— Está de brincadeira comigo Nathaly!?
Eu não sabia se dava risada da cara vermelha de Erik ou do inferno que sua chefe estava fazendo em sua pobre vida, afinal, como ele poderia dividir o quarto com a magricela dos computadores?
Na verdade, ainda não entendia o que tanto ele tinha contra mim, ou a minha presença. Não dormiria na mesma cama que ele ou o forçaria a pentear os cabelos bagunçados.
Sinceramente, só queria poder descansar um pouco minhas costas que pareciam carregar o peso do mundo e a porcaria do tornozelo machucado. Mas ele não parecia querer cooperar com o silêncio enquanto gritava com Nathaly sobre o quarto, como se fossemos dormir agarradinhos.
Credo.
Eu sequer me via deitando com alguém que não fosse eu mesma, não por falta de oportunidade, mas porque não me sentia a vontade e nem mesmo tinha tempo para namorados. O que me permitiu continuar assim, virgem até os vinte e cinco anos.
Não me importava realmente tanto com isso e, além disso, nunca precisei de ninguém para me ajudar a satisfazer meu corpo, eu podia fazer isso muito bem sozinha, então, mas nunca vi necessidade de tocar em ninguém. Nem mesmo me lembro da última vez que beijei alguém, o pensamento me fez rir, jamais faria nada disso se continuasse presa dentro do meu quarto enquanto peço comida por aplicativo.
Só me faltava ter quinze gatos com nomes de idosas.
— Isso é ridículo, Nathaly! — Berrou bagunçando o ninho loiro que chamava de cabelo.
Erik possuía um punhado de cabelos lisos e espessos no alto da cabeça, geralmente penteado para trás, mas agora, caiam por todos os lados de tanto que os puxava com raiva.
— O orçamento não tem nada a ver com isso, onde está a porra da privacidade para mim e para ela? Já não basta a missão?
Juro ter ouvido Nathaly gritar com ele do outro lado da linha, o que fez os ombros largos caírem em desistência. Mas não antes de gritar mais algumas vezes me forçando a jogar uma das almofadas de decoração da cama nele.
Onde estava a magricela agora, imbecil?
Ele me encarou confuso por alguns minutos e voltou a conversa no telefone, mas Nathaly parecia irredutível quanto ter um quarto a mais para fugir da menina magricela.
Minhas costas doíam tanto que me apoiar nos travesseiros não estava sendo o suficiente para amenizar o peso, então, assim que o armário virou de costas para mim, abracei meu próprio corpo fazendo um apoio improvisado para os meus seios.
A sensação de leveza me fez suspirar finalmente sentido alivio tomar meus ombros e costas, eu sem dúvidas odiava ter que passar por todo esse estresse por causa de um par de seios.
Fechei os olhos e permaneci na mesma posição, aproveitando os poucos segundos que ainda haviam entre segurá-los e ter que soltá-los para que não ficasse completamente constrangedor.
— Tudo bem, me exaltei, sinto muito. Mas da próxima vez, lembre-se disso, droga. — Erik desligou, mas não consegui me mexer, estava sentindo dores desde a noite passada por falta dos meus sutiãs.
Porém, isso durou pouco, já que o guarda-roupas limpou a garganta me fazendo lembrar de me recompor. Sei que não estava fazendo nada de errado ou provocativo, mas para meu metro e meio e a magreza que meu corpo adquiriu conforme eu me descuidava, eles haviam ficado imensos.
— Desculpe, mas quando foram a minha casa, se esqueceram que sou uma mulher e preciso de roupas íntimas e com o tornozelo dessa maneira, não vou poder sair para comprar novos. É só não olhar, droga. Nunca viu peitos na vida?

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ERRO 404 - Um Jogo Perigoso
RomansaVocê roubaria meio milhão para salvar a vida de seu irmão mais novo? Foi exatamente isso o que Selene precisou fazer, arriscou sua liberdade para dar uma chance ao seu irmão de ter uma vida saudável e não se importou de ser presa por causa disso. El...