Cap. 3 - Preparativos para o Caos

89 24 105
                                    

┏━━━✦❘༻♰༺❘✦━━━┓

Um novo aliado

┗━━━✦❘༻♰༺❘✦━━━┛

Mateo segurou firmemente o braço de Lúcio, seus dedos apertando com força o bastante para que o loiro sentisse a pressão. Por um instante, o olhar confuso de Lúcio encontrou o de Mateo, como se não conseguisse compreender o que estava acontecendo. Bruno, por outro lado, deu um passo para trás, sem saber como reagir ao ver o habitual aliado mudando de postura.

- Meu pai vai ficar sabendo disso, Mateo, eu juro que vou tirar toda sua família da guarda do abismo, você não tem ideia de com quem está mexendo - Lúcio sibilou, sem disfarçar o desprezo em sua voz. - Solte-me!

- Você e seu pai podem ir para o inferno - repetiu Mateo, com a voz firme. Seus olhos estavam fixos em Lúcio, mas seu tom carregava uma autoridade que nem ele sabia que possuía. - O que aconteceu lá embaixo não é normal, Não é certo.

Por sua vez, Bruno, o brutamontes burro, riu nervosamente, tentando esconder a tensão que se formava no ar. - Desde quando você se importa com o que é certo, Mateo? Sempre seguimos as ordens da igreja. E esse cabeça de vento merece cada segundo disso.

Mateo não desviou o olhar, mas afrouxou o aperto no braço de Lúcio, que aproveitou a oportunidade para se soltar com um puxão brusco. Lúcio deu alguns passos para trás, seu rosto uma máscara de fúria e confusão. Ele não esperava ser desafiado por Mateo, e menos ainda por algo tão insignificante quanto Abreu.

- Você enlouqueceu? - Lúcio rosnou. - O que te faz pensar que pode ir contra mim? Contra as leis da igreja?

Abreu, que até aquele momento tentava se libertar, aproveitou a distração e deu um passo para trás, a mão ainda na altura do pescoço, sentindo o colar quase ser arrancado de si. O corpo dele ainda tremia, mas sua mente estava focada em uma única coisa: Silvério. Ele não podia perder tempo ali.

Com um suspiro pesado, Mateo ainda olhava para Abreu de canto de olho, mas mantinha a maior parte da sua atenção em Lúcio. - Talvez tenha chegado a hora de questionarmos o que é imposto a nós, Lúcio. Você nunca se perguntou por que fazemos isso? Por que seguimos essas ordens cegamente?

Lúcio balançou a cabeça, o rosto agora contorcido de desprezo. - Você sempre foi fraco, Mateo. Eu devia ter percebido antes.

Logo atrás, Bruno, como um típico lacaio incapaz de agir por conta própria, olhou para Lúcio, esperando por uma ordem. Era evidente que, sem a liderança de Lúcio, o brutamontes não sabia o que fazer.

- Não é fraqueza, dessa vez Abreu tem razão, não é mais uma brincadeira de criança, tem algo terrível prestes a acontecer - disse Mateo, finalmente se virando para olhar diretamente para Abreu. - Precisamos de respostas, não de violência sem sentido.

Nesse momento, Abreu, finalmente se recuperando do choque, sentiu uma onda de gratidão misturada com desconfiança. Mateo sempre fora um dos capangas de Lúcio, mas algo havia mudado. Ele podia sentir. Talvez fosse a própria atmosfera do abismo, ou talvez a influência dos segredos que Abreu começava a desvendar em seus sonhos.

Lúcio avançou então, furioso, os punhos cerrados e o rosto distorcido de ódio. Sem hesitar, ele investiu contra Mateo, pronto para derrubá-lo com um só golpe. No entanto, Mateo foi mais rápido. Com um movimento ágil e preciso, ele deu um soco direto no rosto de Lúcio, pegando-o de surpresa. O impacto foi forte o suficiente para fazer Lúcio cambalear para trás, perdendo o equilíbrio e caindo de bunda no chão.

Erguendo os olhos, Lúcio fitou Mateo incrédulo, com uma mão instintivamente no rosto onde o golpe havia acertado. - Isso não acabou! - rosnou ele, a fúria mal contida em seus olhos fixos em Abreu. - Você não pode se esconder para sempre. O abismo pertence a nós. Você é só uma peça insignificante!

Deuses do VaticanoOnde histórias criam vida. Descubra agora