Capítulo 8

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Meus ossos ainda batiam quando fui colocada dentro do carro, nossas coisas foram abandonadas dentro do hotel já que não teríamos tempo para parar e pegá-las. Nos perseguiram até que Erik finalmente entrou numa rua escura e deixou o carro que usávamos para roubar outro, isso nos deu alguma vantagem e ninguém estava mais nas nossas costas.

Nunca senti tanta adrenalina em toda a minha vida.

Atravessamos parte da cidade até encontrarmos um hotel expresso do aeroporto, no entanto, ao estacionarmos, disseram a Erik que estava cheio. Irritadinho, bateu a porta de vidro e voltou para o carro e seguimos para o próximo que por sorte, parecia incrivelmente vazio, até entrarmos.

O problema, não foi ter uma recepção cheia e completamente iluminada, e sim os olhares na minha direção provavelmente julgando minha camisa de banda preferida e meus cabelos bagunçados.

Mas como poderiam saber que eu quase fui atacada e que fugíamos de homens armados de um prédio misterioso?

— Temos vaga, sim, mas como podem ver, o hotel está em seu limite e restou apenas um pequeno quarto disponível e... — A recepcionista pausou suavemente, passando os olhos de mim para Erik. — A cama não é kingsize.

Eu tossi uma risada e Erik bufou, estávamos exaustos e precisávamos sair de vista antes que nos pegassem na recepção de vidro.

— Tanto faz, pode ser esse mesmo.

— Você assinará por sua filha.

Dessa vez foi Erik quem suspirou um riso na minha direção.

— Isso é sério? — Resmunguei puxando o documento dos meus bolsos batendo-o na mesa. — Eu assino por mim mesma, agora me entregue essa chave, logo.

Ela se desculpou enquanto eu batia o pé em direção ao quarto que indicou.

— Quase não dá para ouvir os xingamentos que estão rodopiando dentro da sua cabeça.

— Me deixe em paz.

— Isso vai ser um pouco difícil de acontecer, docinho. Teremos que dividir mais um quarto.

Usei a chave escancarando a porta, tentando ignorar o quanto essa palavra idiota que ele usava estava me afetando estranhamente.

— Ótimo, isso é tão clichê. — Resmunguei para a cama de casal, no entanto, havia uma cadeira larga o suficiente ao lado, sogo abaixo da janela. — Que maravilha, você não precisará dormir no chão.

Erik riu com escárnio fechando a porta atrás de si.

— Nem pensar, vou dormir na cama também ou se esqueceu que me fez pular de uma janela? Preciso de um banho e descansar. — Disse enquanto eu colocava a bolsa em cima da cama. — Não se preocupe comigo ao seu lado, não mordo, a não ser que mereçam ou peçam.

Engoli seco.

— Pre-precisamos de roupas e-e não posso sair dessa forma para pegar algo pa-para comer — tentei desviar o assunto, mas já era tarde demais e meu rosto queimava como o próprio inferno.

Ele riu dando alguns passos na minha direção, meu corpo ficou tenso e quase corri para fora, mas ele simplesmente passou por mim indo em direção à janela.

— Irei verificar se há lojas no hotel, pode seguir para o banho.

— Tu-tudo bem... — droga, desde quando eu tinha problemas em falar?

Deixei a bolsa em cima da cama e corri para o banheiro, fugindo do olhar assertivo de Erik. Tranquei a porta e me apoiei na pia, respirando devagar até sentir que não havia mais espaço para ter ar dentro de mim.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora