Capítulo 6

23 9 0
                                    

Agora me sentia um pouco mais segura, bom, pelo menos meus seios estavam seguros. Depois de um longo tempo brigando com os tamanhos que Erik havia enfiado dentro da sacola, finalmente encontrei um que coube em mim.

Claro que sentia um pouco ridícula por estar sendo sustentada por um sutiã vermelho que possuía mais renda do que sustentação, pelo menos, estavam guardados o suficiente para não marcar minha roupa.

E ao sair do banheiro Erik não estava mais ali, o que me deixou momentaneamente aliviada. Então apenas guardei as roupas que sobraram e me encolhi na cama novamente, não tinha muito o que fazer até que ele voltasse para combinarmos como faríamos para invadir o reservatório de gás.

Abri o notebook e a ficha dele apareceu novamente para mim, os olhos azuis afiados e sérios mirados para a câmera. Era como se ele pudesse destruí-la em apenas um piscar, seus ombros mal cabiam na foto e os cabelos pareciam mais rebeldes do que agora.

Respirei fundo tentando conter a sensação ruim que me percorreu, independentemente do que ele tivesse feito, a CIA deve ter realocado-o por alguma razão e, além disso, deveria haver alguma razão específica para que ele tenha cometido esse massacre.

Meus pelos arrepiaram, mesmo que ele se parecesse com um guarda-roupas de seis portas, ainda era como se ele não fosse capaz de tocar em uma pessoa inocente. Talvez fosse impressão minha, não sabia como explicar, mas poderia haver algo ali.

Fechei as páginas sem olhar para mais nenhuma palavra daquela ficha, eu não tinha o direito de vasculhar sua vida e isso não deveria ser da minha conta. Seria apenas um trabalho e nada mais, então eu voltaria para casa e meu irmão estaria coberto em todos os seus procedimentos.

Minha mãe finalmente teria um pouco de tempo para viver além de fazer isso por David.

Abri o sistema privado e loguei em uma das minhas contas, uma calmaria me tomou assim que vi as cores vibrantes que eu tanto conhecia do jogo em que quase fui banida. Mordi o lábio inferior e iniciei.

A batalha foi intensa enquanto tentavam contra mim, mas sempre fui uma das melhores e foi fácil derrotar quem estava atacando meu castelo.

Ei Lene, onde você estava ontem? Precisamos de você para a batalha da madrugada e você sequer deu sinal de vida.

— Encontrei um novo trabalho e acabei ficando presa nele — bom, isso não era realmente uma mentira. — Então pode ser que nos próximos dias vocês tenham que proteger a muralha sozinhos.

Roger foi um dos poucos amigos que mantive online, ele era um chato e me cantava a cada cinco minutos, mas era divertido jogar com ele. Nesses momentos, eu agradecia por morarmos a países de distância e assim eu não precisaria recusar seus convites pessoalmente.

Porra, você consegue cada coisa... — suspirou. — Aí, mas aposto que esse trabalho não dura mais do que dois dias, você é incrível com o teclado.

Eu revirei os olhos, ainda bem que não liguei a câmera dessa vez ou ele veria a minha cara de que eu não gostava nada desses avanços.

— Pare de querer apostar tudo, Roger.

Ele riu.

Você é muito careta para quem está em primeiro lugar nesse jogo, vamos, se eu ganhar e esse trabalho acabar antes de dois dias, você terá de aceitar jogar Strip Poker comigo. Valendo tudo.

— Nem ferrando, esqueça.

Vamos, eu mereço isso por guardar nossas muralhas enquanto você está fora e qual é, sou seu amigo, podíamos deixar a amizade mais interessante.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora