Lari: Não? - sorri sem mostrar os dentes.
Dodô: Juro que não! - virou o copo de uma vez - Mas não ligo, me amarro em novinha!
Minhas pernas estavam bambas, eu não sei se queria ficar com ele, eu estava bêbada, e certeza que iria me arrepender depois. Fiquei desconversando sempre que ele dava uma investida, uma hora ele iria se cansar.
Dodô: Então, tu curtiu meu baile? - alisou minha perna.
Lari: Ah, nunca havia vindo em um baile, mas...
Vapor: DODÔ! DODÔ! - o vapor entrou correndo no camarote, quase arrebentou a porta.
Dodô: Qual foi, Meno? Tá doido, caralho?! - se levantou.
Vapor: Deu ruim, parceiro. Deu ruim! - ele estava muito afobado - A Rocinha invadiu, tão querendo meter bala, nessa porra!
Olhei para a pista, o som havia sido cortado, as pessoas estavam todas rendidas, em fila.
Dodô: PUTA QUE ME PARIU! - tirou uma pistola da cintura - Segura ai, já volto! - deu um beijo no meu rosto.
Meu coração começou a disparar, eu sabia que iria dar merda. Dodô foi barrado na porta, reconheci o cara da boate, que havia apontado uma arma na minha cara.
Cadu: PENSA QUE VAI ONDE, CARALHO?! - ele apontou o revolver no rosto do Dodô.
Dodô: QUAL FOI DO BAGULHO, PARCEIRO?! - apontou a arma para ele, também.
Cadu: PARCEIRO É O CARALHO! FOI METER TERROR NO MEU BAILE, ACHOU QUE IA DAR BOM PRA TU?! - balançou a cabeça.
Dodô: Isso é conversa de gente grande - abaixou o tom - Deixa eu levar minha mina pra baixo, e nois resolve essa porra!
MINHA mina, oi?! Eu os encarava assustada, tudo que eu queria era sair dali, sou muito nova pra morrer. O olhar do Cadu encontrou com o meu, tenho certeza que ele me reconheceu.
Cadu: Ah, eu não acredito, porra! - exclamou - Tu de novo? Qual foi, tu é alguma policia? Tá me seguindo, caralho?!
Lari: Nem te conheço, idiota! - murmurei.
Cadu: EU VOU LEVAR A MINA! - o mesmo se aproximou, em passos rápidos, suas mãos seguraram meu cabelo com força.
Lari: NÃO, ME DEIXA! - soltei um berro de desespero.
Dodô: SOLTA ELA, TÁ MALUCO?! - apontou novamente a arma, na direção do Cadu.
Cadu: SE TU ATIRAR, EU ATIRO! - senti o cano gelado do revolver, na lateral da minha cabeça.
Cadu começou a me puxar, suas mãos estavam fixas nos meus cabelos, eu chorava compulsivamente, eu estava indo pra morte. Descemos as escadas do camarote, todos olhavam, passamos pela quadra, o Dodô e seus vapores vieram atrás, mas qualquer atitude, ele estourava meus miolos.
Havia um Corola no estacionamento, ele abriu a porta da frente, e me jogou lá dentro, travando a mesma.
Dodô: O QUE TU VAI FAZER, PORRA?! SOLTA A MINA, A TRETA É ENTRE NÓIS! - ouvi o mesmo gritar.
Cadu: Entro em contato, mais tarde! Isso é pra tu ficar esperto, pilantra! - entrou no carro, batendo a porta.
Ele deu partida, e saiu cantando pneus, eu estava amedrontada demais, para fazer ou falar, qualquer coisaCadu olhava fixamente para a estrada, o único barulho que se ouvia no carro, era o meu soluço.
Cadu: Onde tu mora? - perguntou por fim, quebrando o silêncio.
Lari: Pra que tu quer saber? - funguei.
Cadu: Onde tu mora? - repetiu impaciente.
Lari: Moro no Leblon! - murmurei.
Cadu: O que tu veio fazer no morro do Antares, patricinha? Seu namoradinho veio junto? - me olhou de canto.
Lari: Que namoradinho? - franzi o cenho - Olha, você deve estar me confundido. Eu não tenho nada com o Dodô, nem com ninguém. Tu pegou a pessoa errada! - falei rapidamente.
Cadu: E aquele cara que tu defendeu na boate? Tá me achando com cara de otário? - riu irônico.
Lari : É o meu irmão, e o idiota do amigo dele! - respondi, trêmula.
Cadu: Então tu não é fiel do Dodô? - diminuiu a velocidade.
Lari: Santo Deus, eu conheci ele hoje, a gente nem chegou a ficar. Eu... Eu acho, que vou vomitar, para o carro! - senti meu estomago revirar.
Ele rapidamente parou o carro no acostamento, em seguida destravou a porta pra mim, abri a mesma e vomitei compulsivamente. Não sei por quantos minutos ficamos ali, meu estomago embrulhava cada vez mais.
Cadu: Tu tá bem, ow? - sua mão tocou minhas costas.Lari: Estou! - limpei a boca, e me endireitei no banco.
Cadu: Vou te levar pra casa! - deu partida no carro, novamente.
Lari: O que? - olhei perplexa - Então por que agiu daquele jeito?
Cadu: Achei que tu fosse fiel do Dodô - deu de ombros - Mas já que não é, não me serve pra porra nenhuma!
Achei melhor não falar nada, não queria que ele mudasse de ideia. Falei meu endereço para o mesmo e, seguimos para o Leblon. Em dez minutos estávamos na frente de casa.
Cadu: Tá em casa, morena . Não tromba meu caminho mais não! - destravou a porta do carro, e me encarou.
Lari: Pode ficar sossegado - revirei os olhos - Até nunca mais!
Cadu: Pô, espera - segurou meu braço.
O encarei, esperando ele falar.
Cadu: Qual teu nome?
Lari: Não interessa. Só isso? - arqueei as sobrancelhas.
Cadu: Deixa de marra, caralho. Manda o papo logo! - apertou meu pulso.
Lari : Af - respirei impaciente -Lari!
Cadu: Valeu. Cadu! - sorriu sem mostrar os dentes.
Dei um sorriso cínico, em seguida sai do carro. Caminhei rapidamente para casa, ele saiu feito doido com o carro, respirei aliviada, nunca mais queria vê-lo. Minhas mãos tremiam sem parar, peguei meu celular, disquei o número do Bernardo, que atendeu no segundo toque.IDL: 📞
Bernardo: Lari? Onde você tá?
Lari: Olha, eu estou bem, Ber. Acabei de chegar em casa.
Bernardo: Certeza?
Lari: Sim. Avisa o pessoal ai, está tudo certo. Vou desligar, até logo. - desliguei.Entrei em casa na ponta dos pés, não queria fazer barulho, era quase 5:00hr da manhã. Subi para o meu quarto, tomei um banho gelado, escovei os dentes, vesti meu pijama, retirei a maquiagem, e fiz uma trança frouxa no cabelo. Eu ainda estava muito chocada com tudo que aconteceu, precisei tomar dois calmantes para dormir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ela subiu o morro 🩷
Teen FictionEu saí dessa vida louca Virei dono da tua boca Me falou que quer um lance profundo Viver longe dos perigos noturnos. 🎶👩❤️💋👨🩷