Meus ossos ainda batiam quando fui colocada dentro do carro, nossas coisas foram abandonadas dentro do hotel já que não teríamos tempo para parar e pegá-las. Nos perseguiram até que Erik finalmente entrou numa rua escura e deixou o carro que usávamos para roubar outro, isso nos deu alguma vantagem e ninguém estava mais nas nossas costas.
Nunca senti tanta adrenalina em toda a minha vida.
Atravessamos parte da cidade até encontrarmos um hotel expresso do aeroporto, no entanto, ao estacionarmos, disseram a Erik que estava cheio. Irritadinho, bateu a porta de vidro e voltou para o carro e seguimos para o próximo que por sorte, parecia incrivelmente vazio, até entrarmos.
O problema, não foi ter uma recepção cheia e completamente iluminada, e sim os olhares na minha direção provavelmente julgando minha camisa de banda preferida e meus cabelos bagunçados.
Mas como poderiam saber que eu quase fui atacada e que fugíamos de homens armados de um prédio misterioso?
— Temos vaga, sim, mas como podem ver, o hotel está em seu limite e restou apenas um pequeno quarto disponível e... — A recepcionista pausou suavemente, passando os olhos de mim para Erik. — A cama não é kingsize.
Eu tossi uma risada e Erik bufou, estávamos exaustos e precisávamos sair de vista antes que nos pegassem na recepção de vidro.
— Tanto faz, pode ser esse mesmo.
— Você assinará por sua filha.
Dessa vez foi Erik quem suspirou um riso na minha direção.
— Isso é sério? — Resmunguei puxando o documento dos meus bolsos batendo-o na mesa. — Eu assino por mim mesma, agora me entregue essa chave, logo.
Ela se desculpou enquanto eu batia o pé em direção ao quarto que indicou.
— Quase não dá para ouvir os xingamentos que estão rodopiando dentro da sua cabeça.
— Me deixe em paz.
— Isso vai ser um pouco difícil de acontecer, docinho. Teremos que dividir mais um quarto.
Usei a chave escancarando a porta, tentando ignorar o quanto essa palavra idiota que ele usava estava me afetando estranhamente.
— Ótimo, isso é tão clichê. — Resmunguei para a cama de casal, no entanto, havia uma cadeira larga o suficiente ao lado, sogo abaixo da janela. — Que maravilha, você não precisará dormir no chão.
Erik riu com escárnio fechando a porta atrás de si.
— Nem pensar, vou dormir na cama também ou se esqueceu que me fez pular de uma janela? Preciso de um banho e descansar. — Disse enquanto eu colocava a bolsa em cima da cama. — Não se preocupe comigo ao seu lado, não mordo, a não ser que mereçam ou peçam.
Engoli seco.
— Pre-precisamos de roupas e-e não posso sair dessa forma para pegar algo pa-para comer — tentei desviar o assunto, mas já era tarde demais e meu rosto queimava como o próprio inferno.
Ele riu dando alguns passos na minha direção, meu corpo ficou tenso e quase corri para fora, mas ele simplesmente passou por mim indo em direção à janela.
— Irei verificar se há lojas no hotel, pode seguir para o banho.
— Tu-tudo bem... — droga, desde quando eu tinha problemas em falar?
Deixei a bolsa em cima da cama e corri para o banheiro, fugindo do olhar assertivo de Erik. Tranquei a porta e me apoiei na pia, respirando devagar até sentir que não havia mais espaço para ter ar dentro de mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ERRO 404 - Um Jogo Perigoso
Roman d'amourVocê roubaria meio milhão para salvar a vida de seu irmão mais novo? Foi exatamente isso o que Selene precisou fazer, arriscou sua liberdade para dar uma chance ao seu irmão de ter uma vida saudável e não se importou de ser presa por causa disso. El...