Favorita do rei - Thranduil

Capítulo 24

Narrador

- Responda só uma coisa... Suas orelhas são parecidas com as dela? - Era só o que precisava saber, a pergunta que confirmava tudo

- Não se deixe enganar meu rei... É apenas um elfo selvagem qualquer, Mande-o embora é uma perda de tempo, Já não basta o estrago que a última fez? - Eldora tentou expulsar o jovem

O fato de ele poder ser o herdeiro do rei mudava tudo, pois Helemissa conseguiu dar ao rei um herdeiro mesmo que fosse filho da selvagem, no desespero de ter um sucessor, talvez aquele elfo fosse um futuro rei, Eldora não podia deixar isso acontecer, não depois de quase morrer em partos

Os olhos de Legolas foram em direção ao trono, como se este o chamasse, puxando-o em direção às suas origens, queria se aprofundar nisso e descobrir o porquê, o porquê daquele chamado tão forte, dividido entre o orgulho e a curiosidade, aquele mundo parecia combinar com Legolas, como se ele nunca tivesse saído dali, o rei à sua frente parecia se conectar com Legolas, tão próximo e ao mesmo tempo, tão distante

Legolas ainda era jovem demais para enxergar a verdade, n colo de sua mãe, afogava-se em seu perfume, muito ingênuo para se importar com as palavras que ela sussurrava enquanto escovava seu cabelo "Se você for um selvagem, as pessoas tomarão o seu lugar, Os elfos vão tentar te dizer que está tudo bem com a coroa nós olhos"

Ser chamado de selvagem por Eldora despertou sua ira, fazendo-o imaginar tudo o que sua mãe tinha passado ali e o motivo pelo foi parar na floresta, estava óbvio que havia uma ligação, não sabia qual mas havia uma ligação

- Que estrago a última fez? - Legolas cruzou os braços

- Uma selvagem vinda da floresta, pensou que poderia ser a rainha de mirkwood, ninguém avisou que essa racinha não pode governar - a voz ameaçadora mostrava o desprezo

- Se você pôde qualquer uma pode.. consigo ver o seu tipinho de longe, pode ter certeza, conhece o ditado bonita por fora e podre por dentro? Nem por fora você é bonita, consegue ser só podre - Soltou com grosseria

Legolas deu uma última olhada para o rei, observando-o de cima a baixo, em sua infância, ouvia de sua mãe sobre política e o reino, e agora entendia o porquê de Helemissa nunca ter deixado que ele viesse para essa direção, escondendo sua ancestralidade, não era mais uma criança para não entender o óbvio, o que estava diante de seus olhos. Legolas sorriu, e esse sorriso fez Eldora se arrepiar, parecia uma ameaça

Thranduil conseguia ver a ambição nos olhos de Legolas, a chama de poder, Conseguia enxergar o rei dentro dele, lembrando-se de si mesmo quando era mais jovem, o jovem virou-se de costas para o rei e, ao olhar para frente, viu dos dois lados do salão uma pintura gigante de Helemissa na parede, naquele momento, sentiu o silêncio dominar. Ele estava começando a entender

Sem pensar muito, Thranduil caminhou em direção ao elfo. Eldora tentou puxar o braço do rei, mas ele, com força, soltou-se, empurrando-a levemente para trás, no meio do silêncio, Legolas deu um sorriso fraco, sabendo que agora estava colocando o rei em uma encruzilhada

Thranduil não deu permissão para que o jovem fosse embora, e os guardas se posicionaram na porta, impedindo sua saída, as esperanças de Eldora estavam desmoronando, pois, quando ela pensava que finalmente havia encontrado qualquer vestígio da elfa selvagem, tudo se revelava em sonhos vazios. Legolas olhou para Thranduil com raiva

- Você quer o melhor, eu vejo isso... Não está errado em desejar, Isso está no sangue, não está? No fundo, você sabe... Eu também sei, Seus olhos são iguais aos dela, o resto é meu, Você fala como Helemissa, enfrenta como Helemissa, e ainda é minha cópia, diga que aquela mulher na parede não é sua mãe... Diga, e eu te deixarei ir, Jure aos deuses, diante do rei - Thranduil arqueou as sobrancelhas, desafiando