afastamento | sina

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Eu estava decidida. Tinha que me afastar. Depois de tudo que conversamos, Joshua estava certo: a única saída era me dar algum espaço. Isso me ajudaria a respirar e entender o que diabos estava acontecendo comigo. Mas, claro, no instante em que decidi isso, parecia que o universo tinha outros planos. O dia começou com a mesma rotina.
Acordei, tentei ignorar o celular, me arrumei e fui para a aula de arquitetura. Mas, no fundo, meu cérebro estava uma bagunça. A conversa com Noah da noite anterior ficava rodando na minha mente, como uma música que você não consegue parar de ouvir. "Porque talvez eu também não saiba como parar."

Essas palavras tinham me atingido de um jeito que eu não esperava. Ele estava tão perdido quanto eu? Ou aquilo era só mais um dos jogos dele?

Quando cheguei à sala de aula, me sentei no fundo, como de costume. Minha mente vagava entre os projetos inacabados e a última mensagem de Noah. Eu tentava me concentrar, rabiscar alguma coisa no caderno, mas tudo parecia fora de foco. Até que senti o celular vibrar no bolso. Olhei de relance e meu coração deu um salto.
Uma mensagem de um número conhecido. Suspirei e quando abri, meu sangue gelou.
Era uma foto.

De uma calcinha. Minha calcinha.

Por um segundo, meu corpo inteiro travou. Como? Quando? E, mais importante... por quê?
A raiva e a humilhação tomaram conta de mim, mas antes que eu pudesse reagir, uma nova mensagem chegou.

– Eu te avisei para tomar mais cuidado com suas coisas.

Eu podia sentir meu coração martelando no peito, e então, como um soco no estômago, percebi. Noah. Quem mais faria isso? Quem mais teria a audácia?

Liguei para ele sem pensar duas vezes. Minha respiração estava pesada, e assim que ele atendeu, eu explodi.

– Que diabos é isso, Noah? Você passou de todos os limites, stalker maluco ladrão de calcinha, para porra. – Eu gritava, sem me importar se alguém na sala podia ouvir.
Do outro lado, ele ficou em silêncio por um segundo, como se estivesse saboreando minha reação.

– Eu estava apenas devolvendo o que é seu, Sina. – ele disse, com aquele tom de provocação que me fazia querer socar algo.

– Devolvendo? Você acha que isso é engraçado? Brincar com a minha privacidade assim? Chega Urrea.

– Não é questão de achar engraçado, Sina. Você deveria cuidar melhor das suas coisas. Quem sabe o que mais pode estar por aí?

Minha raiva atingiu o ápice. Eu me levantei da cadeira tão rápido que quase derrubei meus materiais.

– Eu juro, Noah, se isso for algum tipo de piada, você vai se arrepender.

Ele riu, um som baixo e frio.

– Eu não brinco, Deinert. Talvez você devesse pensar duas vezes antes de me desafiar.

Desliguei o telefone, a mão tremendo. O que diabos ele estava fazendo? Qual era o objetivo? E por que, mesmo estando tão furiosa, eu ainda não conseguia parar de pensar nele? A cabeça rodava com mil perguntas. Não consegui mais prestar atenção na aula. Quando a última coisa que eu precisava era mais confusão, Noah vinha e me puxava de volta para aquele inferno.

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mother tongue (noart fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora