está aqui - murmura, os olhos agora fixos no chão.
- Está acabado - a sombra sussurra em seu ouvido, circulando seu corpo com curiosidade.
- O que quer agora? - ele rosna, os músculos enrijecendo com a frieza que o cerca.
- Três séculos atrás eu lhe respondi essa pergunta.
- Amara está viva! - ele se vira, uma tentativa fracassada de visualizar a criatura.
- Eu sei. Não graças a você.
- Não pode me culpar pelas escolhas dela.
- Sim, eu posso - ronrona sobre si, o toque gélido em sua pele provocando arrepios.
- Você não passa de uma ilusão.
Algo o agarra, seus pés deixando o chão enquanto seu pescoço é apertado. Rhysand tenta se manter acordado, o ar em seus pulmões tornando-se escasso.
- Se acredita tanto nisso, conte a eles - desafia, o rosto que tanto temia surgindo entre as sombras.
- Nunca.
Seus joelhos se chocam contra o solo, o som da risada desaparecendo ao longe sendo o único som diante de sua angústia.
A escuridão, como sempre, a testemunha de seu tormento.
Feyre toca seu rosto com delicadeza, a expressão preocupada enquanto limpa suas lágrimas.
- Estou aqui, querido. Olhe para mim.
Estava na sala de estar novamente, o círculo íntimo devastado sob seus cuidados.
Seus olhos alcançam Amren.
- Você não sabe o que ela passou - a conselheira dispara já ciente do que se passa na cabeça do Grão-Senhor.
- Irá defendê-la?
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Dangerous Memories
Fiksi Penggemar"𝐒𝐨𝐦𝐞 𝐥𝐞𝐠𝐞𝐧𝐝𝐬 𝐚𝐫𝐞 𝐭𝐨𝐥𝐝 𝐒𝐨𝐦𝐞 𝐭𝐮𝐫𝐧 𝐭𝐨 𝐝𝐮𝐬𝐭 𝐨𝐫 𝐭𝐨 𝐠𝐨𝐥𝐝 𝐁𝐮𝐭 𝐲𝐨𝐮 𝐰𝐢𝐥𝐥 𝐫𝐞𝐦𝐞𝐦𝐛𝐞𝐫 𝐦𝐞 𝐑𝐞𝐦𝐞𝐦𝐛𝐞𝐫 𝐦𝐞 𝐟𝐨𝐫 𝐜𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐢𝐞𝐬" Na época, todos foram apresentados a destruição que a última po...