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*Capítulo Revisado*

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*Capítulo Revisado*

Assim que sinto o concreto abaixo dos meus sapatos, tenho certeza de que estamos na Terra. Minha suspeita se confirma ao ver uma enorme praça cheia de humanos e lojas, substituindo a luz fria do submundo. Abro um sorriso involuntário, uma sensação de felicidade inexplicável me invade, quase me fazendo chorar. Por mais que essa “liberdade temporária” seja resultado de um casamento forçado, ainda é algo bom para mim. Nunca tive tanta liberdade para vir à Terra e “fazer compras” como outras mulheres. Minha única amiga sempre foi Azi, e sinto sua falta. Espero vê-la em breve, no meu casamento.

A ideia de fugir passa pela minha mente, mas seria burrice. Hades me encontraria onde quer que eu fosse. Seu domínio não se limita ao submundo. E, sinceramente, nem tudo é tão ruim assim. Pelo menos, por um curto período, estarei livre de surras e da solidão dos livros.

— Bom, meninas, temos o dia todo para ajudar a Amest! Preferi vir ao mundo dos mortais por suas decorações únicas e belas. Todas nós tivemos casamentos assim. Então, sem mais delongas, vamos! — Hera estende a mão para mim.

Sem hesitar, pego sua mão, e ela me guia até a primeira loja. O exterior é branco e dourado, e o interior tem um toque suave de rosa e branco. Tudo ali me parece encantador.

Meus olhos brilham ao ver os vestidos pendurados, de todos os tamanhos e cores, e por um momento, me sinto uma mortal qualquer, deslumbrada com a escolha de um vestido de noiva.

— É seu primeiro casamento, não é? — Hera coloca a mão no meu ombro, seu toque é gentil, mas investigativo.

— Sim, nunca estive em outro relacionamento antes de Hades. Meu pai nunca permitiu que nenhum homem chegasse perto de mim. — Minto parcialmente, já que Apolo foi meu primeiro, mas é verdade que sempre estive à mercê de meu pai.

— Lembro do meu casamento com Hades. Ele foi tão romântico e… — Perséfone se intromete, com um tom ciumento que me causa desconforto.

— Mas este não é seu casamento, Perséfone, e muito menos o seu momento. Não é ético falar assim, especialmente na presença da nova esposa do ex-marido que você abandonou! — Afrodite intervém, sua voz carregada de repreensão enquanto se aproxima, me examinando com um olhar curioso.

— Meninas, sem desavenças, por favor. Que tal escolhermos o vestido enquanto você nos conta mais sobre você, Amest? — Hera sugere, entregando-me um vestido de tirar o fôlego.

[●●●]

Passamos o dia inteiro escolhendo cada detalhe do casamento. No fim, sinto meu coração aquecer por poder decidir tudo ao meu gosto. Hera e Afrodite me apoiam, embora Afrodite tenha ficado um pouco silenciosa após eu mencionar meu pai. Achei curioso, mas quem sou eu para julgá-la? O exército dos mortos é famoso tanto por sua eficiência quanto por sua crueldade, e meu pai, General Gabriel, é uma parte central dessa reputação. Talvez, na visão dela, minha dor seja banal. Mas eu nunca esquecerei as vezes que senti o peso de sua mão, como quando ele quebrou minhas costelas. Graças aos deuses, minha regeneração é rápida.

Agora estamos todas reunidas em um quarto enorme, conversando antes de dormir. Hera me explicou que não verei Hades pelos próximos sete dias. É uma tradição desconhecida para mim, mas me parece interessante, considerando que nossa convivência não é das melhores.

— Amest, você parece tão jovem. Contou-nos tantas coisas, mas não mencionou sua idade. Fiquei curiosa! — Afrodite pergunta, sentando-se atrás de mim e começando a pentear meu cabelo. Sua proximidade me deixa tensa, mas tento disfarçar.

— Tenho 18 anos. Fiz aniversário há três meses. — Respondo, notando o olhar estranho de Hera do outro lado da sala, como se estivesse tentando desvendar algo.

— E sua mãe? Qual o nome dela? — Afrodite pergunta, com uma calma quase perturbadora.

"Por que uma deusa se interessaria por isso?" penso, desconfiada.

— Não. Ela desapareceu quando eu nasci. Sei apenas que era uma ninfa. Quem me criou foi Azi, minha madrinha. Talvez vocês a conheçam; ela governa a Δάσος των φωτισμένων. — Respondo, minha voz baixa, pois falar sobre minha mãe sempre dói.

Apesar de toda a raiva que sinto por ela, ainda há amor, um amor que não consigo explicar. Parte de mim ainda é aquela garotinha que esperava sua mãe aparecer no Natal, dizendo que só tinha saído para buscar presentes. Mas Azi ocupou e sempre ocupará esse lugar. Mesmo assim, ela sempre me lembra para não guardar tanto rancor. Talvez, um dia, minha mãe apareça e diga seus motivos.

— Talvez sua mãe não esteja tão longe assim, e... — Afrodite começa a falar, mas Hera a interrompe de repente.

— Preciso falar com você, cunhada, em particular. Voltamos já. — Ela puxa Afrodite para outra sala, deixando-me confusa com a repentina urgência.

— Não ligue para elas. Essas discussões são frequentes, especialmente quando Afrodite cisma com alguma moça, achando que é sua filha perdida. Acredite, uma vez, ela até pensou que minha Perséfone fosse sua filha morta! — Deméter comenta, tentando aliviar a tensão.

"Filha? Afrodite tem uma filha perdida?"

A Maldição Do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora