𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟕

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𝐒𝐚𝐬𝐚𝐤𝐢 𝐎𝐍

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𝐒𝐚𝐬𝐚𝐤𝐢 𝐎𝐍

Finalmente consegui despistar a Kazumi. Ela passou o dia inteiro grudada em mim, como uma sombra incansável. Havíamos combinado de passar o dia juntos, mas, sinceramente, não estou no clima. A noite passada foi uma bagunça de insônia, e tudo que quero agora é um pouco de paz. Entro no quarto e o barulho da porta se fechando me dá uma estranha sensação de alívio. Largo a mochila no chão e vou direto para o banheiro. Um banho quente e demorado é o único jeito de tirar o peso do dia dos meus ombros.

Saio do chuveiro e visto um conjunto de moletom azul confortável e, com o livro na mão, me acomodo na cama. Hoje o dia está frio e chuvoso, perfeito para me perder nas páginas e finalmente relaxar. O som rítmico da chuva contra a janela traz uma sensação de calma, como se cada gota lavasse, o cansaço acumulado.

Porém, o silêncio não dura muito.

A porta do quarto se abre de repente, Yuri entrar, completamente encharcado. Ele não me olha, apenas larga a mochila perto da porta e vai direto para o banheiro. Há algo esquisito em seu comportamento hoje, algo tenso. Na sala, ele estava ainda mais quieto do que de costume, e o jeito como ele mexia no cabelo quase o tempo todo, como se tivesse nervoso ou angustiado, me chamou atenção. Mas seja lá o que for, não é problema meu. Volto a atenção ao livro.

Minutos depois, Yuri volta. Sem as lentes de contato, vestindo um short cinza e uma blusa de moletom vermelha. Vermelho? Será que essa é sua cor favorita? Não que isso me importe. Mas, mesmo enquanto finjo estar concentrado no livro, a tensão no ar é palpável.

As luzes piscam por um instante, e Yuri dá um pequeno sobressalto.

— Tá com medo, Yuri-chan? — provo, sem levantar os olhos do livro, tentando suavizar o clima.

— Não. — Ele responde com firmeza, mas o tom é mais áspero do que o normal. — E para de me chamar desse jeito ridículo. Eu tenho nome, sabia?

Sorrio de canto, ainda sem o encarar.

— Tá bom, Yuri. — Faço questão de deixar meu tom informal. Sei que isso o incomoda.

— Por que você tá sendo informal? A gente não é amigo.

— Não precisa tanta formalidade. Somos colegas de quarto. Pode me chamar pelo meu nome também, se quiser. — Sinto um leve sorriso escapar enquanto falo, mas ele apenas revira os olhos.

As luzes piscam de novo, e posso ver claramente que ele está cada vez mais desconfortável, mas decido não tocar no assunto.

De repente, um trovão ecoa, fazendo as janelas vibrarem. O som grave e estrondoso preenche o quarto.

— Parece que o mundo tá desabando lá fora. — Tento soar casual, mas noto a tensão dele aumentar.

— É... parece. — Ele murmura, desviando o olhar.

Nem tudo são flores (Yaoi/Bl) Onde histórias criam vida. Descubra agora