Depois de deixar Sarah em casa decidi passar em um bar não muito longe dali onde tomei um pouco (muito na verdade) de whisky, havia tido uma vitória naquela noite precisava comemorar, o que não esperava era que teria de lidar algo ou alguém quando chegasse em minha casa.
Logo na entrada avisto minha madrasta sentada no sofá roendo as unhas parecia se preocupar com algo.
- Onde estava ? Olha só as horas ! - gritou ela quando ouviu a porta bater
Tamara era um mulher muito bonita devo admitir, porém isso é principalmente graças ao dinheiro do meu pai. Ela tinha olhos azuis, pele esticada de plástica e cabelos loiros platinados. Naquele momento ela usava um roupão chique de algodão e uma camisola preta por baixo.
- Estava apenas rodando por aí - justifiquei de forma largada - queria conhecer a cidade nova.
- Você saiu de casa às 7 da manhã e só vem para casa agora - ela checa o relógio caro em seu pulso - às 2 horas da manhã. Você nem mesmo disse aonde estava, não mandou uma mensagem pra me dizer que estava bem. E então você chega tranquilamente e ainda por cima claramente bêbado.
- Desculpa te dizer mas eu não devo nenhuma satisfação Tamara - disse ríspido.
Tamara visivelmente começa a se estressar mas tenta se conter. Ela não podia perder sua pose de lady.
- Lucas - ela tenta recuperar sua paciência - Sou eu quem cuido dessa casa, do seu irmão e de você, eu sou a responsável. E eu gostaria de saber quando meu filho...
- Enteado - à corrijo.
Ela se cala por alguns instantes e uma veia começa a saltar de seu pescoço, seus olhos começavam a a ficar coloridos com um vermelho de quem segurava as lágrimas, sei que fui duro, mas não a via como mãe,e nunca veria.
- Quando meu enteado - ela se auto corrigi ainda tentando não perder a calma - sai de casa de manhã e chega só no dia seguinte.
- Você exagera demais, foi só uma saidinha e eu já tô aqui, só tava bebendo, eu sou maior de idade, pelo amor de Deus - digo revirando os olhos.
- Sim Lucas, você tem quase 19 anos, mas não conseguiu nem mesmo se formar no ensino médio, como espera que eu tenha alguma confiança nas escolhas que faz, ou nas atitudes que toma, principalmente depois do ano passado em que você quase foi preso.
- Armaram pra mim e você sabe.
- E as pessoas que armaram pra você não foram os seus "amigos" ? Acho que isso justifica as minhas dúvidas sobre o seu julgamento.
Depois de muito tentar ela finalmente consegue me deixar com raiva.
- Eu só tava tomando umas no bar, nada demais - disse chegando mais perto dela.
Fiquei um passo de distância de Tamara, e nossos rostos estavam quase grudados quando olhei no fundo dos olhos dela e sussurrei - Pelo menos não tava trepando com uma viúva rica pra usar o dinheiro dela.
Instantâneamente após ouvir a minha provocação minha madrasta não conseguiu se conter e levou sua mão com toda força até meu rosto me dando um tapa que ecoou por toda sala de estar.
Ajeito minha mandíbula depois do tapa que ainda ardia minha bochecha e a minha frente Tamara tentava se recompor depois da sua brutalidade.
- Vá para o seu quarto - ela sorri trêmula fingindo que nada aconteceu - está tarde precisa acordar cedo amanhã.
Apenas dei um riso abafado do quão cínica ela conseguia ser, e me retirei. Subi as escadas e cheguei no último andar da casa onde ficava meu quarto assim que abri a porta dei de cara com meu irmão Conrad que estava sentado em uma poltrona acariciando seu furão de estimação.
Só pela cara dele consegui ler seus pensamentos.
- Você escutou tudo não foi ? - perguntei enquanto tirava minha jaqueta e a jogava em cima da cama.
- A casa é grande mas as paredes são finas Luke.
- Eu não tenho culpa dela ser tão incoveniente - arfei.
- Ela se preocupa com a gente.
- Ela se preocupa que se não conseguir me colocar na linha o papai a culpe e ela perca a fortuna que ela deu - arqueio as sobrancelhas indicando o duplo sentido - tanto de si para conseguir.
Ao em vez de rir da piada Conrad apenas me olha com desaprovação, o que ignoro, nem todos tem senso de humor.
- Luke, você tá chateado com isso faz anos, e tudo que Tamara fez até hoje foi só tentar nos ajudar, ela até convenceu meu pai a aceitar e custear a minha transição.
- Devo admitir que ela tem o seus feitos, mas, é o mínimo que se pode fazer pelos filhos da mulher de quem você roubou o marido.
- A mamãe já estava morta quando os dois começaram a sair.
- Ela era nossa babá, os dois se conhecem desde antes de você nascer, é ingênuo o suficiente pra acreditar que eles não tinham nada antes dela morrer? - franzi a testa.
Conrad apenas fica em silêncio parece que ele não tinhas mais forças pra discutir, principalmente estando tão tarde da noite.
- Mas afinal porque você demorou tanto pra voltar pra casa hoje ? - ele muda de assunto de repente.
- Digamos apenas que foi um dia cheio - digo abrindo um sorriso.
- Você não tinha uma tutoria com a tal garota comprometida?
- Sim, e não resuma ela a só "comprometida" - digo fazendo gesto de aspas com as mãos.
- Quando você falou dela pra mim só deu uma grande ênfase nisso, e - disse com cara de nojo - também nos peitos dela.
- São enormes.
Consigo sentir o julgamento dele queimar minha alma.
- Ela namora Lucas, sei que não quer se amarrar a ninguém mas pelo menos deveria respeitar os relacionamentos alheios - apontou ele
- Eu não desrespeitei em momento nenhum, foi só um elogio.
Ele franzi a testa em desaprovação.
- Vai me dizer que nunca se sentiu atraído por uma mulher comprometida.
- Sim mas nunca tive as intenções que você provavelmente tem.
- Não sei do que está falando - olho para o outro lado me fazendo de desentendido.
- Sua fama lhe precede Lucas. E o seu sorriso de cafageste não esconde seus pensamentos obscuros - diz ele apontando pra minha boca.
- Deixa de coisa, só quero me tornar um bom amigo dela - nem eu acreditava no que dizia - dar meu ombro pra ela chorar quando precisar - sorri malicioso.
- Vocês homens cis são o mal da sociedade - disse se levantando.
- Talvez se agisse mais como eu não seria virgem.
- Agir como você iria contra todos os meus princípios então prefiro continuar sendo virgem - ele anda até a saída ainda acariciando seu furão em seu colo.
- Fala típica de alguém que nunca transou.
- Sexo não é tudo sabia Luke ? - ele diz em tom de julgamento.
- Fala típica de ... - estava repetindo minha última fala quando ele me corta.
- Boa noite Luke.
Conrad sai do quarto com seu furão me deixando sozinho com meus pensamentos.
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Meu Clichê Romântico - Garoto Problema
Roman d'amourSarah Medina é a típica patricinha de filmes de romance adolescente: excêntrica, mimada e talvez um pouco ( ou muito ) antipática. Sua família é uma das mais respeitáveis da alta sociedade e sua reputação é tão impecável quanto seu cabelo. Mas em u...