Capítulo 11 - Finais e Começos

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Na manhã seguinte, Luka apareceu na casa de Marinette. Ele parecia calmo, mas havia uma sombra de ansiedade em seus olhos. Depois de tudo que tinham passado, era hora de terem a conversa final que ambos sabiam ser inevitável.

— Marinette — começou Luka, enquanto ela o convidava para entrar e se sentar no sofá da sala. — Eu pensei muito sobre tudo o que aconteceu. Eu sei que nosso relacionamento passou por muitos altos e baixos, mas... eu realmente gosto de você. Eu ainda quero continuar com o nosso noivado.

Marinette ficou em silêncio por alguns segundos, encarando as mãos, enquanto processava as palavras de Luka. Embora uma parte dela quisesse evitar magoá-lo, ela sabia que continuar aquilo seria injusto tanto para ele quanto para si mesma.

— Luka — disse ela, sua voz suave, mas firme. — Você é uma pessoa incrível, e eu nunca vou esquecer o que passamos juntos. Você esteve ao meu lado em um dos momentos mais difíceis da minha vida, e eu sou eternamente grata por isso. Mas... eu não posso continuar com esse noivado.

Luka franziu o cenho, a dor evidente em seu rosto, mas ele se manteve em silêncio, esperando que ela continuasse.

— Eu precisei de um tempo para entender o que eu realmente queria — disse ela, respirando fundo antes de continuar. — E agora eu sei. Quero seguir minha vida sozinha. Preciso de espaço para me reencontrar e descobrir o que realmente me faz feliz. E não seria justo com você se eu fingisse que está tudo bem entre nós, quando, na verdade, eu já não sinto o mesmo.

Luka abaixou a cabeça por um momento, absorvendo as palavras. Quando ele finalmente levantou o olhar, havia uma aceitação triste em seus olhos.

— Eu entendo — disse ele, com um suspiro. — Eu sempre soube que você era independente e forte, e acho que é isso que sempre me atraiu em você. Mas ouvir isso... ainda dói.

— Eu sei — respondeu Marinette, com sinceridade. — E sinto muito por isso. Mas acho que é o melhor para nós dois. Você também merece encontrar alguém que realmente possa te retribuir todo o amor que você oferece.

Luka assentiu, embora o sorriso que ele tentou dar fosse vacilante.

— Eu só quero que você seja feliz, Marinette. Mesmo que isso signifique seguir caminhos diferentes. — Ele se levantou lentamente, e Marinette o seguiu até a porta.

— Obrigada por tudo, Luka — disse ela, com os olhos brilhando com emoção. — Eu nunca vou esquecer o que você fez por mim.

— Cuide-se, Marinette — respondeu ele, dando um último sorriso triste antes de se despedir. Então, ele virou-se e partiu.

Marinette ficou por alguns momentos na porta, observando-o partir, sentindo uma mistura de alívio e tristeza. Por mais difícil que fosse, ela sabia que havia feito a escolha certa.

[...]

Com Luka de volta aos Estados Unidos, as coisas aos poucos começaram a voltar ao normal. A revelação sobre o câncer já havia sido processada por todos, e, com o tempo, sua família e amigos começaram a tratá-la novamente de forma natural. A constante preocupação e vigilância se dissiparam, e ela se sentiu aliviada por finalmente poder respirar sem ser sufocada pelo cuidado excessivo. O clima em casa ficou mais leve, e Marinette voltou a encontrar a paz que tanto buscava.

Ela passou a frequentar os lugares que amava em Paris, reencontrando velhos amigos e retomando sua rotina. Aos poucos, Marinette se redescobria, sentindo-se cada vez mais à vontade consigo mesma e com suas escolhas. No entanto, havia algo que pairava em sua mente — ou, mais especificamente, alguém.

O prazo que Adrien havia dado para ela dar uma resposta sobre seus sentimentos estava se aproximando rapidamente. Agora, restavam apenas três dias para ela tomar uma decisão e dizer a ele o que realmente sentia. E, a cada dia que passava, a pressão aumentava em sua mente.

Marinette sabia que Adrien merecia uma resposta honesta, mas também sabia que não seria fácil dar essa resposta. Ela passou noites em claro, refletindo sobre seus sentimentos, tentando distinguir o que era amizade e o que poderia ser algo mais.

Finalmente, o dia da decisão chegou. Ela encontrou Adrien no lugar de sempre, em frente à Torre Eiffel, o local onde tantas de suas conversas importantes aconteceram ao longo dos anos.

— Adrien, eu... — começou ela, enquanto ele a olhava com expectativa, o coração acelerado. — Eu pensei muito sobre o que você me disse, sobre o que sente por mim.

Adrien manteve o olhar fixo nela, esperando por suas próximas palavras. Ele sabia que o que viesse poderia mudar tudo entre eles, para melhor ou para pior.

— Eu... eu sinto muito, Adrien — disse ela, finalmente. — Mas o que eu sinto por você é apenas amizade. Eu sei que isso deve ser difícil de ouvir, mas a verdade é que não consigo te ver de outra forma.

O rosto de Adrien se contorceu por um momento, uma mistura de tristeza e decepção visível. Ele tentou manter a compostura, mas as palavras de Marinette atingiram-no como um golpe duro.

— Então... você está dizendo que eu devo esquecer esses sentimentos? — perguntou ele, a voz baixa.

— Sim, Adrien — respondeu ela suavemente, com o coração pesado. — Eu acho que a nossa amizade pode suportar isso. Nós sempre fomos amigos antes de qualquer coisa, e eu não quero que isso mude.

Adrien ficou em silêncio por alguns segundos, refletindo sobre o que ela havia dito. Mas, quando ele finalmente falou, suas palavras foram firmes e cheias de convicção.

— Marinette, a nossa amizade... já acabou.

O choque atravessou o rosto de Marinette.

— O quê? Como assim? — perguntou ela, sem acreditar no que ouvia.

— Não posso mais fingir que está tudo bem, que podemos voltar a ser os amigos de antes — disse Adrien, a dor claramente presente em sua voz. — Eu não consigo continuar perto de você sabendo que meus sentimentos nunca serão correspondidos. Isso... isso seria demais para mim.

Marinette tentou responder, mas as palavras simplesmente não vinham. Ela sabia que Adrien estava sendo honesto consigo mesmo, e, por mais que isso doesse, ela também sabia que não podia forçá-lo a continuar algo que lhe causava tanta dor.

— Eu sinto muito, Adrien — disse ela, sentindo uma lágrima escapar.

— Eu também — respondeu ele, antes de virar-se e caminhar para longe, deixando Marinette sozinha com seus pensamentos e com o peso de suas decisões.

Ela o observou partir, sentindo o vazio se instalar em seu peito. Sabia que aquela escolha era a certa para ela, mas não podia evitar a sensação de perda que agora a envolvia.

O amor mora ao lado Onde histórias criam vida. Descubra agora