Capítulo 23

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Narrador

Dizem que os mais velhos são os mais sábios e talvez eles sejam, porém, isso não significa que você tem que acatar todas as regras, os mais novos estão mais expostos a riscos, mas imagina se nunca arriscassem sua vida pelo que desejam, assim os fracos são criados, presos debaixo das asas de seus criadores, sem expor seus desejos e ambições

Legolas não era um passarinho em uma gaiola, era solto para fazer tudo o que quisesse, mas havia algo, alguma coisa parecia puxá-lo para o oeste, toda vez que olhava para aquela direção, parecia ser puxado e queria ir

Às vezes é superproteção quando se tem um filho só e grande, Helemissa era uma ótima mãe que tentava proteger o seu filho sem sufocá-lo, mas Legolas sentia que precisava ir em direção ao oeste, seu peito chamava por isso, parava encarando o caminho, com desejo de atravessar a mata e descobrir o que havia do outro lado

Agora, solto pela floresta, suspirou e apenas continuou pegando algumas frutas, normalmente separava as sementes das frutas já degustadas e as plantava na floresta novamente para que nunca acabassem, Havia puxado o dom da sua mãe com a natureza, mas não utilizava muito, suas ambições eram outras

Gostava muito de caçar, Helemissa tentou tirar isso de seu filho, todavia sabia que essa era a natureza de seu pai e não podia reprimir os instintos de seu filho porque não achava certo, Legolas preparava sua carne longe de Helemissa, que se desmancharia em lágrimas se visse um animal morrendo com as flechas de Legolas

Em silêncio total, apontando o arco em direção ao cervo que andava pela floresta, puxou a flecha em direção ao animal, quando estava prestes a disparar, escutou vozes. Pela primeira vez, ouviu vozes de outra pessoa que não fosse sua mãe, o que o fez baixar a flecha, Caminhou em direção às vozes, se guiando por elas

Escondendo-se atrás de árvores para não ser visto, avistou uma carruagem aberta que tinha alguns animais atrás, Havia quatro elfos, dois em cima da carruagem e dois a pé, Legolas, sem se importar de ter ido para o lado oeste, continuou andando pela floresta, seguindo a carruagem escondido nas árvores, tentando ver os homens mais de perto

Quando um dos cavaleiros virou o rosto, Legolas pôde perceber as orelhas do elfo. Eram iguais às suas. Seus olhos se arregalaram um pouco, surpreso agora por perceber que os quatro homens eram da mesma raça que ele.

Seguindo os elfos de longe, viu um portão enorme. Esticando-se para poder ver o que tinha dentro, deparou-se com uma vila e pôde ver um castelo ao fundo, Ficou encantado pelo que viu: pessoas andando pela cidade, o comércio funcionando, Sentiu que estava em casa

Curioso para saber mais, quando os elfos avançaram para dentro, os guardas da porta se distraíram, Então ele apressou o passo, passando pelo portão e rapidamente caminhando em direção à aldeia

Agora, seu rosto era de espanto e alegria, Havia muitos elfos de sua raça por ali, andando pelas ruas ou sentados na praça enquanto cantavam e algumas mulheres dançavam, Parecia tanto com eles

- Invasor! - um elfo que havia visto o jovem atravessando o portão no momento da distração dos guardas, percebendo suas vestes diferentes, gritou alto

Legolas escutou o grito e virou-se em direção à voz, Naquele momento, todos estavam olhando, Legolas balançou as mãos tentando acalmar o elfo, percebendo que todos se afastavam

- Sou vizinho! Não farei nada... Vim para conhecer - Legolas tentou explicar

Os soldados rapidamente correram em direção ao elfo, pegando-o pelas mãos e puxando-o para trás, colocando-o em posição submissa, como se fosse um prisioneiro, Legolas nunca havia sido tratado assim, então parecia assustado, se debatendo enquanto era arrastado pelos soldados

Favorita do rei - Thranduil Onde histórias criam vida. Descubra agora