Mais um pra compensar os dias sem postar.
— Boa noite. Preciso de um quarto.
A moça da recepção me olhou com o senho franzido, ela sabia quem eu era e com quem eu estava. George era conhecido demais para o hotel inteiro não saber com quem ele estava hospedado.
— A senhorita já está hospedada aqui. Algum problema com a sua suíte?
— Não, problema nenhum. Só quero outro quarto.
— Infelizmente não temos acomodações disponíveis, algum problema com...
— Obrigada, vou procurar outro hotel.
— Senhorita, infelizmente estamos em uma semana de superlotação em todos os hotéis, sinto muito informar que a maioria está lotado, não seria melhor esperar ao menos até amanhã?
— Obrigada pela informação, mas vou tentar encontrar qualquer outro lugar. Vou precisar de um táxi.
— Lizie? Tudo bem?
Fechei os olhos e inspirei fundo ao reconhecer a voz do Marcelo, um jogador que tive um envolvimento há alguns meses e não acabou bem. Estava saindo com ele e outro jogador do time rival. Não tínhamos nada sério, mas ele se sentiu todo ofendido quando descobriu no dia do leilão no hospital da Sue. Terminamos tudo e não nos falamos mais. Eu precisava mesmo dar um jeito na minha vida amorosa, ou desistir de vez de ter uma.
— Marcelo, como vai?
— Melhor agora que te encontrei.
Recebi seu beijo na bochecha.
— Sempre galanteador.
— Está hospedada aqui?
— Estava, mas preciso mudar de quarto e aqui não tem outro disponível, vou ter que procurar outro lugar para ficar.
— Senhorita, o seu táxi chega em alguns minutos — a moça da recepção avisou.
— Cancele o táxi, a moça vai ficar comigo.
— Não, não vou mesmo — contestei erguendo os olhos para a moça que fingia não estar me achando uma puta barata que troca de cama com um estalar de dedos, não que eu devesse alguma coisa para ela.
— Lizie, já está muito tarde para você sair sozinha procurando algo que não vai encontrar. Vamos, o quarto que estou é bem grande, tem lugar de sobra para nós dois, e vai ser divertido ter alguém para conversar. Não pode ir muito longe com esse pé enfaixado.
Mordi o conto da boca tentando ponderar o convite. Marcelo não era nenhum desconhecido, além do mais, até onde me lembrava ele costumava cumprir a palavra.
— Não vou transar com você — esclareci.
— Nem passou pela minha cabeça.
Apertei os olhos em desconfiança, ele sorriu sedutoramente como quem diz, passou sim, basta você querer.
— Sei...
Ele pegou minhas malas e seguiu na frente. Eu estava andando com certa dificuldade por conta dos machucados no pé até entrarmos no elevador. Observei seus cabelos escuros muito bem-arrumados, calça preta agarrada às pernas torneadas, pernas de um jogar em ótima forma, camiseta preta de gola alta e blazer preto. O homem estava um arraso, como sempre.
— Você está muito bem-arrumado, voltando de alguma festa?
— Nem cheguei a ir, encontrei uma dama em apuros na recepção e achei mais divertido salvar a noite dela do que ir a uma festa cheia de gente chata.
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Corações Rendidos - A paixão indesejada do médico
ChickLitLucas Sou médico, pai solteiro e me dedico em tempo integral aos dois amores de minha vida, a medicina e uma garotinha esperta de seis anos de idade. Não tenho tempo para me apaixonar. Isso até uma loirinha irritante da língua afiada aparecer bagunç...