𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏

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— Yuri? Chegamos! — A voz do meu pai me desperta dos meus pensamentos. O carro para em frente ao colégio. Dou uma olhada rápida pela janela, sem muita animação. O prédio é imponente, com janelas grandes e muros altos, mas não sinto nada além de um aperto no peito.

— Sei que você não está empolgado para estudar aqui, mas este é um excelente colégio, filho. Vai ficar tudo bem. Só tenta se adaptar. — O tom dele é firme, mas carrega uma leve preocupação.

Respiro fundo. Ele já disse isso antes, tantas vezes que é difícil não deixar escapar um sorriso cínico.

— Eu sei, pai. Vou tentar. — Respondo, pegando minha mochila do banco de trás, tentando evitar que ele inicie mais um dos seus discursos motivacionais.

— Certo. — Ele olha para o relógio, sempre correndo contra o tempo. — Vou estar em uma viagem de negócios, mas já estão autorizadas as saídas para o fim de semana para você ir para casa. Seu carro ainda está na revisão, mas assim que estiver pronto, eles vão entregar. — Ele faz uma pausa, e seu olhar suaviza. — Vamos nos falando por mensagem, tá?

— Tá. — Abro a porta e saio, sentindo o peso do momento cair sobre meus ombros. O som da porta se fechando parece definitivo.

Puxo o capuz do meu moletom sobre a cabeça, como se pudesse me esconder um pouco mais do mundo. Respiro fundo e encaro a entrada do colégio. Isso vai ser difícil.

Ao entrar no hall principal, sou recebido por um silêncio desconfortável. As paredes brancas e os pisos brilhantes refletem a luz do teto de forma fria e impessoal. A decoração é moderna, mas falta algo... alma, talvez? Olho em volta, à procura de algum sinal que me indique onde fica a diretoria, mas a única coisa que encontro é uma recepção deserta e um corredor que parece se estender infinitamente.

— Ei, o que está fazendo aqui? Deveria estar com os outros alunos. — Uma voz rude interrompe meus pensamentos. Um monitor de uniforme me encara, impaciente, como se eu fosse um incômodo no seu dia.

— Sou novo aqui. Acabei de chegar. — Tento manter a voz estável, mas não consigo esconder o desconforto.

Ele me encara por um segundo, antes de apontar em direção a um corredor. — A cerimônia de boas-vindas já começou. O auditório é no final do segundo corredor. Se apresse.

Antes que eu possa responder, ele já está indo embora. Suspiro e sigo na direção indicada. Que ótimo, já estou atrasado e nem sabia que tinha uma cerimônia.

Quando finalmente entro no auditório, percebo que a cerimônia está pela metade. O diretor está no palco, falando algo sobre "um novo começo" e "oportunidades". Ignoro. Não estou interessado em discursos inspiradores. Encontro um lugar vazio no fundo, e me sento, colocando discretamente os fones de ouvido. Deixo a música me transportar para longe enquanto finjo prestar atenção. Observo alguns alunos ao redor, inquietos em suas cadeiras, claramente tão entediados quanto eu.

Nem tudo são flores (Yaoi/Bl) Onde histórias criam vida. Descubra agora