Tomás

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Fechando a janela, a música para. Tomás continua olhando pra cima com a esperança de que ela abra novamente. Quando finalmente se dá conta de que ela não vai abrir, Tomás se despede dos amigos músicos e agradece pelo apoio.

_Obrigado a todos, mas ela não vai me perdoar nunca,_ diz ele, meio triste.

_Que isso, cara! Ela só precisa de tempo,_ diz um dos amigos.

Tomás guarda seu violão, colocando-o nas costas, e vai pra casa. Chegando em casa, encontra sua mãe preparando a janta. Logo se oferece para cortar os tomates.

_Como foi lá, meu filho?_ fala a mãe, puxando assunto ao perceber o semblante triste do filho.

_Ela não vai me perdoar nunca, mãe!_

_Querido, ela só precisa de tempo._

_Eu não entendo! Eu já fiz tudo, mas mesmo assim, ela não quer nem olhar na minha cara.

_Mas a sua traição causou nela vários sentimentos: culpa, insegurança, raiva. Com o tempo, ela vai lhe perdoar._

_Eu sei. Eu não queria trair ela! A Lina é doce, gentil, uma pessoa incrível. Fui um tolo, mas todos erramos._

_Sim, meu filho, concorda._

Sua mãe sente uma fraqueza e se desequilibra para trás. Tomás age rápido, segurando-a; sua mãe está pálida.

_A senhora está bem?_ pergunta, assustado.

_Estou. Não se preocupe, querido_ — enquanto vai para o quarto — _vou me deitar um pouco._

_Tudo bem, mãe. Eu termino a janta. Descansa!_

Enquanto Tomás estava concentrado nas verduras, o telefone toca. Ele nota as mãos lavadas e vai atender. Do outro lado estava uma amiga o convidando para uma festa. Tomás explica que está com sua mãe e não pode deixá-la sozinha. Percebendo a insistência da amiga, Tomás resolve ir para essa tal festa. Antes de sair, ele deixa tudo pronto; a mesa estava impecável. Toma um banho, veste uma roupa e sai.

Chegando na festa, é recebido pela sua amiga Charlotte, uma pessoa bem carismática e descolada com seu jeito todo alegre.

_Olha! Olha! Quem chegou? Tomás!_

_Oi! Como está?_

_Estou ótima, meu amigo! Vem, vamos tomar uma._

_Não, não. Eu estou bem!_

_Que isso? Vai fazer essa desfeita para sua amiga!_

_Você é um saco, sabia?_ — pegando o drink.

_Isso aí!!!_ Charlotte sai puxando-o pra dentro da festa. Tudo estava bem iluminado; todos pareciam animados com risadas e músicas altas. A decoração estava bonita com estrelas e luzes de LED.

_Não quero me empolgar muito, Charlotte_ — diz Tomás quase gritando por causa da música.

_Relaxa, meu amigo! Curte a noite!_

_Tenho que reconquistar a Lina. Eu a amo!_

_Não, não ama! Você só está carente._

Quando a namorada de Charlotte chega arrastando-a para o meio da pista, deixando Tomás pra trás, ele parece estar alterado ao avistar Lina e Pablo. "O que ela tá fazendo com outro?" pensa ele e vai direto em direção a Lina.

_Então é com ele? É com ele que você está transando agora!?_

_Tomás, você está bêbado_ — diz empurrando-o.

_Eu te amo, Lina! Me perdoa!_

_Tomás, me deixa em paz, por favor!_

_É cara, deixa ela!_ fala Pablo. _Sua história com ela acabou!_

_ISSO NÃO É DA SUA CONTA! FICA NA SUA!_

_Deixa Pablo; nossa missão não é essa_ — diz ela puxando Pablo pelo braço. Tomás vendo aquela cena vai direto em Pablo empurrando-o pelas costas. Quando Pablo vira, leva um soco que o faz cair ao ser pego de surpresa.

_QUAL É SEU PROBLEMA!!! ESTÁ LOUCO?_ — vendo o nariz de Pablo sangrar e tomado pelo ódio. Pablo se levanta e golpeia Tomás no estômago, fazendo-os cair em cima de uma mesa. Enquanto Tomás e Pablo caem sobre a mesa, as risadas e músicas da festa se transformam em gritos de surpresa. Alguns convidados se afastam enquanto outros começam a gravar a cena com seus celulares atraídos pela confusão.

Tomás tenta se levantar mas a dor no estômago o faz hesitar. Ele olha para Lina que está em choque; a expressão dela misturada com preocupação e desapontamento diz tudo: "O que eu fiz?" pensa Tomás sentindo o peso de suas ações; sua voz ecoa:

_Eu te amo Lina!_

_Já chega Tomás; você está sendo ridículo! Olha esse papel que você fez?_ — fala muito irritada.

_Desculpa; eu não queria fazer isso_ — com a voz falhando.

_Mas já fez!_

A cena é interrompida quando se escuta o grito de desespero de uma convidada e o estrondo de algo caindo do terraço.

_Ela caiu! Ela caiu!_ — grita a convidada em pânico._ Ela caiu; Bárbara caiu!_ Todos vão olhar rapidamente para ver a queda de Bárbara que foi lenta e rápida ao mesmo tempo; o namorado dela chorava descontroladamente acusando Lina por causa daquele barraco envolvendo Tomás.

_Você... a culpa é sua!_ — Jack deixa bem claro para todos que ali estavam.

Bárbara estava morta. Lina e Pablo se encaram dizendo no olhar um ao outro que eles não conseguiram salvar Bárbara nem mostrar para Jack que Lina não teve culpa; mas acabaram piorando ainda mais.

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