Capítulo Três

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No capítulo anterior...

C — Bora se esconder no depósito?

G — NÃO! NO DEPÓSITO NÃO! — Todos me olham assustados com o meu desespero —...Quer dizer... Acho melhor não, eles vão revistar o depósito, eu vou me trancar lá e vou sair de lá de dentro abraçada numa vassoura direto para a rodinha da humilhação. Vai ser terrível — Digo isso para tentar mudar meu destino naquela roda.

A — Pois é, eu vou logo atrás abraçada num rodinho. — Ela para e pensa um pouco — Já sei! vamos nos esconder na videoteca, ninguém lembra que aquele lugar existe, se ficarmos quietinhos ninguém vai mexer com a gente.

H — Tem uma videoteca aqui?

A — Viu só? — Anita diz animada por provar seu ponto.

C — Acho que a videoteca é muito pública. acho que eu vou me esconder em um cantinho perto do campo, é isso, vou para lá gente, boa sorte! — Ela sai correndo para se esconder.

A — Bom, vamos lá então?

H/G — Bora!

Capítulo Três

A — Vem gente. — Ela diz se esgueirando pelas prateleiras para não sermos vistos.

Continuamos andando até achar um lugar mais confortável para nos sentar.

Quando nos sentamos, vemos um casal aos beijos perto de nós. Reviro os olhos ao ver a cena, estranho pensar que meus hormônios eram tão a flor da pele como o desses dois.

A — Meu Deus gente, quem é que escolhe uma videoteca para se pegar? Tipo, quem consegue pensar nesse tipo de coisa no meio desse livros é desses DVD's de instalação de Windows?

G — Só tendo 15 anos mesmo Nita — Digo contendo minha risada.

H — Né... Realmente, pensar em beijar alguém numa videoteca... Aff... Beijar... Nossa...

A — Você está bem Henrique? Você está me olhando meio estranho — Meu Deus, minha irmã é muito lerda! Como ela nunca percebeu os sentimentos do Henrique?

Henrique tenta se justificar para Anita, então para deixar os dois a vontade, resolvo levantar e olhar pela janela. Lá estão os três garotos que fizeram minha adolescência ser um inferno. Estão os três conversando sobre algo que não consigo prestar muita atenção, apenas olho para ele, apenas ele. Como pode ser tão lindo e ter sido tão babaca comigo? Sei que ele não é daquele jeito, acho que era isso que me atraia nele, a bondade que os olhos dele transmitiam em alguns momentos. É, ele não era assim, ele era um bom menino, talvez fosse um bom homem fora do sonho, mas ele sempre gostou de outra pessoa, nunca chegaria nem perto de falar com ele sobre isso. Ele foi meu primeiro amor, mesmo que de longe, eu via ele e sabia que ele não era do jeito que ele fazia parecer. Longe dos outros ele era diferente, tenho certeza que isso me fez amá-lo o tanto que amei.

Sou tirada de meus devaneios sobre paixões do passado ao ouvir sons de notificações. Olho para a origem do som e vejo um garoto de cabelos curtos e cacheados sentado na frente de um dos computadores da sala.

Xxx — Estava pensando ou admirando alguém? — Ele diz me olhando.

G — Acho que um pouco dos dois na verdade — Digo me aproximando dele — Prazer, Gabriela, mas pode me chamar de Gaby, você é o... — Falo esticando minha mão para cumprimenta-lo e o incentivando a se apresentar também.

Xxx — César, meu nome é César, mas pode me chamar de Cé.

Vejo Henrique e Anita se aproximarem de nós também.

G — Cé, esses aqui são o Henrique, meu amigo e a Anita, minha irmã gêmea. Pessoal, esse é o César!

H — Aí, você não é veterano não né?

De novo 15??Onde histórias criam vida. Descubra agora