sina? | narradora

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O sol da tarde atravessava as janelas do apartamento de Sina, iluminando cada canto com uma luz dourada e suave. A brisa leve balançava as cortinas brancas, enquanto ela e Noah relaxavam depois de um dia cheio de estudos e projetos. Sina, sempre curiosa e encantada pelos pequenos detalhes do mundo ao seu redor, estava fascinada com um ninho de passarinhos que havia se formado na sacada do apartamento. Seus olhos brilhavam de admiração ao observar os pequenos seres alados.

— Olha só, Noah, eles parecem tão tranquilos — ela disse, sorrindo enquanto se inclinava para tirar fotos com o celular.

Noah, sentado no sofá, observava-a com um sorriso, feliz por ver sua namorada envolvida em algo tão simples, mas que a trazia tanta alegria. Era um daqueles momentos em que ele se sentia completamente em paz, admirando-a em sua essência.

— Você vai assustá-los se chegar muito perto, Sina — Noah avisou, rindo baixinho.

— Relaxa, eu sei o que estou fazendo — respondeu ela, piscando para ele enquanto se inclinava ainda mais para a frente, tentando capturar uma boa foto.

Mas o que aconteceu a seguir parecia um borrão. Em um segundo, Sina estava sorrindo e inclinada na sacada; no outro, ela se desequilibrou. A janela, um pouco escorregadia por conta do vento que batia com mais força naquele instante, traiu sua confiança. O celular de Sina escorregou de sua mão, e num movimento instintivo, ela se jogou para tentar pegá-lo.

Foi rápido demais. Tão rápido que Noah não teve tempo de reagir.

Ele viu tudo, como se fosse em câmera lenta: o corpo de Sina balançando, a mão estendida em um esforço desesperado para agarrar o celular, e depois... o vazio.

— SINA!!! — Noah gritou, sua voz carregada de pânico puro, enquanto assistia, impotente, ao corpo dela cair pela sacada.

A cena parecia irreal. Ela despencava quatro andares até o concreto duro do chão, e o impacto quebrou o silêncio com um som que Noah jamais esqueceria.

Seus pulmões se recusavam a funcionar. Seus pés estavam pregados no chão por alguns segundos, incapazes de se mover. O medo havia o paralisado. Mas então, como se uma força interna o puxasse de volta à realidade, ele correu para a escada. Seu coração batia descontroladamente, cada passo parecia arrastá-lo para um pesadelo.

Quando chegou ao térreo, Sina estava deitada, inerte, rodeada por curiosos que começaram a se aglomerar, preocupados. O rosto dela estava pálido, seus olhos fechados, e havia uma poça de sangue que se formava lentamente sob sua cabeça. O pânico crescia no peito de Noah enquanto ele caía de joelhos ao lado dela.

— Sina, por favor, fala comigo... — ele murmurava desesperado, as mãos trêmulas enquanto segurava o rosto dela, incapaz de encontrar sinais de vida.

Ele gritou por ajuda, as palavras saindo quase como um rugido de desespero. Seus dedos tremiam ao tentar sentir o pulso de Sina, e por um momento, parecia que ele havia perdido o chão sob seus pés também. Foi então que a ambulância chegou, seu som cortando o caos da rua com urgência.

Tudo a partir daí foi um borrão para Noah. Médicos correram para atender Sina, e ele foi afastado, impotente. Ele os viu colocar uma máscara de oxigênio no rosto dela, prendendo seu corpo imóvel a uma maca. Eles falavam em termos médicos que ele mal conseguia entender. Hemorragia. Trauma craniano. Pulmão colapsado. E, então, a palavra que mais o aterrorizou: coma.

Noah seguiu a ambulância, o coração em pedaços. Ele não conseguia pensar. Não conseguia respirar. Tudo que ele queria era que Sina abrisse os olhos e dissesse que estava tudo bem, que ela estava apenas brincando. Mas a realidade esmagadora era que ela estava lutando por sua vida.

mother tongue (noart fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora