Eu odeio o jeito como admiro seu jeito, suas singularidades, todas as particularidades e até mesmo o tom da cor do seu cabelo. Odeio babar distante pelo sorriso meigo que mal vejo, pelo olhar hipnotizante que faz acender o meu desejo. Me pego boba imaginando o que seria colar meus lábios ao seu e sela-los em um pequeno beijo.
Eu nem queria tanto. Talvez uma pequena migalha da sua disposição, tipo "Maior Abandonado" do Cazuza. Te dou meus pés e minhas mãos, meu corpo com amor ou não, e suas pequenas porções de ilusões para fazer feliz esse meu coração sem vergonha e sem noção.
Quem me dera se de repente você acordasse com um medo danado de me querer e todo esse medo se transformar numa ação rebote tão intensa que tudo o que você possa fazer pra melhorar esse seu prazer seja me procurar desesperadamente pedindo pra me ter.
Quase penso em apelar pra um feitiço. Você vale uma simpatia bem bonita, com rosas vermelhas, mel e margarida, açúcar e quem sabe um óleo de dendê. Mas eu sossego e jogo pro universo, tento jogar limpo e por isso todo dia manifesto, canalizo minha energia pro seu ego não ser maior que esse tesão que eu carrego. Tudo isso apenas por querer você.
Me torno paciente, tal como Buda, deixando que a vida passe e me carregue ao meu destino. Espero que meu destino seja você. E se caso não for, brigo com o universo, desalinho planetas, faço toda uma bagunça necessária pro meu destino você ser.
Enlouquecer nem é tão difícil. Acredito que eu esteja a um passo de faze-lo.