Quando Lina e Pablo chegam, encontram Miguel sentado de frente para a secretária. Pablo não entende aquela surpresa, mas já sabe que não é coisa boa.— Olá! O senhor deve ser o Pablo, finish — fala com empolgação.
— Sim, sou eu — responde Pablo, desconfiado.
— Estou aqui a mando da secretaria da Criança e do Adolescente. Venho observar a vida e a vivência de vocês.
— Me desculpe, não precisamos de supervisão — Pablo tenta pôr um fim na conversa.
— É, pois os pais deles estão viajando — fala Lina.
Pablo já está desconfortável com aquele diálogo todo. A mulher se levanta da poltrona, tira um papel da bolsa e coloca em cima da mesa.
— Esse papel precisa ser preenchido pelos responsáveis de vocês até o mês que vem. Caso contrário, o direito irá tomar as possíveis providências. Agradeço a visita — sai em direção à porta. Miguel fecha a porta assim que ela sai.
— Estranho ela vir aqui, né? — pergunta Lina.
— Lina, preciso te contar uma coisa. Moramos sozinhos; nossos pais morreram no acidente há cerca de um ano — Pablo fala de uma vez.
Lina fica sem reação, sentando no sofá sem saber o que dizer.
— Por que não me contaram? — pergunta.
— Desculpe por não dizer nada. Tínhamos que ser cuidadosos.
— Mas agora não importa — fala Miguel, entrando em pânico. — Todos vão saber; vamos ser separados!
— Não, tem a ver uma saída — diz Lina.
— Sim, e temos que agir logo. Mas primeiro vamos resolver o seu problema, Lina. E Miguel, não abra a porta pra mais ninguém — ordena Pablo.
Estando os três na biblioteca, era hora de voltar ao passado e tentar mostrar ao Jack que Lina não tinha causado a morte de Bárbara.
— Pablo! Antes de ir, eu quero te contar uma coisa que descobri!
— Agora não, Miguel.
— Mas é importante! — Miguel tenta falar.
Mas Pablo não dá atenção, pegando na mão de Lina e ajustando os ponteiros do relógio. Pede pra Lina imaginar o seguinte momento em que estaria sozinha com Bárbara; apertando o botão, os dois desaparecem na biblioteca.
— Poxa, eu só queria falar! — se chateia Miguel.
Pablo e Lina se materializam.
— Onde estamos? — diz Pablo.
Lina estava um pouco enjoada com aquela viagem, vomitando no tapete rosa daquele quarto. Foi ao ver o tapete que Lina se lembrou que aquele quarto era o quarto de Bárbara.
— Você está bem?
— Rápido, Pablo! Se esconda ali no armário; ela não pode ver você! — empurra Pablo pra dentro do armário.
— QUEM?
— Bárbara! Esse quarto é dela!
— Mas eu pedi pra você imaginar com ela na festa!
— Desculpe, mas não tenho culpa de você não ter especificado. Agora entra!
— Amiga, você viu meu brinco? Não consigo encontrar! O que aconteceu com o meu tapete rosa preferido?
— Desculpe! Não deu tempo de ir ao banheiro — diz Lina um pouco em choque ao ver Bárbara viva ali na sua frente.
— Tudo bem! Me ajuda a fechar meu vestido. E essa roupa? — repara Bárbara. — Ainda não estou pronta! A festa já já começa, amiga!
— É... Eu preciso me arrumar. Me espera?
Pablo observa tudo pela brecha do armário. Lina escuta alguém fazendo uma serenata.
— Olha amiga, acho que é pra você! — fala Bárbara empolgada.
Tomás... se espanta Lina.
— Sim amiga, eu perdoaria ele se eu fosse você. Mas já estou atrasada e você mocinha vai se trocar; te vejo na festa!
— Bárbara, espera! Eu vou com você!
— Não, não! Fica aí com Tomás!
— Não quero! Bárbara espera!
Assim que ela sai do quarto, Pablo sai de dentro do armário quase sem fôlego.
— Isso complica um pouco; temos que ir com Bárbara!
— Mas e esse Tomás?
— Esse é seu namorado? — Pablo pergunta.
— Ex-namorado — corrige ela.
Lina vai até a janela e grita: "TOMÁS ESQUECE; ACABOU!" e fecha a janela do quarto.
— Vamos, Pablo! Rápido!
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De Volta
FanfictionEssa história é sobre a sobrevivência humana e sua maldade interna. A narrativa acompanha Pablo Finish, um jovem cheio de confusões, como qualquer outro jovem adulto, que enfrenta dificuldades de expressão e autoconhecimento. Em sua jornada, ele emb...