8 - Querido Diário

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O Início

2010

Depois de entrar no carro, papai acelerou, me fazendo assustar e grudar as unhas no assento de couro, eu não faço ideia do que ele estava fazendo, disse que ele estava me assustando, ele deu uma gargalhada e desacelerou um pouco a velocidade do carro. Perguntei sobre o porque dele estar com tanta pressa. Ele disse que queria aproveitar minhas férias, já que só tínhamos 15 dias para aproveitar.

Quando chegamos em casa, mamãe segurava Pietra no colo, a pequena tentava se soltar, estava alegre e dava pequenas gargalhadas, batia palminhas com suas pequenas mãozinhas, papai ao passar pela porta da frente, pegou ela no colo e a jogou no ar, ela deu altas gargalhadas, papai a mimou mais um pouco antes de entregar ela pra mim e ir dar várias beijocas na mamãe.

Pietra me encarou por poucos segundos, já que a última vez que nos vimos ela havia acabado de nascer. Dei um sorriso e comecei a brincar com ela, que abriu um grande sorriso, no início, pensei que ela iria chorar, por não se lembrar de mim, mas ela acabou ficando mais eufórica.

Pietra estava usando um vestido cor de rosa com detalhes brancos, seus poucos cabelinhos estavam amarrados em duas xuquinhas com lacinhos rosa, mamãe usava um vestido de seda vermelho com uma fenda até o joelho direito, usava saltos pretos de cor vibrante, pulseiras, brincos e colar dourado, seu cabelo estava solto.

Mamãe olhou para mim e para papai, nos mandou ir nos arrumarmos, então subi até meu quarto, passando pela cama vi um lindo vestido azul, com rendas e brilhos, do lado dele estava um sapatinho branco, junto de um colar com formato de borboleta azul, um laço de cabelo azul e uma linda bolsinha também em formato de borboleta.

Rapidamente tomei um bom e quentinho banho, usei meu shampoo e condicionador de Blueberry, depois de arrumar o cabelo e colocar o laço, passei perfume, coloquei o colar, o sapato, peguei meus fones de ouvido e meu celular, coloquei eles dentro da bolsa e desci as escadas

Ao descer, papai já estava lá, usava um terno azul marinho com detalhes brancos, gravata preta com detalhes azuis, sapato social preto, seu cabelo estava penteado para o lado, sua barba estava feita, ele só fazia a barba quando era algo muito importante .

Papai abriu a porta do carro para a mamãe entrar, colocou Pietra na cadeirinha e me ajudou com o cinto, ele estava alegre, muito animado, mas estava tentando se controlar, mamãe estava visivelmente nervosa, ela brincava com o colar ou com os brincos, eu estava curiosa para saber onde estaríamos indo. Papai começou a dirigir, eu estava ouvindo música, mamãe estava conversando com ele.

Não sei porque mas senti que estávamos sendo seguidos, olhei para trás e notei um carro azul escuro, pouco atrás de nós, papai fez algumas curvas e lá estava o carro, ele ainda estava atrás de nós, achei estranho, então comentei com papai, ele também tinha notado...

Mamãe me mandou segurar Pietra, papai acelerou o carro e começou a fazer manobras para tentar despistar o carro, pelo dispositivo de rádio do carro, chamou por ajuda, segundos depois alguém falou pelo rádio que as viaturas estavam a caminho, papai deu a nossa localização, quando estavámos pra fazer uma curva, o carro que nos perseguia bateu na nossa trazeira, enquanto segurava Pietra, abaixei nossas cabeças, mamãe pegou a arma do papai de dentro da bolsa dela e abriu a janela do carro. Ela começou a atirar contra o carro, com o barulho alto dos tiros, Pietra se assustou e começou a chorar, papai acelerou mais o carro, viaturas apareceram logo atrás de nós, fechando o carro que nos perseguia. Tiros chegaram a fazer com que Pietra ficasse mais assustada, então segurei suas orelhas com as mãos para abafar o som, papai me olhou pelo retrovisor, seu semblante estava sério, mandou eu segurar bem na Pietra e disse para mamãe ir para o assento ao meu lado, mamãe passou pelo meio dos assentos e sentou ao meu lado, me pegou no colo, colocou o cinto. Eu não estava entendendo o que iriam fazer, mas logo depois caiu a ficha, papai ia bater no outro carro com a traseira. Mas aí, algo chamou a atenção da mamãe, ela olhou para o papai e gritou: "Uma bazuca!".

Arregalei os olhos e perguntei: "Onde arrumaram uma Bazuca?!", papai disse que com certeza isso era obra das linhas inimigas, eu não sabia, mas Winsconsin recebeu espiões de outro país, papai estava nesse caso, ele estava espantando eles para fora de Wisconsin. O que fez com que eles quisessem tirar ele do caminho, mesmo que tirassem nossas vidas também.

Ótimo, acabo de sair da detenção só pra ser executada!

As viaturas freiaram, papai virou o carro em um barranco, só lembro de ver uma grande explosão antes de perder a consciência. Acordei sendo levada em cima de uma maca, eu não estava sozinha, Pietra estava em meus braços, mas onde estava a mamãe?

Desmaiei de novo, devo ter ficado desacordada por algumas horas, quando acordei, estava num quarto de hospital, com roupas hospitalares, olhei para os lados, procurando por Pietra, havia uma enfermeira sentada sob uma poltrona amarela, notando que eu estava acordada, saiu da sala, quando voltou, meus pais e minha irmãzinha estavam com ela. Fiquei tranquila ao ver que Pietra estava bem, papai correu e me abraçou, chorando, mamãe fez o mesmo.

Perguntei o que tinha acontecido, eles apenas disseram que eu estava no hospital para ter certeza de que estava bem, mamãe me ajudou a tomar banho, eu não conseguia me manter em pé por muito tempo, senti uma ardencia na cabeça, acho que deve ser um pequeno corte causado pelo impacto. Todos estavam com roupas cheias de foligem e alguns rasgos quando voltamos pra casa, mamãe não queria que usassemos roupas de hospital, então colocamos as roupas do acidente. Mães...

Depois que chegamos em casa, olhei para o relógio, eram 15:47, olhei para papai e disse como isso seria possível já que saímos de casa às 16:30, ele disse que é porque não era o mesmo dia do acidente, perguntei que dia era, ele não quis responder, disse que ia tomar banho.

Depois de tanto procurar, achei meu celular dentro da bolsa da mamãe, a tela estava trincada, fora isso, funcionava perfeitamente. Quando liguei a tela, tinha 35% de bateria, olhei para a data e já era Quarta-Feira. Eu sai da escola na Quinta-Feira passada, apaguei por tanto tempo? Por que não me contaram?

Subi as escadas em direção ao meu quarto, passando pelo quarto de Pietra, ouvi mamãe e papai discutindo, parece que a missão dele falhou, mamãe estava furiosa com ele, ela chorava e dizia: "O que aconteceria se ela não acordasse mais? O que faríamos sem ela? Eu não conseguiria aguentar! Sua missão quase nos matou, aquele vidro poderia ter feito um estrago maior na cabeça dela!". Papai a encarou e respondeu: "Acha mesmo que eu sabia que nos encontrariam? Como eu ia saber que estavam atrás de nós! Eu fiquei muito preocupado, acha que não me importo? Ver ela passar quase uma semana apagada, ouvindo os médicos dizerem que ela poderia estar num coma, acha que não ligo!". Eu sabia que estavam escondendo algo de mim, corri para o quarto e me escondi debaixo da cama.

Coma... Quase estive em um coma...

 Quase estive em um coma

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Meu Privado Mundo - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora