Capítulo 33

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Eu não estava reconhecendo a voz, mas me assustei ao ouvir ele dizer meu nome.
XxXxX: LARI? Entra ai! - ele jogou a luz do farol no meu rosto.
Era o VK. Um dos vapor do Cadu, meu corpo relaxou, bem mais aliviado. Corri até o carro, abrindo a porta e entrando.
Lari: Cadê o Cadu? - perguntei, aflita.
VK: Pô, caraca. A gente foi te resgatar, eu ia entrar pela trilha ta ligado! Os moleque já ta tudo invadindo o barraco agora! - ele falou rapidamente.
Lari: Não! - minha voz falhou - Avisa pro Cadu! Eu to viva, eu... O Dodô vai matar ele! Por favor! - segurei no braço do vapor, implorando.
VK: Mina, respira! - segurou meu rosto - Eu vou ligar pro chefe, mas tu tem que se acalmar! - o mesmo balançou a cabeça, pegando o celular no bolso.
Eu só sabia chorar, meu medo agora era com o Cadu. Eu não queria vingança, nada disso, só queria ele comigo.
VK: Cadu... Sou eu porra! ... Isso, olha, a Lari ta aqui no carro, chefe... Não, ela apareceu aqui, parece que fugiu. Ela precisa de tu, esquece a operação... Pô, ela tá bem - ele falava com o Cadu, enquanto olhava pra mim - Levo ela pra Rocinha?... Blz. Falou. - desligou.
Lari: E...? - perguntei.
VK : Ele pediu pra tu ficar bem. Vou te levar pra Rocinha, ele já vem atrás de nois! - ligou o carro.

Cadu narrando 💚

Eu tava boladão, se eu encontrasse a minha morena com um arranhado sequer, nem sei o que sou capaz de fazer. Depois que ela me ligou, fiquei bem mais aliviado, combinei tudo certinho com ela, e fiquei no aguardo da resposta.
Cadu: E ai, conseguiu rastrear o ID, carai? - perguntei pra um cara, que fazia esse tipo de serviço pra mim.
XxXx: Pode crê, chefe. É a rodovia pra Niterói! - ele respondeu, anotando o endereço em um papel para mim.
Cadu: Valeu, valeu - peguei o papel, dando um tapinha em suas costas - Pega a grana com o CH ali!
Ele assentiu com a cabeça e saiu da minha sala. Eu sabia onde ficava localizado aquele lugar, seria bem mais fácil. Organizei tudo com a rapaize, e já estávamos prontos pra sair da Rocinha. Então meu rádio chamou, era a Lari.
IDL:
Cadu: Morena, conseguiu ?
Lari: Sim! Eu não sei onde eu to, tem muito mato... Eu to com medo, Cadu! - pelo o seu tom de voz, ela estava chorando.
Cadu: Meu amor, relaxa. Tudo vai ficar bem, me escuta, eu já rastreei o lugar. Tu fica escondida num canto, e eu vou até tu! Eu já to saindo da Rocinha!
Lari: Ta bom. Não demora!
Cadu: Eu juro que...
FDL

Não deu nem tempo de terminar de falar, ouvi um barulho monstro e a ligação caiu.
Cadu: BORA! O TEMPO É CURTO! EU QUERO A LARI EM PRIMEIRO LUGAR, E QUERO O DODÔ VIVO, EU VOU ESTOURAR O CRÂNIO DELE! - gritei para os moleques, entrando no meu carro.
Fizemos o percurso em vinte minutos, meu pensamento só estava nela, eu nunca iria me perdoar se viesse acontecer qualquer coisa com ela. Estacionei o carro na entrada da trilha, já dava pra ver o barraco, desci do carro e chamei os moleques, deixando um carro com o VK.
Cadu: É o seguinte - chamei a atenção - Nois vamo entrar pelos fundos, por essa trilha! E tu - apontei para o VK - Vai entrar pela frente da casa, vou dar um jeito da morena ir até tu, e tu trás ela pro carro!
VK: Jaé, chefe! - assentiu com a cabeça.
Cadu: Então bora, TUDO NOSSO PORRA! - dei nosso grito de guerra.
Fomos correndo pela mata, tava tudo escuro e não dava pra acender nenhuma lanterna, pra não marcar bobeira. Eu tava com sangue nos olhos, ia meter bala em geral.
CH: Cadu - murmurou, me chamando.
Cadu: Qual foi? - olhei para ele.
CH: Dá uma olhada - apontou para a janela, que estava quebrada.
Cadu: Deve ser por aqui que a Lari saiu! Bora entrar!

Terminei de tirar os cacos de vidro, e entramos. Tinha uma poça de sangue no quarto, meu corpo estremeceu.
CH: Pode invadir? - perguntou, arqueando as sobrancelhas.
Cadu: METE BALA PORRA! - falei.
Sai do quarto e fui andando pelo barraco, mirando minha pistola em todos os cantos, afinal poderia ser surpreendido.
CH: Pô, parece que deram fuga! - ele falou, terminando de revistar os últimos cômodos.
Cadu: Não, não pode ser! - levei as mãos até a cabeça.
Senti meu rádio chamar, era o VK. Soltei um suspiro aliviado ao ouvir ele falar que tinha achado a LARI, pedi para leva-la para casa, que logo eu já tava vazando também.
VK: Achou, Cadu? - me olhou, sorrindo.
Cadu: Pode crê! - retribui o sorriso - Mas é o seguinte, eu não vou sossegar até encontrar esses desgraçados que fizeram isso com ela! Vamo entrar no Antares, quero pegar o Dodô de surpresa! - falei sério.
CH: É nois, chapa! - assentiu com a cabeça.

LARI NARRANDO 🩷

Fui orando o caminho inteiro, eu temia pela vida do Cadu. Chegamos na Rocinha, dei um sorriso, era bom se sentir em ''casa''.
VK: Quer que eu entre? - perguntou, desligando o carro.
Lari: Não, vou ficar bem! - sorri de canto - Obrigada.
VK: Jaé. Logo o Cadu ta constando !
Lari: Eu sei - abri a porta do carro e desci.
Assim que ele dobrou a esquina, eu entrei em casa. Abri a porta, e acendi as luzes, eu não estava acreditando em tudo que havia acontecido. Mas, eu só tinha o que agradecer, por ter saído praticamente ilesa desse sequestro maluco.
Fui depressa para o chuveiro, tomei um banho caprichado, meu corpo todo ardia por conta de vários arranhões. Aproveitei para lavar o cabelo, sai enrolada na toalha e entrei no quarto, dei de cara com o Cadu sentado na cama.

Ela subiu o morro 🩷Onde histórias criam vida. Descubra agora