Sarah Medina é a típica patricinha de filmes de romance adolescente: excêntrica, mimada e talvez um pouco ( ou muito ) antipática.
Sua família é uma das mais respeitáveis da alta sociedade e sua reputação é tão impecável quanto seu cabelo.
Mas em u...
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Vi Sarah sair pela porta seguida de Carla e novamente estava sozinho naquele apartamento gigantesco, agora a única coisa que eu tinha eram minha duas filhas, eu as amava mais do que amava a mim mesmo, e sem elas eu estava sozinho, sem esposa e nem mesmo um empregado pra me perguntar se eu precisava de algo.
Era estranho não ter mais minha esposa ali, mas ainda assim era libertador, estava triste e solitário, mas estava livre, livre de todas as cobranças, de todas as obrigações e de toda loucura, estava livre de um casamento sem amor algum.
Apaguei as luzes, sentei-me em meu sofá e peguei uma garrafa de whisky. Como não tinha ninguém para olhar, nem se quer me preocupei com um copo e apenas virei a bebida, que desceu queimando. Talvez esse fosse meu futuro ser um médico alcoólatra.
Começo a me perguntar como eu cheguei até ali, como fiz com que a minha vida saísse tanto do eixo, como me deixei ser infeliz. E foi ai que me lembrei dos momentos mais felizes já tive e todos eles eram com as minhas filhas, com a minha carreira e por fim com ela, a mulher a quem eu realmente amei.
Aquela mulher... Meu Deus aquela mulher... Ela era meu mundo, e é difícil dizer que a minha esposa não era essa mulher, é estranho dizer que o amor da minha vida não é a pessoa com quem eu passei 20 anos junto.
A mulher com que eu construi uma família era menos que um prêmio de consolação e eu passei todos os dias sendo assombrado por outra.E o pior de tudo é que ela sabia, até mesmo Eleonora sabia, não era um segredo que a mulher com quem eu realmente queria estar morava no lado alto da cidade.
E assim toda a nossa história passou pela minha mente. O dia em que nós conhecemos, em uma festa quando ainda moravamos no lado alto e eu era um estudante de medicina lutando para dar uma vida melhor para os pais e ela uma garota lutando pra se dar uma vida.
Ainda consigo sentir seu cheiro, consigo imaginar perfeitamente o brilho dos seus olhos, se me esforçar consigo até mesmo sentir seu toque novamente.
Não queria ter ido aquela festa, fui obrigado por uns amigos, e agora não sei se os agradeço, ou os amaldiçoo, mas naquela noite conheci o amor da minha vida.
Senti falta de seus olhos azuis como céu e seu cabelo castanho, seu rosto e da sua risada a qual eu poderia reconhecer em qualquer lugar, e a reconheci quando a vi Há 10 anos em um evento ao lado de seu novo marido.
Lá estava ela anos depois no mesmo lugar que eu, não éramos mais dois jovens lutando pelo seu futuro, éramos aquele futuro.
Quando dei por mim havia virado toda a garrafa, e com o álcool dominando minha mente peguei a chave do meu carro e sai correndo pelas ruas vazias de Plumeria.
Alguns minutos depois me encontrei na frente na porta da casa do ser pelo qual fui devoto todos esses anos, a mulher que estava em todos os meus melhores sonhos e todos os meus piores pesadelos.
