Capítulo 02

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Rei.

Mais um dia tentando me manter vivo, desde quando invadiram o morro meu pai está sumido, e ninguém sabe onde ele está, e eu, bom, não posso nem dar as caras na favela, o gerente dele aproveitou da situação e tomou o lugar dele, minha vontade é de entrar la e tomar de volta, mas pra isso, preciso ir com calma.

Ja ta tudo planejado, essa noite eu entro la, tomo o que é meu de direito e mostro pra qualquer um ali que meu pai vai ser sempre lembrado, eu sou o Bruno, mais conhecido pelo Vulgo Rei, vulgo esse que meu pai me deu, e eu carrego com orgulho.

To pelas ruas, vim nesses bairros de bacanas ver se consigo alguma coisa, e não é que eles dão mole, consegui três correntes e dois celulares, e agora vou para o terceiro, tem uma morena do lado de fora de um restaurante, alguém avisa pra ela que ela mora em RJ.

Fui me aproximando devagar e quando percebi ela distraída tomei da mão dela e nos encaramos por alguns segundos até eu voltar a correr, que mina gata da porra, por um instante pensei em voltar e roubar ela em vez do telefone.

Corri e me escondi em uma rua pequena sem muito movimento, continuei a andar devagar como se estivesse numa boa e quando vi a casa de um dos meus primos parei e bati palma, Julio saiu e me deixou entrar, ele não perguntou nada.

Julio também tem envolvimento, só que ele faz os trabalhos mais fodas, o bagulho dele é internet e golpe, entrei e mostrei a ele os telefones, no da patricinha conseguimos so alguns dados, o nome dela, número de telefone e e-mail, mas não demorou muito pra ela bloquear o aparelho.

— Ai descola só o número dela. — Falei deixando com ele os telefones. — Desbloqueia eles e vende, fico com metade e você a outra.

— Qual foi Rei, você sabe que só vende assim na favela. — Ele disse resmungando.

— Faz o que to pedindo, a parte de vender eu desenrolo. — me deitei no sofá dele. — Ai, quando for umas dez da noite você me chama.

Ele nem perguntou, só virou e voltou a fazer as paradas que ele já estava fazendo no computador e eu me virei tentando dormir um pouco.

...

Julio me acordou ja passava das 22:00, tomei um banho, comi alguma coisa e meti o pé da casa dele, me encontrei com Renato e fomos pra pista pegar algumas armas e encontrar com o resto dos menor que sairam do morro.

Chegando la me falaram sobre como estavam as coisas, meu pai foi executado pelo Gerente dele, por isso ninguém tava encontrando ele, e como um bom filho, vou ter que me vingar, conversamos e deixamos tudo no jeito, PG voltou pro morro e ia dar cobertura e avisar a hora que poderiamos entrar, então ficamos no meio do mato esperando o aviso.

Eu estava com uma AK47 e uma pistola na cintura, eu não precisava de muito, to nessa luta desde menor, meu pai me criou sozinho quando minha mãe meteu o pé do morro pra morar com um playboy bacana da Zona Sul, então não tive opção.

Ficamos mais de uma hora esperando até que PG da o aviso e meu primeiro instinto é entrar na comunidade pelos becos mais vazios e escuros, sei andar por esse morro como ninguém, me escondi muito da polícia por aqui.

Subi em uma das lajes e deitei olhando para a boca que estava cheia, fiquei esperando o Filho da puta do Galo sair de la, e não demorou muito, ele saiu e subiu na moto, desci da laje e fui subindo pelas vielas sendo guiado pelo barulho da moto, até que ele entrou na minha casa, tinham dois menores na porta e um deles era o PG que quando me viu golpeou o menor do lado dele.

— Puxa ele pra dentro, vou pegar aquele desgraçado lá dentro. — Falei e ele puxou o menor pra dentro do portão.

Entrei na casa sem fazer barulho e fui subindo, o barulho da água caindo do chuveiro ecoou pelo corredor, então segui o barulho e entrei no quarto que era do meu pai, tinha uma mulher na cama sem roupa, mandei ela ficar calada e a mesma se assustou.

Entrei no banheiro e o bonitão tava como? Haha sem roupa nenhuma tomando banho, ele se assustou quando me viu e tentou puxar a arma em cima da pia, fui mais rápido que ele e peguei, dei um tiro no box quebrando ele todo em cima do Galo que tentou se proteger.

Puxei ele de la o arrastando pra fora do banheiro, a mulher na cama agora estava com roupa e tentando se esconder, apontei para a porta e mandei ela sair dali e ela correu pra fora.

— Eae Galo, deu um golpe no meu pai né vagabundo? — Ele tentou se levantar. — Fica ai, tu tomou a casa do meu pai, o morro e ainda matou ele.

— Caralho Rei, não é bem assim. — Ele tentou se explicar.

— Não é bem assim? — Comecei a rir e dei um tiro na perna dele que fez ele gritar. — Se liga, cade meu pai?

— Seu pai foi morto, mas não foi eu, foram os menor la do beco 13. — Ele falou e eu ri. — Qual foi Rei, você sabe que eu jamais faria isso com teu pai.

— Ta me achando com cara de otário Galo? — Sentei na cama tentando não rir da cara dele. — Ai vou te dar só mais uma chance.

— Os menor queimaram ele, eu não estava junto. — Galo se ajoelhou na minha frente.

— Não me deu nem a chance de enterrar meu pai Galo. — Respirei fundo.

Peguei no cabelo dele o puxando pra fora do quarto, levei ele pra rua e joguei ele no chão, dei outro tiro na perna dele e os menor que estavam na boca agora estavam em volta okhando o que estava acontecendo.

— Pega aquela faca la pra mim, aquela. — Falei para o PG que jogou ela na minha direção, peguei a mesma e olhei para os menores em volta. — Vocês tão vendo isso? Vai ser o que eu vou fazer com cada um que matou meu pai.

Segurei ele pelo cabelo de novo e comecei a dar golpes no pescoço, no começo ele ainda gritou, até que tirei a cabeça dele e mostrei pra todo mundo.

— Agora o Alemão é meu, isso aqui é só um aviso pra quem tentar tomar a favela. — Joguei a cabeça dele no chão e chutei pros menores da boca. — Quem tiver com o Galo, ja mete o pé, por que se eu desconfiar de X9 aqui, vou fazer pior.

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