Capítulo 2

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Minha boca simplesmente não queria se fechar e talvez estivesse com a maior cara de idiota, mas não importava, eu tinha razão para isso.

A loira em questão era Nathaly, uma "agente" da "CIA" enviada para saber mais sobre "MIM".

Comecei a rir depois que o choque passou, foi uma mistura de pânico e descrença, talvez eu estivesse sendo alvo de uma pegadinha. Ainda descobriria isso no fim, indo para a cadeia ou para o conforto do meu apartamento com uma bela dor de cabeça.

Ela me trouxe para uma sala branca, depois de algumas horas presa dentro de um carro completamente negro, eu sequer pude ver o caminho lá fora.

Ao menos não fui morta na beira de uma estrada qualquer.

— O que me diz, Selene?

Continuei rindo, sentindo minhas mãos suarem e começarem a tremer. Tinha certeza de que era um ataque de pânico, mas estava concentrada demais no rosto impassível e sério dela para dar alguma certeza disso.

— Espera, primeiro preciso encontrar as câmeras — caçoei, isso não poderia ser realmente possível, não é? — Quanto foi que pagaram para vocês me enganarem desse jeito? Sério, porque isso está sendo muito bem elaborado.

Ela suspirou apoiando os cotovelos na mesa, talvez essa brincadeira estivesse indo longe demais.

— Escute, menina. Repetirei apenas para que fique extremamente claro. — Meus pelos eriçaram. — Estamos te dando duas opções: primeira e mais óbvia, você será presa e o dinheiro roubado será enviado de volta para o banco, tirando a oportunidade do seu irmão ser tratado ou... — ela se recostou novamente, com um sorriso desdenhoso. — Trabalha para nós, seu roubo será perdoado e nenhum mísero centavo será retirado do tratamento do seu irmão. Além disso, pagaremos um salário devidamente ajustado para o trabalho que fornecerá.

— Tudo bem, a brincadeira está indo longe demais.

— Mais uma coisa, seguirá direto daqui para esse trabalho. Poderá entrar em contato com Claire e explicar que irá passar alguns meses fora de casa, poderá manter contato com a família normalmente. No entanto, manterá o sigilo absoluto sobre o tipo de trabalho que está fazendo no momento.

Voltei a rir, mas dessa vez sabia que era por puro nervosismo. Minhas mãos suavam e uma inquietação insuportável me fez sacudir os pés descontroladamente.

— Isso é realmente sério?

Ela meneou a cabeça e ergueu a mão, acenando para alguma coisa invisível na sala branca. Em segundos, duas mulheres entraram na sala vestidas iguais à Nathaly, mas carregavam uma bolsa, crachá e um bloco de papéis do tamanho de um livro de quinhentas páginas.

— Forneceremos estadia, suporte e alimentação. Além de um novo computador, onde terá acesso à rede internacional liberado e consentido pelos superiores, mas reportará a mim a cada sete dias, juntamente com quem você dará suporte em tempo real.

Ergui a sobrancelha, esperando que ela continuasse.

— Os dois farão uma chamada de vídeo comigo no fim de cada sétimo dia para reportar os avanços e os estragos feitos para agilizarmos os reparos. — Ela suspirou, massageando as têmporas. — Acredite, você terá mais trabalho para reportar isso do que prestar esse suporte.

— Isso tudo parece uma grande piada... — resmunguei, puxando o crachá azul com todas as minhas identificações, droga, isso parecia mesmo real.

— Chame-o aqui, Stacy — suspirou e eu só conseguia olhar para aquela foto que foi a mesma usada na minha identidade. — Mais uma coisa, Selene...

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora