Ainda tentando entender o que tinha acontecido, Pablo não tinha as informações necessárias. Ele suava e tremia, parecendo que iria ter um ataque a cada segundo. Lina estava apenas observando o comportamento estranho dele, receosa de perguntar se ele estava bem e acabar fazendo-o surtar. Havia um silêncio imenso no carro. O dia estava bonito, mas aquela situação deixava Lina inquieta, e ela sentiu que precisava abrir a boca.
— Você está bem?
— O quê?
— Você está bem?
— Sim, estou. Por que, por que não estaria?
— Você está suando muito, está até pingando.
— Ah, isso é só uma alergia, acredite. Passa.
— Tá. Você quer me contar o que está acontecendo? Faz horas que estamos neste carro. Você do nada me pede pra ajudar em um trabalho; acho que mereço uma explicação. Você me "sequestrou" basicamente.
— Sequestro? Não, não. Não fui eu.
— O que você está falando? Estou brincando.
— Ah, é claro! Eu também.
— Seu irmão estuda muito longe daqui?
— Não, já estamos chegando.
A situação só piorava na cabeça de Pablo. Para ele, não fazia sentido algum o que tinha acabado de acontecer; ele havia voltado 10 minutos no tempo e salvado uma menina que nem conhecia. Isso era uma loucura na qual ele agora começava a acreditar.
Chegando à escola de Miguel, ele e a professora Maria já estavam esperando.
— Desculpe a demora, professora, tive um contratempo.
Na verdade, ele teve um baita de um contratempo. Mas o que aconteceu? Miguel, o que houve?
— Eu não fiz nada, irmão! Aquele menino começou! Eu juro!
— Precisamos que sua tia compareça a uma reunião aqui para resolvermos isso.
— Mas professora, é realmente necessário? Afinal, só foi uma briga de criança. Meu irmão já entendeu e está muito arrependido, né Miguel?
— Mas irmão...
Pablo lançou um olhar para Miguel, avisando-o de que aquela situação não era nada comparada ao que poderia acontecer se alguém descobrisse a verdade.
— Sim, professora Maria, eu aprendi a lição.
— MINHA TIA ESTÁ MUITO OCUPADA, PROFESSORA! ELA NÃO PODE FICAR SE PREOCUPANDO!
— Tudo bem, vou conversar com a diretora e qualquer coisa avisarei o senhor.
— Agradeço professora, muito obrigado.
Miguel e Pablo entram no carro. Miguel estranha a presença da moça.
— Quem é ela?
— Essa é minha amiga... bom, colega de sala. Vou levá-la para encontrar a mãe dela.
— Hum... — Miguel ainda estava um pouco chateado com o que aconteceu; tudo o que ele queria era matar aquele garoto.
— Não fique assim, Miguel. Olha, eu acredito em você. Mas podemos manter as aparências e não chamar muita atenção. — Dando-se conta de que tinha mais alguém no carro, Pablo tenta mudar um pouco as falas — Quer dizer... não devemos arrumar confusão. Não foi essa educação que nossos pais nos deram?
— Pode me deixar ali na esquina?
— Tem certeza? Posso te deixar na entrada do hospital.
— Não! Sério! Você já me deu uma baita carona!
— É Pablo... a moça não precisa — disse Miguel com uma expressão não tão amigável.
— Bom então... te vejo amanhã na aula?
— Sim sim! Tenho que te ajudar com o trabalho, não é mesmo?
— Ah sim! O trabalho! Claro! Ok... tchau!
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De Volta
FanfictionEssa história é sobre a sobrevivência humana e sua maldade interna. A narrativa acompanha Pablo Finish, um jovem cheio de confusões, como qualquer outro jovem adulto, que enfrenta dificuldades de expressão e autoconhecimento. Em sua jornada, ele emb...