a vida

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     A vida não é boa, e nem ruim. É agridoce. É tipo Romeu e Julieta, amores sentidos que não podem ser vividos. A vida é uma explosão de sabores. Não é apenas amarga, muito menos poderia ser só doce. Para os que sabem viver, a vida é uma chance de burlar o tédio e intensificar valores.

      A vida é aprendizado constante, crescimentos sem fim, conhecimento infinito. O mais velho não compreende nascimentos e os mais novos já sabem sobre a morte sem nem mesmo terem partido. É um vai e vem dos vendavais, vários dias ensolarados. Chato seria viver só uma única estação, colocar uma mordaça e não olhar para os lados.

     A vida não é mais e nem menos, mas viver é intenso. Dizem que "goormetizo" a vida, mas o que poderia ser feito se essa é a única em que tenho pra ser vivida?
    E mesmo que exista vida após morte, karmas carregados por universos e dimensões, não me lembraria de qualquer modo. Se to pagando algum pecado, quero pagar ele na sorte.

    Quero viver doiderias que me arrependeria minutos depois, e prometer pra mim mesma coisas que voltaria atrás em pouquíssimos dias. Fazer planos infundados e me arrasar quando esses planos não forem concretizados. Quero também conquistar sonhos e sonhar mais um tanto, vibrar intensamente quando cada um deles forem conquistados.

    E quero viver intensamente todas as minhas tristezas, minhas perdas e tempestades. Vou dramatizar o máximo que puder e entregar um roteiro de muitíssima qualidade. Quero fazer história, boa ou ruim. Vou efetuar tarefas que fariam com que todos lembrassem de mim no momento em que eu partir.

    Vou escrever canções ruins, poemas ruins e um quadro bem pior. De arte eu entendendo bem, e de todas elas, a vida é a minha arte maior. E essa eu não economizo palco, quadro, linhas e nem tintas. Sou tipo Gonzaguinha cantando que "a vida é bonita, é bonita e é bonita".

      E de fato ela é. Nem doce e nem salgada. Agridoce.


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