Estava com os braços apoiados na janela do carro e com meu queixo deitado no braço enquanto olhava a paisagem. Uma brisa soprava fraca em meus cabelos, estava devastada e tentava esconder isso de Lucas, não queria parecer fraca na frente dele de novo, então nem mesmo o olhei.
- Por que aqui é tão florido? ninguém tem nenhum ataque alérgico por causa disso?
Luke tenta puxar um assunto quebrando o silêncio que perdurava entre nós
Me afasto da janela, mas ainda evito olhar para ele, me concentrando a estrada em minha frente.
- É pelo turismo, Plumeria sempre foi conhecida por ser a Cidade das flores, é assim faz décadas, não temos um rio ou uma cachoeira como outras cidades do estado e não tem muitos atrativos em uma cidade tão pequena, então só as flores fazem as pessoas virem visitar pra ver. E sobre a alergia acho que a pessoa não tem opção se não se mudar.- Eu até entendo o negócio do turismo mas realmente precisava ter flores em todos os lugares e nessa quantidade?
Finalmente olho para ele.
- Não é em todos os lugares, até onde eu sei no lado alto não tem muitas.- Bom não faz sentido ter tantas flores poderiam deixar só nos lugares onde tem mais turistas.
- Você não entende, essas flores adicionam uma certa magia pra cidade, me sinto em um filme de romance toda vez que olho para eles, o ar é mais puro e sempre me ajuda a me acalmar talvez seja por isso que a taxa de criminalidade é tão baixa.
- Isso e porque se você for assaltado é bem provável que acabe descobrindo que o assaltante é seu vizinho.
Apenas rio e reviro os olhos.
O assunto termina e ficamos quietos mas conversar com Luke normalmente sem intrigas ou provocações depois de tanto tempo parecia realmente me fazer bem naquele momento então quis continuar.
- Por que não troca esse carro ? Quer dizer está caindo aos pedaços e você tem dinheiro pra comprar um 500 vezes melhor.
- Por que ele era da minha mãe.
De repente voltei a me sentir um ser humano horrível de novo. Ja havia chamado aquele carro de lata velha, velharia, sucata sobre rodas, lixão móvel e entre outros, me senti mal.
- Me desculpa...
- Tá tudo bem, eu sei que ele é velho mas foi o primeiro carro que ela ganhou dos pais e minha avó me deu quando eu fiz 18, é uma das poucas coisas que sobrou dela e ainda não estou pronto pra abandona-lo. Ela amava esse carro.
- Isso é lindo Luke, não sabia que você era tão sensível.
- Você não sabe nada sobre mim Sarah, você sabe o que as pessoas e sua própria cabeça inventaram sobre mim.
- Você não pode me culpar por pensar assim.
- Talvez não, mas você também não deveria tirar conclusões tão péssimas de uma pessoa.
- Talvez se você não aparecesse com uma garota diferente toda semana eu não achasse tão mal a seu respeito.
Achei que ele se sentiria ofendido mas rimos juntos.
- Chegamos - anunciou parando o carro
Olha para fora e vi o parquinho que sempre vinha com meu pai e minha irmã na infância, foi onde conheci Talia há anos atrás.
- Por que me trouxe no parquinho?
- Pra você se divertir ué.
- Eu não tenho mais 5 anos.
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Meu Clichê Romântico - Garoto Problema
RomanceSarah Medina é a típica patricinha de filmes de romance adolescente: excêntrica, mimada e talvez um pouco ( ou muito ) antipática. Sua família é uma das mais respeitáveis da alta sociedade e sua reputação é tão impecável quanto seu cabelo. Mas em u...