Encantos de Natal e Verdades Reveladas

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Eu caminhava pelos corredores de Hogwarts, sentindo o frio do inverno cortar o ar, enquanto a decoração de Natal cintilava ao longo das paredes. Havia uma mistura de nervosismo e determinação dentro de mim. Eu sabia que precisava falar com o Professor Horácio Slughorn, e meu pedido não era nada convencional.

Quando cheguei à porta de sua sala, dei uma leve batida e ouvi sua voz grave e convidativa lá de dentro:

— Entre, entre!

Respirei fundo antes de abrir a porta. Lá estava ele, sentado confortavelmente em sua poltrona luxuosa, rodeado por tapeçarias douradas e uma lareira crepitante. O professor Slughorn me lançou um sorriso caloroso assim que me viu.

— Aline! Que surpresa agradável! O que posso fazer por você hoje?

Sentei-me em uma cadeira em frente a ele, tentando manter a calma.

— Professor, sei que sua festa de Natal é bastante exclusiva... — comecei, já sentindo o peso do que iria pedir. — Mas eu gostaria de fazer um pedido especial, algo fora do comum.

Ele arqueou as sobrancelhas, claramente curioso.

— Ah, um pedido especial? Agora fiquei intrigado! Diga-me, querida, o que você tem em mente?

Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas.

— Gostaria que o senhor considerasse convidar a Luna Lovegood para sua festa.

Vi o professor inclinar a cabeça, intrigado. Ele cruzou as mãos sobre a barriga e me observou com atenção.

— A senhorita Lovegood? — Ele riu de leve, pensativo. — Bem, bem, essa é uma escolha inusitada. Ela não é exatamente o perfil de estudante que costumo convidar para essas... reuniões. Por que exatamente Luna?

— Porque ela é especial, professor — respondi, sem hesitar. — Luna tem uma forma única de ver o mundo, e acho que isso poderia trazer algo mágico para sua festa. Ela é excêntrica, sim, mas tem uma bondade e uma leveza que fazem bem a quem está por perto. Acho que ela nunca teve a chance de participar de algo assim, e seria muito especial para ela.

Slughorn ficou em silêncio por um momento, e eu quase podia ouvir meus próprios pensamentos correndo enquanto esperava sua resposta. Ele parecia ponderar, passando os dedos pelos anéis em suas mãos, os olhos avaliando minhas palavras.

— Bem, bem... você realmente sabe como apelar para o lado emocional, Aline — ele disse com uma risada suave. — A senhorita Lovegood tem, de fato, uma singularidade que poucos entendem. — Ele parou, ainda sorrindo de forma pensativa. — Está bem. Vou convidá-la. Será interessante ver como ela se comporta em um ambiente mais... refinado.

Eu soltei o ar, aliviada e grata.

— Muito obrigada, professor. Tenho certeza de que ela ficará encantada.

Ele assentiu, ainda com aquele brilho divertido nos olhos.

— E você, é claro, também estará lá. Acho que sua amiga Lovegood vai trazer algo curioso à festa. Quem sabe o que podemos aprender com essa... visão de mundo tão particular?

Sorri, satisfeita.

— Com certeza será uma experiência única, professor.

Agradeci novamente e saí da sala, já imaginando a alegria de Luna quando eu lhe contasse. Saber que minha amiga teria uma chance de viver algo tão especial fez com que o frio dos corredores parecesse menos intenso. Eu estava ansiosa para ver como aquela festa de Natal seria diferente — e sabia que Luna iria iluminar o ambiente à sua maneira.

A Herdeira De GrifinoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora