Capítulo 31

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Lari  narrando 🩷

Fiquei um bom tempo sozinha, logo a porta se abriu, meu corpo se encolheu ao pensar que podia ser o Dodô. Mas o para o meu alívio (?), era o Tiago.
Tiago: E ai, como tu ta? - seu rosto estava pálido, e a agitação de hoje cedo não era notável.
Lari: Nossa, to super ótima! Amando a hospedagem! - ri irônica.
Tiago: Larii , não é por mal pô. O Dodô não vai fazer nada contigo, ele só quer o Cadu - deu de ombros.
Lari: Não diz nada, Tiago, cala a merda dessa boca! - bufei impaciente.
Tiago: Vou nem perder meu tempo contigo! - balançou a cabeça - Tu quer alguma coisa?
Lari: SOME DA MINHA FRENTE! SOME DA MINHA VIDA! - berrei.
No mesmo instante o Dodô entrou no quarto.
Dodô: Mudança de plano! Bora pro Careca! - falou agitado, olhando para o Tiago.
Tiago: Qual foi pô?! - o encarou confuso.
Dodô: O pela saco do Cadu ta vindo pra cá, mermao!
Tiago: Porra, não era essa a ideia?
Dodô: Ainda não. Quero bolar tudo na moralzinha! Agora para de pergunta, imbecil! - fez cara feia para ele.
Tiago: E ela? - direcionou a cabeça, apontando para mim.
Dodô: Mermo proceder de hoje cedo! - ordenou, saindo do quarto.
Lari: Tiago - o chamei, quando já estávamos a sós.
Tiago: Fala - murmurou, se aproximando de mim.
Lari: Me ajuda? Por favor! Eu sempre confiei en ti, nunca vacilei com ninguém, não é justo! - falei soluçando, já voltando a chorar.
Tiago: Não da não, cara. To amarradão na Bia, pra pular pra trás! - suspirou, pegando o vidro no bolso.
Foi injusto tentar me defender. Em menos de minutos, apaguei com o pano na boca.

Cadu narrando 💚

Traficante: Pô, calma ai! - me encarou.
CH: Mete bala nesse desgraçado! - falou pra mim.
Cadu: Tu tá achando que eu to brincando? Comédia fudido! - me aproximei, dando uma coronhada em sua cabeça.
O traficante caiu no chão, com a cabeça ensanguentada, mas não desmaiou.
Traficante: O Dodô - me olhou assustado - Tá na casa da 29, caralho! - sua voz saiu falhada.
Não perguntei onde era, eu conhecia bem o Antares, antes de virar dono da Rocinha, eu e o Dodô já tinha andado naquele lugar todinho.
Cadu: Bora pra casa da 29, bora! - falei animado, entrando no carro.
VK: Onde é essa porra? - perguntou, coçando a cabeça.
Cadu: Seguinte rapaziada - alterei a voz - Quero geral me seguindo, ta ligado. É pra entrar naquela porra, e fazer chacina! Mas eu quero cuidado, não quero que a morena saia com nenhum arranhão! - minha expressão estava séria.
CH:Pode crê, tudo nosso! - assentiu com a cabeça.
Entramos nos carros novamente, e fui pra 29. O percurso era de dez minutos, eu fiz em cinco. Estacionei o carro na frente da casa, estava um silêncio estranho, não tinha nenhum movimento. Mesmo assim, descemos do carro em mil grau.
Cadu: ARROMBA A PORTA! ARROMBA! - gritei para os Pivetes.
O. VK foi na frente, metendo o pé na porta.
VK : GERAL COM A MÃO NA CABEÇA! - gritou.
Entrei logo atrás dele. Puta que pariu! Não tinha ninguém lá dentro.
CH: Desgraçado! Aquele traficante enganou nois! - cerrou os dentes.
Cadu: PORRA! - dei um soco na parede - Caralho, geral fazendo uma varredura nessa porra! Vamo ver se achamos alguma coisa que indica se eles passaram por aqui! - ordenei.
Fiquei sentado em uma poltrona velha, tudo que me importava era a morena, eu nunca iria me perdoar se algo de ruim acontecesse com ela.
VK: Chefe, vem aqui! - gritou de um dos quartos.
Me despertei dos meus pensamentos e corri até lá.
VK: Olha isso! - me entregou o celular da Lari.
Cadu: É dela! - meus olhos lacrimejaram.

Lari narrando 🩷

Dessa vez, eu não estava amarrada, só estava deitada na cama. Meu corpo doía, no lugar onde as cordas ficaram. Abri os olhos, o quarto onde eu se encontrava, era todo escuro, sem qualquer fecho de luz.
Me levantei devagar, pois minha cabeça estava girando, fui me escorando nas paredes, até achar um interruptor, onde acendi a luz. Eu precisava sair daquele lugar, de qualquer jeito. Olhei pela janela que estava ali , a noite já havia chegado. Comecei a revirar tudo que tinha naquele quarto, na esperança de encontrar qualquer coisa. Minutos depois, me assustei com a porta sendo destrancada, deitei novamente.
Amanda : Oi Lari- ela entrou, dando um meio sorriso.
Lari: Desgraçada! Como você pode Amanda ?! - a encarei com ódio.
Amanda : Amiga, eu...
Lari: Amiga é o caralho! - me levantei - Eu sempre fiz de tudo por você! Não consigo entender porque você contribuiu com isso! - meus olhos já se encheram de água.
Amanda : Lari... - murmurou - Eu precisei,
Lari: Cala a boca! Sai daqui!
Amanda : amiga , eu te amo. Vai ficar tudo bem, ele só quer o Cadu! - segurou meus ombros.
Lari: Só?! - ri irônica - Tu é uma invejosa mesmo!

Amanda : Quer saber? Eu sempre te invejei mesmo, você sempre teve os garotos aos seus pés! Seus pais sempre te deram te tudo! - ela começou a se alterar, finalmente revelando a cobra que sempre foi.
Lari: Deixa de ser mentirosa! Sua vagabunda! - cerrei os dentes - Eu não estou acreditando no que eu to ouvindo!
Amanda : É isso mesmo, amiguinha! Já a Bia não, a Bia é minha amiga de verdade! - ela sorriu cinicamente.
Meu sangue ferveu, sem pensar duas vezes, me joguei pra cima da mesma.
Amanda : SAI! - tentou me empurrar.
Eu não falava, não gritava, eu só batia. Descontando toda a minha raiva em cima dela, em cima da pessoa que dizia ser minha amiga, que dormia e comia na minha casa, que sabia de todos os meus segredos, que usava as minhas roupas. Segurei sua cabeça, batendo com força contra o chão.
Amanda : Lari, por favor! - ela murmurava.
Lari? Por favor? - dei um tapa em seu rosto - Quando eu pedi por favor, você não fez nada! Desgraçada! - continuei batendo sua cabeça.
Amanda : Eu vou acabar com você! - suas mão segurou meu cabelo, enquanto a outra arranhava meu rosto.
Lari: Eu acabo com você primeiro! - dei um soco em seu nariz.

Ela subiu o morro 🩷Onde histórias criam vida. Descubra agora