III

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*Capítulo Revisado*

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*Capítulo Revisado*

Ver Amestista acuada em um canto me fez imaginar o quanto Gabriel a espancou. Meu General sempre foi tão rude e severo com nossos inimigos e com as almas que não seguem as regras; não seria diferente em casa. Ainda mais sendo ela filha de Afrodite, minha irmã. Gabriel, mesmo que indiretamente, culpa a garota por sua vida amarga. Em um de seus desabafos, ele confessou odiar o fato de Amestista ser tão bonita e amorosa como a mãe, carregando até o olhar e a língua afiada de Afrodite. A única diferença visível era a cor da pele e os olhos negros e reluzentes, cheios de uma vida que não existe aqui embaixo.

Não queria usá-la como parte dos meus planos para alcançar meus objetivos, mas também não posso ter ao meu lado uma mulher que não esteja à altura para se sentar no trono. Obviamente, ela nunca será nem metade do que Perséfone foi: uma mulher boa, que ganhou meu coração uma única vez. Não há mais espaço para ninguém, e nunca mais haverá.

Ainda assim, preciso de Amestista. Eros e o Iluminado precisam pagar pelo que fizeram, principalmente aquele pássaro maldito, de quem terei o prazer de arrancar cada pena. Já Apolo...

Olhando para a marca vermelha de cinco dedos pequenos no lado direito do meu rosto, solto uma risada. A pequena deusa tem força e opinião; isso é interessante. Ela é uma peça curiosa, embora eu não possa dizer isso diretamente. Aumentaria seu ego ou a deixaria confiante demais.

Mas seu beijo... devo admitir, é uma delícia. Assim como cada curva de seu corpo. Nem ela percebe a energia que exala — o poder oculto que traz desejo, amor, depravação e fertilidade. Entendo perfeitamente por que Poseidon a ronda como um animal atrás de alívio. É do nosso sangue; todos nós somos viciados nesse desejo profano. A diferença é que, ao contrário dos outros, considero a infidelidade algo fútil e de extrema falta de inteligência.

Termino de me arrumar e encontro o quarto vazio, como já imaginava. Ela fugiu, como eu previa. Gostaria de brincar de gato e rato, ver seu desespero seria interessante, mas não tenho tempo para isso agora. Preciso dela pronta, de forma decente. Marquei uma reunião com Zeus sobre o casamento, pois decidi realizá-lo no Olimpo. Quero que todos saibam e participem, inclusive o trio de traidores. Demonstrar fragilidade nunca esteve nos meus planos.

Sinto muita falta da minha ruiva — do cheiro, do sorriso e de outras qualidades. A amo profundamente, e esse amor não deve morrer tão cedo. Porém, sua traição fez crescer um ódio tão grande que não sei se consigo sequer olhar em seu rosto, quem dirá perdoá-la. Perséfone foi meu primeiro amor, a primeira mulher da superfície que despertou minha atenção.

Antes dela, eu só me envolvia com mulheres nativas daqui, com seus corpos frios. Todos os habitantes deste reino não têm calor, exceto por mim, já que nasci na superfície e carrego sangue superior. Amestista também tem o sangue dos deuses. Todos os meus súditos estão mortos, assim como eu, a própria morte.

Este cargo, de lidar com tudo o que morre na superfície e que não é digno do Olimpo, foi visto como uma humilhação pelos meus irmãos. Mas para mim, foi uma bênção. Ficar no meu canto, cuidar dos rejeitados, assim como eu. Mesmo sendo o mais velho, sempre precisei conquistar respeito através do medo e da violência, condenado a viver na minha própria solidão, enquanto aqueles malditos se divertem com os mortais.

Pego um fio de cabelo deixado por Amestista no travesseiro. Uma pequena parte de seu corpo já é suficiente para me teleportar até ela. Para minha surpresa, ela não está mais assustada, apenas quieta em um canto da escadaria.

— Preciso que você se apronte. O tempo não é nosso aliado, e Zeus odeia atrasos. — Toco seu ombro, e ela me olha com certa... animação?

— Vamos ao Olimpo? Sempre quis conhecer! Vou me arrumar o mais rápido possível, eu prometo! — Ela se levanta e some da minha vista em segundos.

"Sério que ela tem apreço por aquele lugar? Que lenda falsa Aziza contou a ela? Coitada, vai ser uma decepção tão grande quando se enfiar no meio daquele ar de arrogância!"

A Maldição Do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora