mother tongue (noart fanfic)

desmoronar | narradora

— Achei que você ia desmoronar na minha frente por um segundo. Tava esperando o garçom pra te salvar? — Noah diz olhando de canto para Deinert enquanto pega o copo de bebida.

Arqueando uma sobrancelha, sorrindo com o canto dos lábios, Sina diz.
— Eu? Desmoronar? Na sua frente? Pode sonhar. Acho que quem tá com dificuldade de manter o controle aqui é você.  —  Ela inclina o corpo, pegando um pedaço do guardanapo e fingindo não notar o olhar de Noah.

Noah se inclina um pouco na direção dela, a voz baixa   —  Controle não é um problema pra mim. Aliás, acho que eu tenho bastante... experiência com isso. — ele passa a língua pelos lábios devagar, o olhar fixo nos olhos da loira.

Sina dá uma risada suave, cruzando as pernas e mantendo os olhos nos dele — É? Me pergunto se toda essa... 'experiência' já foi testada de verdade. — ela cutuca o pé da cadeira com o dela, sutilmente.

— Testar? Acha que pode lidar com isso?  — seu tom é desafiador.

Sina olha diretamente olhos dele, sem perder o sorriso.  — Você ficaria surpreso com o que eu consigo lidar, Noah.

— Adoro surpresas. Mas cuidado... às vezes, elas vêm com um preço.  — Noah diz.

— Eu sempre pago minhas dívidas. A questão é se você aguenta o troco, Urrea. —

— Você fala como se tivesse algo pra me cobrar, mas não vi você entregar nada até agora. Só conversa. 

Sina se inclina um pouco mais para frente, olhando diretamente para ele com um olhar afiado — Talvez eu só esteja esperando o momento certo pra te deixar sem saída. E quando acontecer, vai ser rápido. Nem vai perceber.

—  Se tem uma coisa que aprendi com você, é que nada vem rápido. Você gosta de fazer as pessoas trabalharem pra conseguir algo. Não que eu me importe. — ele esfrega o polegar ao longo da borda do copo, a ação quase hipnótica.

Mordendo o lábio por um breve momento, seu tom desafiador — Trabalhar faz o prêmio valer a pena, né? Mas pra você... não sei se tem capacidade de ir até o fim. — ela mantém o olhar firme, como se estivesse o testando a cada palavra.

— Eu sempre vou até o fim. A questão é... o que você vai fazer quando chegar lá? — Noah fala.

Ela estreita os olhos, desafiando-o, o coração disparado, mas mantendo a expressão controlada —  Isso é o que você quer descobrir, não é? Tô curiosa pra saber se o que você acha que vai encontrar é o que você consegue aguentar.

— Pode ter certeza, eu não só aguento... eu aprecio o que encontro. O problema é que eu nunca me contento só com a superfície.  — ele inclina a cabeça para o lado, analisando a reação dela.

— Cuidado, Noah... você pode acabar se afogando se for fundo demais.

— E desde quando eu tenho medo de me molhar?

— Então, vamos ver quanto tempo você consegue segurar o fôlego. — Sina diz confiante.

Com um olhar travesso, a loira começa a deslizar o pé lentamente pelo chão, até que a ponta da bota toca a perna de Noah, provocando-o de forma sutil, mas intencional — Você fala muito, mas ainda não me mostrou nada além de promessas vazias.

Ele ergue uma sobrancelha ao sentir o toque inesperado, mas mantém a compostura, sem desviar os olhos dela — Promessas vazias? — Respira fundo, tentando manter o controle, mas é impossível ignorar o movimento da bota dela — Você gosta de brincar com fogo, não é? — ele aperta o copo na mão, mas seu sorriso permanece no rosto.

Sua perna faz um movimento ainda mais lento, o olhar fixo no dele, como se cada palavra fosse um desafio calculado — Eu só brinco quando sei que posso sair ilesa. A questão é... você consegue sair sem se queimar?