Torre de Cinzas

O I T O

Ethan

"Katherine estava ainda mais bonita naquela manhã, algo que achei que seria impossível.

Usava um vestido diferente de todos, era mais longo, a deixava mais madura como se fosse uma mulher feita, ela entrou em nossa casa, comeu em nossa mesa com minha grande e humilde família.

Therence, meu irmão mais novo a elogiou de uma forma que eu gostaria de ter coragem de elogiar, ela encantava a todos.

Nossos passeios no parque se tornaram frequentes e sempre que amanhecia e eu tinha que trabalhar me sentia nervoso com urgência de voltar logo para vê-la.

Agora, Katherine estava segurando minha mão, me deixava preocupado se estava suada ou suja demais para que ela segurasse, mas ela não parecia se importar. Sorria e nomeava cada flor que cruzassemos o caminho.

-Papai viajou quase o mundo todo para estudar as flores, existem tantas, aprendi algumas, mas não o suficiente ainda- falava com empolgação.

-Você se parece com elas, são lindas e exalam vida e alegria- falei por fim a fazendo corar.

-São cheirosas, não esqueça disso - alertou-me.

-Sim, são cheirosas.

Nos sentamos a beira do mar, nas rochas lisas e desregulares, vi que Katherine fitava o farol.

-Um dia gostaria de ir até lá- falou- não seria incrível?

A fitei antes de voltar a olhar para a grande construção. Já havia atracado na ilha do farol com meu pai uma vez, logo quando o estavam construindo, precisamos ajudar os homens da clareira com o transporte de material, fizemos algumas viagens antes de que eles percebessem que um barco maior era mais útil.

Depois de pronto nunca mais fui até lá, mas sempre que podia também parava para admira-lo.

Uma ideia me ocorre.

-A levarei, em dois dias, posso pedir um barco ao meu pai.

Seus olhos brilharam e seu sorriso se abriu como nunca antes.

-Ah, Benjamim isso seria surreal, incrível, magnífico, a segunda melhor coisa que acontecera em minha vida.

-Qual foi a primeira?

-Te conhecer.

(...)

Josh havia me mandado uma mensagem dizendo que estava chegando, sai caminhando tranquilamente até a entrada dos portões da mansão que dão acesso a pequena estrada privada afim de espera-lo.

Mas quando estava atravessando o jardim vi uma mulher diferente, uma que eu não tinha visto até agora. Ela tinha os cabelos curtos em um tom castanho escuro, usava um vestido florido e um grande chapéu de palha. Quando me viu passar sorriu calorosamente para mim acenando as mãos sujas de terra.