Capítulo 3

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 Eu estava caindo de sono, mas fui basicamente arrastada para fora do quarto onde me enfiaram noite anterior. Além de me trancarem ali, trouxeram algumas roupas que roubaram da minha casa e mais algumas bandejas de comida. O que me fez duvidar que desconfiar que tinha algo a ver com a minha aparência.

Mas comi ignorando o que pensavam, nunca me importei muito com isso, principalmente por nunca sair de casa. Trabalhar na frente da tela do computador às vezes me fazia esquecer que precisava comer, o que fez com que minhas roupas ficassem mais largas do que deveria. Mas isso era sem consideração aos meus seios que não diminuíram nada de tamanho e ainda me dão enormes dores nas costas.

— Merda, já chamou Erik, Stacy? — Nathaly suspirou.

Stacy deu de ombros, só consegui ver isso por que o som das duas batucando na mesa me acordaram.

— Como ele pode ser tão arrogante?

Nathaly também deu de ombros, impaciente, começou a sacudir os pés também.

Não tive muitas informações sobre Erik, também não o vi mais depois que me largou no refeitório com comida suficiente para quatro pessoas e por acaso, Stacy apareceu alguns minutos depois e então me levou para o quarto-prisão dentro desse prédio sem saída.

Se dependesse desse cara, eu teria dormido em cima da bandeja de batatas fritas.

— Chame ele novamente, ou acabarei puxando-o...

A porta se abriu e um peso estranho encheu a sala, quase cai da cadeira tentando me manter acordada no lugar. Não precisei virar para a porta atrás de mim para saber o que estava acontecendo, um arrepio percorreu minha espinha e se espalhou pela minha nuca.

— O que essa magricela continua fazendo aqui? — eu suspirei, eu também não queria estar aqui.

— Se preparando como você para o próximo trabalho.

Ele bufou puxando a cadeira de frente para mim.

— Não.

— Seguindo com a missão. — Nathaly o ignorou, fazendo os olhos azuis semicerrarem em sua direção. — Recentemente, encontramos na Dark Web menções sobre um suposto ataque terrorista cibernético. O problema é que nada foi realmente comprovado e todas essas pequenas pistas desapareceram.

Recostei na cadeira tentando acomodar minhas costas, não haviam me trago sutiã e a falta de sustentação estava me matando lentamente. Felizmente, as camisetas que vieram com meus jeans cobriam mais do que o suficiente do meu corpo, quase chegando aos meus joelhos.

Erik cruzou os braços e acomodou uma perna em cima do joelho, ficando visivelmente entediado com as palavras de Nathaly. Quão arrogante um homem poderia ser para chegar a esse nível?

— O que Chad, o pobre analista que Erik afugentou da última missão encontrou, foi apenas um endereço em Dublin. Algo foi deixado nesse endereço ou algo acontece nele para ter sido apresentado na Dark Web e retirado tão rápido quanto.

Ainda estava cansada demais para conseguir me equiparar a atenção que todos mantinham na sala, mas estava presente o suficiente para perceber o olhar acusatório na minha direção.

Erik parecia um armário de peruca loira, encapado com uma jaqueta preta tão esticada em seus braços que qualquer movimento brusco poderia rasgá-la facilmente. A cara ranzinza também não ajudava muito, eu teria medo dele se ele não fosse tão prepotente. Isso só mostrava que era um imbecil como todos os homens.

— Então, como acordado, Selene participará da missão e te ajudará a entrar no prédio sem ser detectado. Não podemos ser expostos dessa vez, está entendendo Erik? Quebrar tudo ao seu redor está fora de cogitação, a diretoria está no meu pé por causa do seu pavio curto.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora